O Selo Sesc lança, nesse mês, o CD Debut, do violonista Paulo Martelli. Gravado no início de 1993, na casa do renomado violonista Sérgio Abreu, no Rio de Janeiro, o disco distribuído até aqui apenas no exterior, traz uma seleção de faixas particularmente especiais, onde Martelli utilizou os mesmos violões tocados pelo lendário Duo Abreu: o primeiro, um Hermann Hauser de 1930, e também um violão Santos Hernández da década de 1920, ambos da coleção particular de Abreu. Este é o primeiro e único registro – até o momento – da rica sonoridade desses instrumentos, que não são ouvidos desde que Sérgio e Eduardo aposentaram-se dos palcos.
O álbum foi originalmente gravado, editado e produzido por Sérgio Abreu, e lançado na Europa, Ásia e América do Norte em 1995 pelo selo canadense GRI, recebendo excelentes críticas das revistas especializadas mais relevantes em atividade naquela época. Duas décadas depois o Debut ganha sua primeira edição brasileira, elaborada pelo Selo Sesc.
“Inédito no Brasil, o relançamento desse trabalho faz parte da política do Sesc de criar uma memória da música de concerto brasileira, seja por meio de projetos dedicados a compositores, ou, como é o caso de Debut, de álbuns que jogam luz no trabalho de intérpretes brasileiros”, diz Danilo Santos Miranda, Diretor Regional do Sesc.
O repertório do álbum propõe um passeio pelos períodos clássico, romântico e moderno do violão erudito. Além disso, Martelli faz uma sutil menção ao período barroco, tocando as Variações e Fuga sobre um tema de Handel, do contemporâneo Albert Harris, morto em 2005.
Definido como “um dos melhores violonistas de sua geração” pela Soundboard Magazine e Guitar Magazine (EUA) e diversas vezes premiado internacionalmente, Martelli vem contribuindo para o desenvolvimento violonístico do Brasil com o projeto Movimento Violão, uma série internacional de concertos que, por mais de treze anos, tem apresentado os maiores nomes do instrumento da atualidade, se dedicando também a lançar os promissores jovens talentos do violão no Brasil.
Recentemente, Paulo Martelli tornou-se um mestre do violão de onze cordas. Seu espírito lírico e efervescente virtuosidade aliados ao desenvolvimento de novas obras para este instrumento o colocam como uma das figuras dominantes do “alto guitar”, com destaque para seus arranjos de J. S. Bach, louvados pela crítica especializada como “extraordinários” e “miraculosos”.
- Paulo Martelli
Cursou mestrado na Juilliard School e professional studies na Manhattan School of Music. Iniciou seus estudos de violão clássico aos dez anos, sob orientação de Francisco Brasilino e Henrique Pinto. Mais tarde, teve como mentor o lendário virtuose brasileiro Sérgio Abreu. Martelli tem se apresentado com frequência no Brasil, Estados Unidos, Canadá, Israel e Europa. Em seu catálogo de gravações, constam quatro CDs aclamados por sua “perfeição” (Classical Guitar Magazine, Reino Unido), “sólida e brilhante técnica” (Soundboard Magazine, EUA), e “musicalidade impecável” (Gendai Magazine, Japão).
Paulo Martelli é também educador e estudioso do instrumento. Em 1999, em reconhecimento do seu profundo compromisso com educação musical, o Ministério da Cultura lhe concedeu o prêmio “Bolsa Virtuose”, o qual permitiu que ele desenvolvesse estudos de sistemas de tablatura na Manhattan School of Music, em Nova York (EUA). Em 2000, recebeu desta instituição o prêmio “Andrés Segovia”, uma das maiores honras do meio violonístico internacional.
- Selo Sesc
O Selo Sesc tem o objetivo de registrar o que de melhor é produzido na área cultural. Constrói um acervo artístico pontuado por obras de variados estilos, da música ao teatro e cinema. Este ano já lançou os discos, “A poesia de Aldir Blanc” (Maria João), “Avenida Atlântica” (Guinga e Quarteto Carlos Gomes), “AM60 AM40 (Antonio Meneses e André Mehmari), “No Mundo dos Sons” (Hermeto Pascoal & Grupo), “Fruta Gogoia: Uma Homenagem a Gal Costa” (Renato Braz e Jussara Silveira) “Guarnieri Nepomuceno” (Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e Cristina Ortiz), “Box Villa-Lobos” (Quartetos Bessler-Reis e Amazônia), “Com Alma” (Banda Mantiqueira), “Festival Música Nova” (Ensemble Música Nova), “Saudade Maravilhosa” (Mario Adnet), e o DVD “Alcance dos Sentidos” (Ivaldo Bertazzo).
Alguns dos CDs lançados em 2016 foram “A Saga da Travessia” (Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz), “Novos Mares” (Fortuna), “Curado” (Hurtmold e Paulo Santos), “Donato Elétrico” (João Donato), “Portrait” (Maury Buchala), “Lambendo a Colher” (Rolando Boldrin), “Alberto Nepomuceno” (Quarteto Carlos Gomes) e “No Voo do Urubu” (Arthur Verocai), além dos DVDs ”O Fim do Mundo, Enfim”, “O Sal da Terra – Uma Viagem com Sebastião Salgado” e “Democracia das Madeiras”.
Serviço:
Show DEBUT de Paulo Martelli
Dia: 13/1, sábado
Local: Sesc Araraquara
Horário:20h
Local: Teatro
Ingressos:
R$ 5,00 (Credencial Plena);
R$ 8,50 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante);
R$ 17,00(Inteira / Credencial Atividades).