Depois de lançar o disco Viagem ao Coração do Sol, que marcou o retorno do Cordel do Fogo Encantado aos palcos, o grupo segue em turnê e desembarca em Araraquara na quinta-feira, dia 13 de setembro. A partir das 21 horas, sobem ao palco do Sesc, divulgando as canções do novo trabalho e relembrando grandes clássicos da primeira fase da banda. Os ingressos, que variam entre R$9 e R$30, estarão disponíveis para compra no Portal Sesc, nesta terça (4), a partir das 14h; já a venda presencial, nas Bilheterias das unidade, será a partir das 19h, na quarta-feira (5).
O quarto trabalho autoral da banda, produzido por Fernando Catatau, traz canções que ficaram guardadas durante a pausa do grupo, além de composições nascidas no reencontro de Lirinha (voz e pandeiro), Clayton Barros (violão e voz), Emerson Calado (percussão e voz), Nego Henrique (percussão e voz) e Rafa Almeida (percussão e voz).
As 13 faixas seguem a tradição dos títulos duplos da literatura de cordel e dialogam com os sentimentos humanos ao longo de uma história de cinco personagens, que percorrem caminhos, por vezes misteriosos e mágicos, em busca da filha do vento, chamada Liberdade. Gravado no Estúdio El Rocha, em São Paulo, e em Fortaleza, no Totem Estúdio, o disco é uma continuidade no processo criativo da banda. "A mística que envolve o Cordel se manteve suspensa durante esses oito anos. Inicialmente, éramos um grupo de teatro, o nome da banda era o título de um espetáculo. No nosso primeiro disco, contamos a história do Fogo Encantado. Depois falamos de um Palhaço de um Circo sem Futuro, uma metáfora da existência humana. E, por fim, na turnê do álbum Transfiguração, apresentamos um cenário que se recolhe para uma espécie de pausa, algo bem significativo para o momento em que se deu, mesmo não sendo planejado", conta o vocalista. Portanto, para a volta do grupo, serão apresentados elementos que prosseguem a essa narrativa do terceiro disco, "agora é momento de sair para o sol, florescer, caminhar em direção à luz, sair de dentro da terra, rasgar o casulo em busca da Liberdade", completa Lirinha.
A capa e encarte, que foi lançado em CD primeiramente, foram desenvolvidos pelo estúdio de design Savia Design&Branding e traz diferentes elementos, como a luz, o raiar, o vento e o otimismo representados na forma de um personagem, uma vez que esses símbolos transitam por todo o disco. "Criamos uma figura de luz, uma persona do movimento, que nasce da terra como um sopro de otimismo e cor", comenta Lucas Bacic, que assina a direção criativa ao lado de Lucas Falcão.
Sobre o Cordel do Fogo Encantado
No ano 1997, em Arcoverde, sertão de Pernambuco, no Nordeste brasileiro, surgiu um grupo cênico-musical, compartilhando o teatro e a poesia oral e escrita dos cantadores e ritmos afro-indígenas da região. E, dessa mistura, nasceu o espetáculo: Cordel do Fogo Encantado. Cordel é sinônimo de história de um povo em forma de poesia. Enquanto, Fogo é o elemento mais representativo do lugar de origem e da intenção músico-poética inconstante e mutável do grupo. Já Encantado ressalta a visão fantástica e profética dos mistérios entre o céu e a terra. Por dois anos, o espetáculo, sucesso de público, percorreu o interior pernambucano.
No carnaval de 1999, o Cordel se apresentou no Festival Rec-Beat, em Recife, e adaptou a narrativa do Fogo Encantado aos palcos de rua. A estreia no carnaval pernambucano chamou a atenção da crítica, e o que era, até então, sucesso regional, ultrapassou as fronteiras, ganhando visibilidade em outros estados e a condição de revelação da música brasileira.
Foi quando a banda consolidou sua formação definitiva com os arcoverdenses José Paes de Lira (Lirinha), Clayton Barros e Emerson Calado, e os percussionistas recifenses, Nego Henrique e Rafael Almeida (do Morro da Conceição). Através da poesia de Lirinha, a força do violão de Clayton, a referência rock de Emerson e o peso da levada dos tambores dos ogãs Rafa e Nego Henrique, o Cordel pecorreu o país, com suas apresentações únicas e antológicas.
Em 2001, com a produção musical de Naná Vasconcelos, o grupo lançou seu primeiro álbum: Cordel do Fogo Encantado. A evolução artística ampliou ainda mais o alcance do som da banda que atuava de forma independente. Em 2003 veio o segundo registro de estúdio: O Palhaço do Circo Sem Futuro, co-produzido pelos próprios integrantes e por Buguinha Dub e Ricardo Bolognine. O álbum foi considerado pela crítica especializada um dos mais inventivos trabalhos musicais produzidos nos últimos anos. Em turnê, seu show ganhou projeção internacional, com apresentações na Bélgica, Alemanha, França e Portugal. No mesmo ano lançaram o DVD "MTV Apresenta", o primeiro registro audiovisual da banda. "Transfiguração", terceiro álbum, lançado em 2006, com produção de Carlos Eduardo Miranda e Gustavo Lenza, e mixagem de Scotty Hard, vem transformar, ainda mais, a linha tênue entre poesia, artes cênicas e música, firmando o Cordel do Fogo Encantado como um dos grupos mais representativos no cenário da música independente nacional.
Entre os prêmios conquistados pelo grupo estão o de banda revelação pela APCA (2001), melhor grupo nacional pelo BR-Rival (2002), Caras (2002), TIM (2003), Qualidade Brasil (2003), bicampeonato do prêmio Hangar (2002 e 2003) e APCA, como melhor compositor nacional, Lirinha (2006). No cinema, a banda participou do filme de Cacá Diegues, Deus é Brasileiro, e do documentário O Homem que Engarrafava Nuvens, de Lírio Ferreira.
Em 2010, após 13 anos de trabalho ininterrupto, a banda anunciou a paralisação de suas atividades. No início de 2017, o Cordel do Fogo Encantado voltou a se reunir para a criação do novo disco, Viagem ao Coração do Sol, lançado em abril de 2018.
Serviço
Show Viagem ao coração do Sol – Cordel do Fogo Encantado
Dia: 13/9, quinta-feira
Horário: 21h
Local: Ginásio
Classificação: 12 anos
Ingressos
R$ 9,00 (Credencial Plena);
R$ 15,00 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante);
R$ 30,00 (Inteira / Credencial Atividades).