Entrevistado após o empate sem gols com o Bragantino nesta quinta-feira na Fonte Luminosa, o técnico afeano PC de Oliveira comemorou o desempenho de sua equipe, que com o resultado assegurou sua permanência na Série A1 do Campeonato Paulista de 2019.
O treinador destacou a qualidade do adversário para ilustrar sua explicação. "O Bragantino saiu na frente em uma disputa de mata-mata da Copa do Brasil contra uma equipe da Série A do Brasileiro, que é o Vitória. Ou seja, uma equipe que venceu um time da Série A veio aqui e mal passou do meio-de-campo. Então foi uma excelente partida nossa. Temos que construir a vitória, sem correr riscos, com muita calma e paciência, com jogo apoiado e muito bem conduzido, e com paciência. E isso a gente consegue fazer muito bem", explicou.
O treinador aproveitou para esclarecer sobre situação e planejamento da equipe para a disputa do estadual. Segundo ele, a diretoria tinha como meta principal não endividar a empresa (Ferroviária S/A), por isso fez um planejamento que teve metade do custo das duas edições anteriores do Paulistão. "A empresa confiou no trabalho, confiou no que a gente estava propondo. Então o primeiro passo era de não correr risco quanto à permanência. O segundo passo era a Série D de 2019 e o terceiro passo a classificação. A equipe não corre mais nenhum risco de rebaixamento. É difícil buscar a Série D de 2019, o que traz um compromisso maior para a Série D deste ano e teremos de fazer os ajustes necessários. Infelizmente não ter classificado é a grande perda, mas vamos para o Torneio do Interior, que tem vaga na Copa do Brasil, o que traria mais uma ajuda financeira", acrescentou o técnico.
PC respondeu a uma crítica que ouviu de alguns torcedores durante o jogo desta quinta. "É difícil para quem está fora aceitar isso, mas não podemos nos esquecer que a Ferroviária ficou vinte anos fora da elite. Então quando eu escuto alguém gritando para mim que isso que aconteceu hoje aqui no estádio é pouco para a Ferroviária, eu só tenho que me divertir com uma idiotice desse tamanho", cutucou o treinador.
Em outra declaração forte, o treinador falou sobre o resgate do nome da Associação Ferroviária de Esportes, que só sobreviveu por conta da criação do clube-empresa. "O que estamos fazendo é um processo que precisa de três, quatro ou cinco anos. Primeiro porque você não endivida o clube. Depois você faz os jogadores pertencerem à Ferroviária e o trabalho da Ferroviária na base é fantástico. O que está sendo feito aqui é impressionante. E em um médio ou longo prazo terá solvência para ter e manter boas equipes e, com a venda de jogadores, dar o próximo passo para construir um centro de treinamento e resgatar as propriedades que a Associação Ferroviária de Esportes, com gestão fraudulenta, perdeu tudo", salientou PC.
"Eu me lembro da sede no Centro da cidade, eu me lembro da concentração no São Geraldo e tudo isso aqui pertencia a um clube. Então isso acabou, eles faliram, eles quebraram o clube. Então mais uma vez deixo o agradecimento às pessoas que criaram a S/A, que remontaram tudo isso, e é justamente aí que reside não deixar morrer o nome da instituição Associação Ferroviária de Esportes. O clube já acabou, esquece. Então talvez as pessoas não entendam de fora o que está acontecendo aqui. E o que está acontecendo é uma empresa querendo trazer a população para se divertir no estádio de uma maneira séria, honesta, correta. Então quem não está satisfeito, senta na zona do visitante e alí pode xingar, gritar e espernear", concluiu o treinador.
