O Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região (SISMAR) prepara uma representação no Ministério Público do Trabalho (MPT) contra o prefeito de Ribeirão Bonito, Chiquinho Campaner (PSDB). A entidade acusa do prefeito de prática anti-sindical por supostamente intimidar servidores durante uma assembléia da categoria na noite de segunda-feira (23).
Cerca de vinte pessoas, entre funcionários, familiares e sindicalistas, estavam reunidos na praça central da cidade quando o prefeito chegou no local e esbravejou contra os presentes. “De repente, um senhor grisalho chegou apontando o dedo na cara dos servidores e aos gritos começou a dizer que quem fosse atrás do sindicato iria se prejudicar e ficou gritando com todos os presentes aleatoriamente e insistindo nas ameaças”, disse o sindicalista Marcelo Roldan. O senhor grisalho seria o prefeito.
“Como fui atrás dele filmando e fazendo perguntas sobre sua postura e falta de respeito, ele voltou para discutir e tentou tomar o meu celular da minha mão… Neste momento quase chegamos a nos pegar no meio da rua”, conta Roldan.
“Sindicato é incendiário”, diz prefeito
Em entrevista ao Portal Morada, Chiquinho Campaner confirmou que esteve na assembléia para alertar os servidores sobre os objetivos do sindicato, mas nega ter ameaçado os funcionários ou tentado impedir o ato da categoria. “O que eu disse é que os funcionários deveriam tomar cuidado com o sindicato, porque ele nada conquistou para a categoria até hoje. Nosso início de gestão tem sido marcado por um grande sacrifício para colocar as finanças em dia, enquanto o sindicado quer incendiar os servidores por greve e reajuste fora da realidade”, declarou.
Campaner declarou que a presença de quatro representantes do sindicato também intimidava os servidores. “Eles estavam em quatro e me chamaram de coronel. Eu rebati dizendo que eles são petistas, comunistas e um bando de vagabundos”, declarou o prefeito.
O prefeito alega ainda que que o SISMAR antecipou a discussão da data base, prevista apenas para o final de janeiro. “O que eles estão pedindo, vai ser impossível conceder”, adiantou.
O Sindicato promete levar o caso à Polícia Civil e ao Ministério Público do Trabalho.