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Projeto Viola Paulista chega ao interior

Show em Araraquara ocorre nesta sexta-feira (8), com entrada gratuita

A viola é um instrumento que ecoa no Brasil inteiro, de norte a sul, mas ainda fica a dúvida de sua real extensão. Onde toca a viola em São Paulo? Foi partindo desta curiosidade que o Selo Sesc aceitou a missão de mapear artistas no Estado de São Paulo que tem a viola como fiel escudeira. O resultado foi o CD Viola Paulista, que será lançado também no Sesc Araraquara na sexta-feira (8), às 20 horas, reunindo no palco os músicos Ivan Vilela, Bruno Sanches, Leandro de Abreu, Reinaldo Toledo e Ronaldo Sabino, expoentes da nova geração da viola de dez cordas.

Com a ajuda de Ivan Vilela, já no primeiro volume estão grupos e artistas solo expoentes da nova geração da viola de dez cordas. São 19 músicos de vertentes distintas, do rock à música clássica contemporânea, da toada caipira aos temas instrumentais; violeiros em formação e com influências múltiplas. 19 faixas que representam uma fração do que vem sendo produzido com o instrumento no Estado de São Paulo. Para esse disco não foram escolhidos os violeiros já consagrados e com vasta discografia, mas sim os que estão iniciando suas carreiras ou os que depois de um tempo de estrada não conseguiram, por razões diversas, o reconhecimento esperado e, diria, merecido por seus trabalhos.

“Talvez ninguém nunca tenha imaginado o que a viola se tornaria no Brasil. Seu uso, cada vez mais expandido, tem conquistado um espaço notável em meio a pessoas de todas as faixas etárias e segmentos sociais. De suas origens populares na Portugal medieval e renascentista, a viola se espalhou por todo o mundo lusófono, mas em nenhum outro lugar se desenvolveu tanto quanto no Brasil. Aqui, acompanhou o desenvolvimento da luteria do violão e, aos poucos, tem conquistado espaços que outrora sequer sonhara frequentar.

Até a primeira metade do século XIX, a viola foi o principal instrumento acompanhador de cantores em cidades como Rio de Janeiro, Recife e Salvador. Sua caminhada ao interior se deu sobretudo a partir da região Sudeste com as bandeiras e depois tropeiros num espaço que foi chamado, por Alfredo Ellis Jr., de Paulistânia. Este pedaço de chão compreende os estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Triângulo Mineiro e Sul de Minas Gerais, Norte do Paraná, parte sul do Mato Grosso e de Tocantins.

O que chamamos de cultura caipira se estende por toda esta região e é onde ainda se consome em grande escala a música caipira. Certamente as gravações pioneiras de Cornélio Pires ajudaram a fixar a viola no Centro-Sudeste brasileiro a ponto deste instrumento ser nacionalmente conhecido como viola caipira, mas não devemos nos equivocar ao pensarmos que o modo de tocar caipira é a única maneira autêntica que se tem de pontear a viola. Vale lembrar que os primeiros registros escritos sobre a viola no Brasil provém de Recife, em 1580.

Assim, devemos ter sempre muito cuidado para não circunscrevermos um instrumento a uma cultura específica, pois o fato dele beber em expressões culturais diversas não tira a sua propriedade de ser sempre livre para voar por onde a música o levar. Um instrumento musical deve estar, antes de tudo, a serviço da Música”, explica Vilela.

 

Serviço

Show Viola Paulista – lançamento do Selo Sesc

Dia: 8/6, sexta

Horário: 20h

Local: Garimpo

Classificação: Livre

Grátis

 

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