No último sábado (17/08), no Parque do Botânico, em parceria com o programa Parque Vivo e escola Jardim do Sol-Escola Waldorf de Araraquara, o Daae, por meio da Unidade de Gestão da Fauna/Diretoria de Gestão Ambiental, deu início ao projeto "Jardim do Mel", em comemoração aos 100 anos da Pedagogia Waldorf, aos 50 anos da autarquia e aos 202 anos de Araraquara.
A proposta é apresentar a população a importância da preservação das abelhas que estão em extinção. "O projeto tem como base a implementação do Jardim do Mel, onde serão plantadas mudas de plantas que atraiam abelhas sem ferrão como as jataís e mirins. A ideia é colocar algumas caixas com enxames dessas abelhas para que elas possam se reproduzir e ir criando novos enxames", aponta Maria Lúcia, diretora da Escola Jardim do Sol.
Conhecidas por produzirem mel, cera, própolis, pólen e geleia real, as abelhas fazem parte de nossas vidas e estão constantemente presentes em desenhos e livros infantis. "O que poucos sabem é que as abelhas têm uma das funções mais importantes para a manutenção da vida no planeta, a polinização. Elas são os agentes polinizadores mais eficazes da natureza, responsáveis pela reprodução e perpetuação de milhares de espécies vegetais, produzindo alimento, conservando o meio ambiente e mantendo o equilíbrio dos ecossistemas", disse João Henrique Barbosa, coordenador da Unidade de Gestão da Fauna.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, as abelhas seriam responsáveis pela polinização de 73% das plantas cultivadas, as quais são utilizadas de forma direta ou indireta na alimentação humana. Além disso, dentre as 57 espécies de plantas mais cultivadas em todo o mundo, 42% delas dependem das abelhas nativas para a sua polinização.
As abelhas também são responsáveis pela manutenção da base da cadeia alimentar nos ecossistemas silvestres, polinizando 85% das plantas com flores das matas e florestas. Com os serviços prestados na polinização, as abelhas garantem às plantas a formação de frutos, de sementes e a perpetuação dessas espécies vegetais possibilitando a reposição e manutenção das populações de plantas nos ecossistemas naturais.
Existem cerca de 20 mil espécies de abelhas no mundo, sendo mais de três mil apenas no Brasil, a maioria delas nativas e sem ferrão. Apesar desta abundância de espécies, estudos recentes têm apontado um crescente declínio, desaparecimento e morte de abelhas.
"Precisamos conservar as abelhas sem ferrão nativas do nosso país e de nosso município. A Política Municipal de Meio Ambiente em uma de suas diretivas solicita que sejam criados mecanismos de preservação de insetos polinizadores e esta é uma das atividades que o Daae e seus parceiros pretendem realizar no município", disse Barbosa.