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Prefeito de Boa Esperança do Sul é cassado pela Câmara

Acusado de irregularidades na contratação de empresas, Edinho Raminelli é cassado menos de dois anos depois de tomar posse como prefeito

 

A Câmara Municipal de Boa Esperança do Sul cassou o mandato do prefeito Edinho Raminelli (sem partido), após votação do relatório da Comissão Processante (CP) instaurada para apurar irregularidades praticadas na gestão do ex-petista.

A sessão foi convocada depois que a Justiça derrubou liminar que impediu a realização da votação na última terça-feira (9).  O Legislativo iniciou os trabalhos às 9 horas deste sábado sob um forte aparato policial e reforço na segurança privada. Para acessar ao plenário da Câmara, o público teve que passar por detectores de metais e apresentar documentos. Segundo a Mesa Diretora, o reforço na segurança foi providenciado após dois atentados a bomba registrados na Câmara e na residência da vereadora Cidinha Romano (PT), autora das denúncias contra o prefeito.

Dos nove vereadores convocados para a sessão, oito compareceram. Marcinho do PT não foi encontrado na cidade desde a última quinta-feira, data em que as convocações começaram a ser feitas. Foram quase quinze horas para a leitura do relatório, que culminou com a cassação de mandato do prefeito – o primeiro da história política do município -, já por volta da meia-noite.

 

O relatório

Entre os itens apontados no relatório da CP e que, na visão dos integrantes, foram suficientes para que se pedisse a cassação de mandato do prefeito, está a contratação da empresa Facility Consultoria LTDA. para elaboração do Plano Municipal de Educação, com efetivação de pagamento sem a mediante comprovação de execução dos serviços, além de contratos firmados com empresas para o setor de obras. Tais atitudes representariam, segundo o relatório confirmado pelos vereadores, omissão ou negligência do Executivo.

Além de obras não executadas, o relatório aponta ainda a contratação de uma empresa especializada para a realização de Curso de Oratória. A Comissão considerou que o prefeito lesionou os cofres do município ao contratar uma empresa do ramo de Máquinas e Equipamentos para a realização de show musical no carnaval de 2014.

O relatório foi aprovado por unanimidade. A Câmara Municipal expedirá ofício para a Justiça Eleitoral, assim como a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, comarca de Ribeirão Bonito, para as devidas providências.

 

Mandato curto

Edinho Raminelli foi eleito vereador em 2008, quando ainda era filiado ao PSDB. Em 2011, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT), já com a intenção de disputar o Executivo no ano seguinte. Rompido com o grupo política com o qual se elegeu, teve o mandato cassado pela Câmara Municipal por infidelidade partidária – foi também o primeiro representante do Legislativo de Boa Esperança do Sul que perdeu o mandato.

No ano seguinte, disputou a prefeitura e terminou em segundo lugar. Jaiminho Benassi (PMDB) e Antônio Nelson Rosim (PSDB), respectivamente prefeito e vice eleitos, foram  impedidos de tomar posse depois que a Justiça considerou procedentes as denúncias de compra de votos e abuso do poder econômico durante as eleições.

Marco Rosim (PPS), filho de Antônio Nelson, foi eleito presidente da Câmara em 1 de janeiro de 2013 e assumiu interinamente a Prefeitura de Boa Esperança do Sul. Em agosto, foram realizadas novas eleições, que culminaram com a vitória de Edinho Raminelli. O novo prefeito tomou posse  em 7 de setembro de 2013, mas teve seu mandato cassado agora, em junho de 2015, menos de dois anos  depois de assumir o cargo, abatido por denúncias feitas pelo seu antigo partido.

O jovem empresário Manoel do Vitorinho (PP), vice-prefeito, foi conduzido ao cargo pela Câmara Municipal em sessão extraordinária e assumirá a Prefeitura aos 28 anos de idade.

 

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