O advogado Gustavo Penna, responsável pela defesa dos acusados de executar o PM Sérgio Arruda, de 43 anos, em 19 de fevereiro, solicitou que seja incluído no inquérito policial áudios que revelam conversas entre o Padre Edson Maurício, de Matão, e o garagista Cristiano Rumaquelli, de Araraquara.
Nas gravações, obtidas pela reportagem (veja abaixo), os dois combinam de forçar a ida dos três acusados à residência do sacerdote para pôr fim às chantagens que eles vinham praticando contra o padre. Edson Ricardo da Silva, de 32 anos, conhecido como Banana, que tinha um relacionamento com o padre, Luiz Antônio Carlos Venção, de 28 anos, e Diego Afonso Siqueira Santos, de 22 anos, estavam em posse de um vídeo com cenas íntimas entre Banana e o padre. Para não divulgar o material, o grupo pedia uma alta quantia em dinheiro. Os três foram presos e responsabilizados pelo disparo que culminou na morte do PM, levado até a residência naquela noite para auxiliar o sacerdote.
Segundo Penna, o material contradiz o que as testemunhas afirmaram em depoimento à Polícia. Pela versão oficial, o garagista teria recebido uma ligação telefônica do padre, com quem mantinha uma relação de amizade, que relatou sobre a tentativa de extorsão. A conversa teria sido presenciada pelo PM Arruda, que se propôs ajudar a resolver o conflito. Ele e outros três policiais estavam na residência quando o trio chegou.
As novas gravações indicam que a “ação” foi premeditada. “Os autos estão contraditórios. Com essas mensagens e as demais contradições já apontadas, o relatório é inconclusivo”, afirma Penna. Em um dos momentos, a padre Edson Maurício pede para que se tome "cuidado com armamento".
Confira abaixo entrevista completa com o advogado de defesa e o garagista testemunha do inquérito:
