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Plano de Mobilidade Urbana prevê desativação do TCI

Objetivo é reduzir a circulação de ônibus na região central de Araraquara

Uma Araraquara que prioriza o pedestre e conecta modais rodoviário, cicloviário e ferroviário. Esta é a proposta apresentada na terceira e última Audiência Pública sobre o Plano de Mobilidade Urbana de Araraquara, realizada na última sexta-feira (20), no Plenário da Câmara Municipal.

Em cumprimento à Lei nº 12.587/12, os Planos de Mobilidade Urbana (PlanMob) devem ser revistos a cada dez anos. No entanto, por conta da pandemia de Covid-19, a Lei nº 14.000/20 prorrogou o prazo de atualização dos PlanMob para 12 de abril de 2023, para cidades com até 250 mil habitantes.

O último plano de mobilidade realizado por Araraquara foi em 2008. A proposta atual foi elaborada por equipes de pesquisadores e técnicos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). "O que pautou este Plano de Mobilidade Urbana pra Araraquara foi justamente pensar mais nas pessoas. É a inversão da pirâmide: pensar primeiro no pedestre, depois no ciclista, depois no transporte coletivo, para depois chegar no individual", afirmou a professora da universidade Luciana Márcia Gonçalves.

 

Desativação do TCI

Entre as medidas mais urgentes, segundo Luciana Gonçalves, está a desativação do Terminal Central de Integração (TCI). Segundo ela, é incompatível que todas as linhas do transporte coletivo acessem a região central da cidade. “O que parece um ganho, na verdade é um desserviço, porque a gente está criando um trânsito que não é verdadeiro”, declarou.

Para a professora, o Terminal é facilmente substituível pelo cartão, que já permite a integração entre linhas de regiões diferentes em qualquer ponto de ônibus dentro de um período estipulado. Além disso, está prevista a criação pontos de apoio aos usuários do transporte em diversos bairros de Araraquara, especialmente no Terminal Rodoviário e na Vila Xavier, o que pode dar uma nova dinâmica à cidade.

O plano prevê a desativação num prazo de 4 a 6 anos, mas a urbanista entende que essa medida precisa ser feita o quanto antes.

 

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2022 – 2032

O plano é dividido em três etapas: de curto, médio e longo prazo. Entre as ações, está prevista a implantação das Zonas 30 para áreas escolares e edificações históricas, com pisos intertravados (ou seja, blocos de concreto pré-fabricados, travados entre si por conexão lateral e por atrito entre as peças), nivelação da rua com a calçada e sinalização para menor velocidade. Outra ideia é o modelo de shopping a céu aberto, com ampliações de calçadas e modificações no fluxo de veículos em três importantes avenidas centrais: a Nove de Julho, que seria aberta apenas para ciclistas e pedestres; a Voluntários da Pátria, com restrição de veículos apenas para moradores; e a Sete de setembro, com previsão de ciclorrotas.

Há também previsão para 143 quilômetros de rota cicloviária e desativação do Terminal Central de Integração, que daria lugar a uma praça, além da implantação de dois novos terminais intermodais: um onde fica atualmente a rodoviária e outro na Vila Xavier. Até a consolidação de uma Orla Ferroviária – hoje inviável na opinião dos especialistas – está nos planos de longo prazo: o tão sonhado VLT – sigla para Veículo Leve sobre Trilhos – ligaria Araraquara a Américo Brasiliense.

O coordenador de Mobilidade Urbana do Município, Nilson Carneiro, acredita na viabilidade da proposta. "A Prefeitura precisa se estruturar, ter uma equipe que possa pegar todas as ideias que estão dentro do Plano de Mobilidade Urbana e avançar na implantação desse projeto", afirma.

Redação

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