InícioEsporteVail Motta: O técnico que mais comandou a Ferroviária

Vail Motta: O técnico que mais comandou a Ferroviária

Treinador falecido em 2009 participou de 398 jogos à frente da Locomotiva

A temporada 2020 da Ferroviária foi marcada por turbulências que ocasionaram a passagem de cinco técnicos pelo clube – Vinícius Munhoz, Marcelo Vilar, Sérgio Soares, Dado Cavalcanti e Paulo Roberto Santos. A troca de comando, contestada pelo próprio grupo gestor do clube, impossibilita o fortalecimento da identificação dos profissionais com os torcedores. E quando falamos de técnico que criou uma forte identificação com a torcida, o primeiro nome que vem à mente dos afeanos é o de Vail Motta, que é apontado por muitos torcedores e cronistas como o maior técnico da história do clube.

O treinador foi o profissional que mais comandou a Ferroviária, com 398 jogos à frente da Locomotiva. Ele é também o técnico que mais venceu, com 153 vitórias, 121 empates e 124 derrotas. Os números foram acumulados em 11 passagens pelo clube, onde trabalhou durante as temporadas de 1968 a 1971, 75, 76, 77, 78, 85, 89, 90, 92, 94, 95 e 96. Também possui a marca de ser o técnico com o trabalho ininterrupto mais duradouro na Ferroviária, somando 137 jogos consecutivos. Considerando a instabilidade do cargo de treinador nos dias de hoje, dificilmente Vail Motta terá seu histórico superado por outro técnico.

O início

Vail Pelegrinette Motta nasceu no dia 21 de julho de 1934 em Itirapina, mas quando tinha três anos sua família veio morar em Araraquara. Aos 17, o jovem decidiu deixar seu emprego na Estrada de Ferro Araraquara (EFA) para se dedicar integralmente ao futebol. Iniciou sua trajetória de jogador como ponta-esquerda na equipe amadora da Associação Atlética Ferroviária da Vila Xavier. 

Chegou ao elenco amador da Ferroviária em 1953 e ficou até 1957, porém não teve muitas chances no grupo principal e acabou emprestado à Associação Desportiva Araraquara (ADA), onde passou por um grande aprendizado no que diz respeito aos conceitos táticos do futebol. O interesse pela função de técnico surgiu nessa época, quando também percebeu que seria grande a concorrência com os outros jogadores que atuavam em sua posição.

No comando da Locomotiva

Voltou à Ferroviária no início dos anos 1960, quando atuou como auxiliar de Picolim nas categorias de base. Comandou o time de aspirantes e também atuou como preparador físico, para depois conquistar uma oportunidade no time principal em 1968, quando foi chamado para assumir a vaga deixada por Diede Lameiro, técnico bicampeão do Interior (1967 e 1968), que foi contratado pelo São Paulo.

Seu primeiro desafio à frente do time grená foi a terceira excursão internacional do clube, que na ocasião passou por países da América Central e Caribe. Foi também o responsável por conduzir a Locomotiva ao Tricampeonato do Interior. Ao longo da história, foi sempre visto como um profissional capaz de salvar a Ferroviária de situações complicadas e também de revelar grandes talentos.

Carreira de sucesso

Com o estilo de jogo que propiciava maior liberdade aos craques do time, Vail Motta ganhou destaque e passou também por outros diversos clubes como São Paulo, Torrión do México, Clube do Remo, Vila Nova-GO, Atlético-GO, Goiás, Catuense da Bahia, Sport Recife, Joinvile e Blumenau. Também deixou sua marca em clubes do interior paulista como Marília, Francana, São José, Corinthians de Presidente Prudente, XV de Piracicaba, Catanduvense e América de São José do Rio Preto, clube onde trabalhou por cinco temporadas.

Entre os títulos conquistados durante sua trajetória estão a Copa da Ásia com a Seleção Paulista (1976), o título invicto do Pré-Olímpico com a Ferroviária (1967), Campeonato Goiano com o Vila Nova (1980 e 1982), vice do Campeonato Baiano com a Catuense (1987), além do acesso para a elite estadual pelo América em 1971, façanha que repetiu com a Ferroviária em 1993.

 
Um nome para a eternidade
 
Vail Motta faleceu aos 75 anos no dia 16 de dezembro de 2009, após uma intensa luta contra o Mal de Alzheimer e outras enfermidades. Deixou esposa Edmea Gonçalves Motta e cinco filhas: Márcia, Cristina, Rita, Adriana e Patrícia, além de nove netos e um bisneto.

 

Fontes consultadas: Alessandro Bocchi, Rita Motta, Livro "Fonte Luminosa – Ferroviária" de Luís Marcelo Inaco Cirino, Livro "Ferroviária em Campo – Feitos e Exaltações" de Vicente Henrique Baroffaldi. Fotos: Arquivo pessoal,Tetê Viviani e Museu do Futebol e Esportes de Araraquara.

 

Confira abaixo fotos da carreira de Vail Motta.

 

 

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