Após a estreia nos Jogos Rio 2016, a seleção brasileira feminina de rúgbi sevens teve, neste domingo (07), mais um dia histórico no Estádio de Deodoro. Durante a vitória sobre o Japão, a primeira da equipe na história das Olimpíadas, o Brasil também anotou seu primeiro try na competição, com a capitã Paulinha Ishibashi. O placar de 26 a 10, no entanto, não foi suficiente para as Tupis, como o time é conhecido, passarem à próxima fase.
“Era o jogo que precisávamos ganhar e conseguimos fazer isso. Não deu para chegarmos às quartas, mas agora é encarar a Colômbia para chegarmos na melhor colocação possível no torneio”, disse Edninha, após a partida.
O resultado deixou o Brasil em terceiro no Grupo C. Agora, as Tupis encaram a Colômbia, na semifinal da Taça Bowl, que vale a disputa pelo nono lugar geral do Torneio Olímpico. “Foi um jogo muito duro, nos complicamos um pouco, mas conseguimos pressionar o Japão na defesa, atacar bastante e buscar a vitória”, analisou Amanda Araújo, autora do terceiro try brasileiro.
O jogo
Sabendo que precisava vencer por uma diferença superior a 31 pontos para chegar as quartas de final, o Brasil entrou em campo pressionando o Japão na defesa. Logo nos primeiros minutos de partida as Tupis induziram as japonesas ao erro, roubaram a bola e Paulinha marcou o primeiro try brasileiro na história dos Jogos Olímpicos.
“É um sentimento de gratidão e respeito que tenho pelo rúgbi, um esporte que me ensinou muitas coisas. Aprendi a explorar um lado meu que nem sabia que existia, da garra, de não desistir nunca e acreditar sempre. Fico muito feliz de ter ajudado o Brasil e ter anotado nosso primeiro try nas Olimpíadas”, resumiu Paulinha.
Na sequência do jogo, o Japão conseguiu segurar a pressão brasileira, nivelou a partida e passou a atacar mais. Luiza recebeu cartão amarelo ao cometer uma falta e ficou dois minutos de fora. As japonesas aproveitaram o espaço e empataram o placar, com try de Ano Kuwai. O jogo foi para o intervalo com o placar em 5 a 5.
Ainda com uma atleta a menos, o Brasil levou a virada do Japão logo no início do segundo tempo, quando Marie Yamaguchi fez o segundo try das asiáticas. As brasileiras não se abateram e retomaram o domínio do jogo. Novamente pressionando as adversárias na defesa, as Tupis chegaram ao empate em grande arrancada de Baby Futuro.
O que se viu depois disso foi um Brasil agressivo, pressionando o Japão próximo à linha do In Goal. As japonesas, acuadas, erraram novamente e Amanda Araújo aproveitou para marcar o terceiro try do time. Seguindo com a mesma estratégia, o Brasil ainda chegou ao quarto try, após belo passe com os pés de Edninha para Baby, que arrancou livre para fechar o placar em 26 a 10 para o Brasil.
O Brasil encara a Colômbia, enquanto Japão e Quênia são as outras equipes nesta disputa. Já as quartas de final serão disputadas por Austrália e Espanha, Canadá e França, Grã-Bretanha e Fiji, Nova Zelândia e EUA.
Brasil: 2 – Luiza Campos, 8 – Beatriz “Baby” Futuro Muhlbauer, 13 – Mariana Ramalho, 4 – Edna Santini, 5 – Paula Ishibashi (C), 7 – Haline Scatrut, 10 – Raquel Kochhann; 1 – Juliana “Juka” Esteves, 6 – Taís “Tata” Balconi, 9 – Amanda Araújo, 11 – Isadora “Izzy” Cerullo, 12 – Cláudia Teles. Técnico: Chris Neill.
3ª rodada
Espanha 19 x 10 Quênia
Nova Zelândia 26 x 7 França
Brasil 26 x 10 Japão
Canadá 0 x 22 Grã-Bretanha
Fiji 36 x 0 Colômbia
Austrália 12 x 12 Estados Unidos
Grupo A: 1 – Austrália (8 pts.); 2 – Fiji (7 pts.); 3 – EUA (6 pts.); 4 – Colômbia (3 pts.)
Grupo B: 1 – Nova Zelândia (9 pts.); 2 – França (7 pts.); 3 – Espanha (5 pts.); 4 – Quênia (3 pts.)
Grupo C: 1 – Grã-Bretanha (9 pts.); 2 – Canadá (7 pts.); 3 – Brasil (5 pts.); 4 – Japão (3 pts.)
