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Tour da Tocha Olímpica termina em símbolos icônicos do Rio de Janeiro

Cristo Redentor, Pão de Açúcar e praias de Ipanema e Copacabana fizeram parte do último trajeto da tocha antes do início da Cerimônia de Abertura

Sob os braços abertos do Cristo Redentor, em um dia azul sem nuvens, depois de 95 dias e de atravessar o Brasil de Norte a Sul, a chama olímpica encerrou o percurso em seu destino final, o Rio de Janeiro, e acendeu a pira dos Jogos Rio 2016. Os últimos 190 condutores da tocha na Cidade Maravilhosa passaram por paisagens simbólicas do imaginário carioca, como o Corcovado, o Pão de Açúcar, as praias de Ipanema e Copacabana, além do Aterro do Flamengo.

O revezamento começou o dia apresentando uma das maravilhas modernas da humanidade ao maior símbolo dos Jogos Olímpicos. Com um belo amanhecer ao fundo, a chama olímpica subiu o Corcovado rumo ao Cristo Redentor.

Arcebispo do Rio de Janeiro, o cardeal Dom Orani Tempesta levou o fogo na lanterna para acender a tocha nas mãos de Isabel do Vôlei – atleta com experiência de duas olimpíadas e mãe de Pedro Solberg, que estará no vôlei de praia do Rio 2016. Mesmo com essas credenciais, ela não conteve a emoção e chorou com a tocha diante do cartão postal.

Depois de ser abençoada, a chama passou pelo Palácio da Cidade, prédio da prefeitura do Rio de Janeiro. No Palácio, também foi aceso um dos cinco marcos olímpicos instalados em comemoração à passagem da tocha olímpica. O beijo da tocha foi entre dois servidores antigos da casa, diante de funcionários emocionados, que gritavam seus nomes.

Se na última quinta-feira (04), o comboio fez um giro noturno pela Zona Sul, nesta sexta-feira (05.07), a chama voltou a percorrer a região, desta vez pela Orla. Na avenida Niemeyer, que revela uma vista privilegiada da orla carioca, o humorista Fábio Porchat percorreu os cerca de 50 metros de percurso com a chama nas mãos (o trajeto foi encurtado, para dar oportunidade a mais condutores).

“Como todo brasileiro, sou um jogador de futebol frustrado. Corrida é o esporte que gosto de praticar”, revela o comediante, um dos padrinhos do Time Brasil. “Colocar a tocha te coloca no mundo, ela toca cada pedacinho do mundo”, afirmou. Enquanto conduzia a chama, ele fez uma selfie e ainda falou ao telefone. “Só não quero cair. Quando entregar a tocha pro próximo penso na piada”, divertia-se.

Parceria de sucesso

Em outro ponto privilegiado das praias cariocas, no Arpoador, foi a vez de um encontro estelar entre o esporte e a cultura. Quem abriu o desfile do “quarteto fantástico” foi Sandra Pires, medalhista olímpica do vôlei de praia, em Atlanta (96). Ela e sua parceira de areia, Jacqueline Silva, formaram uma dupla imbatível na modalidade, e entraram para a história como as primeiras mulheres brasileiras a conquistar um ouro olímpico. “Eu estava começando e Jacque já tinha participado de Olimpíada na quadra. Ela ouviu falar de uma menina que poderia evoluir. Nosso primeiro contato foi quando ela me ligou e convidou para participar de um treino”, destaca a atleta. “É difícil falar como essa química acontece. É preciso sorte. Com a Sandra, foi uma perfeição dentro de quadra”, afirmou Jacque.

Elas repetiram a parceria e Sandra passou a chama para Jacque. “Ipanema é onde começamos a jogar “, lembrava. Antes de carregar a tocha, as duas receberam a visita da também ex-jogadora Mônica Rodrigues, medalhista de prata em Atlanta (1996), após ser derrotada por elas.

Jacqueline deu sequência ao revezamento,  passando o fogo olímpico para uma figura mítica do carioca lifestyle: o cantor e compositor Evandro Mesquita. Fundador do grupo cênico Asdrúbal Trouxe o Trombone, e líder da banda Blitz, ele chegou a questionar a própria participação, mas, para sorte dos fãs, reconsiderou. “Achei que estaria tirando vaga de atletas importantes, que mereciam mais do que eu. Depois me dei conta de que sou atleta da música, do Rio, participei de tantos movimentos culturais. Eu me dei conta de que também mereço, também tenho uma carinha de Rio”, brincou.

O secretário Nacional de Esportes de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Luiz Lima, foi o quarto condutor do trecho, localizado no final da orla de Ipanema. O ex-nadador recebeu a chama das mãos do conterrâneo Evandro Mesquita e a dupla foi ovacionada pelo público que acompanhava o revezamento.

“Esse momento da união pelo esporte é fantástico. Estou feliz e emocionado em fazer parte dessa celebração”, diz o secretário. “Espero que todos vocês possam assistir a uma competição seja ela qual for porque o Rio está lindo demais”, completa. Luiz Lima é um dos maiores fundistas do esporte brasileiro. Como nadador profissional, participou de mundiais, pan-americanos e olimpíadas competindo nas provas de 400m, 800m e 1500m.

A jornada Brasil adentro, que colocou 12.494 condutores sob os holofotes, terminou nas mãos do cavaleiro Rodrigo Pessoa, medalhista de ouro em Atenas (2004). Na porta do ônibus, após conduzir a tocha, o atleta atendeu alguns fãs e falou sobre ser o último condutor. “É um momento gratificante. Que a nossa olimpíada seja de paz e medalhas para o Brasil”. O ponto final da saga foi em um lugar simbólico do Rio de Janeiro, mas que soa como um desejo coletivo dos milhões de brasileiros que torcerão, a partir de amanhã, por seus atletas: o bairro da Glória.

 

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