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Tatiele analisa momento de paralisação do futebol

Técnica das Guerreiras Grenás explica que foco é minimizar o impacto da pandemia

Com o futebol paralisado há quase dois meses por conta da pandemia do novo coronavírus, as equipes tentam manter um alto nível de condicionamento físico dos atletas, que treinam individualmente em suas casas, sob a orientação dos profissionais de seus clubes. Com a equipe feminina da Ferroviária não é diferente e a preparação segue intensa, mesmo com a agenda suspensa.

Em entrevista coletiva virtual concedida nesta terça-feira (12), a técnica afeana Tatiele Silveira analisou a paralisação do futebol, que aconteceu em um momento em que a modalidade feminina vinha em ascensão no Brasil. "Este ano o futebol feminino ficou muito em evidência por estar dentro de estruturas maiores, pensando nos clubes que foram chegando, principalmente em 2020. A Ferroviária já tem o projeto, então já estávamos sempre com um planejamento dentro do nosso departamento de futebol. Mas o impacto da pandemia afeta o futebol de uma maneira geral, pelo público, pela competição, pelas datas, pela forma vamos retornar e como vamos retornar. Então vamos precisar ter muita paciência para poder entender esse novo modelo de jogar, de fazer o espetáculo para o torcedor e de que forma ele vai poder nos acompanhar e continuar vibrando com os nossos jogos", explicou a treinadora, que se diz muito motivada para voltar logo ao trabalho em campo. 

Reavaliação necessária

Segundo a comandante das Guerreiras Grenás, o retorno aos trabalhos, assim que for definido, precisará de uma reavaliação detalhada para se chegar à condição física e técnica de cada jogadora. "Sempre uma paralisação traz situações em que nós teremos que reavaliar, inclusive hoje estávamos em uma reunião de comissão técnica onde discutíamos isso, que não temos data para voltar. Então temos que manter nossas atletas em treinamento, que é o que está acontecendo, para que a gente consiga ter uma perda mínima. Sabemos que teremos uma perda, principalmente na parte física, porque já tínhamos passado por uma pré-temporada, já tínhamos iniciado a nossa competição, então estávamos em um potencial físico, técnico e tático em crescimento", analisou. 

Por enquanto, é impossível precisar o quanto o trabalho será afetado. "Como estamos indo para a sétima semana, com certeza teremos alguma perda em alguns aspectos. E a gente só saberá isso no retorno, quando todas serão reavaliadas. O que estamos tentando fazer nesse momento é minimizar as perdas, para que a gente possa voltar forte e com as meninas em atividade, cada uma em segurança em casa. Mas só saberemos no retorno, já que cada uma tem uma maneira de responder, pois algumas tem mais recursos, outras tem menos, mas quando voltar vamos ter uma avaliação para colocar todas no mesmo nível para então pensar na competição", acrescentou.

Sem baixas

Segundo Tatiele, o elenco feminino da Ferroviária não deve sofrer com baixas após o período de paralisação, porém acha difícil chegar reforços, já que o clube luta para manter suas contas em dia. "Estamos com o grupo fechado, é o nosso grupo da temporada e as meninas estão super focadas no trabalho. O que vai acontecer lá na frente não dá para prever. Diferente do futebol masculino, onde se monta um elenco para o Paulista e existe uma reformulação para o Brasileiro, o futebol feminino é um outro modelo. Nós temos o nosso elenco de formação para a temporada, então as nossas meninas estão à disposição com certeza até dezembro, e algumas com contratos mais longos, e aí entrará no encaixe de cada uma. Não perdemos ninguém, mas sobre reforços, estamos em um cenário onde não é possível prever hoje", salientou.

O time quer jogar

A Ferroviária já havia iniciado a disputa do Brasileirão Feminino, onde o time é o atual bicampeão e vinha na liderança com quatro vitórias em quatro jogos. O calendário também envolve o Campeonato Paulista e a Libertadores, porém ainda não se sabe se essas competições sofrerão adiamento ou cortes. 

Tatiele, no entanto, só espera que nenhuma seja cancelada. "Cancelar, de forma nenhuma. Nossa temporada foi planejada para disputar as três competições e nós queremos e vamos trabalhar para isso. Esperamos dar sugestões e ideias para que as competições sejam mantidas. Eu acredito que a alteração de datas será inevitável e de repente pode acontecer de mudar a fórmula de alguma competição. Não acredito que mude a fórmula no Brasileiro porque ele já iniciou. No caso precisaria de algum ajuste de datas. Vai remarcar, vai adiar, mas queremos jogar", finalizou a treinadora.
 

 

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