O diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa morreu nesta quinta-feira (6), após ser internado e entubado há dois dias. Um incêndio atingiu seu apartamento no Paraíso, na Zona Sul de São Paulo.
Grande nome do teatro brasileiro, foi fundador e diretor do Teatro Oficina, companhia em atividade há mais tempo no Brasil que tem sua sede, no bairro do Bixiga, em São Paulo, tombada como patrimônio nacional em 1982 e foi reconhecida pelo jornal britânico “The Guardian” como o teatro mais bonito e intenso do mundo.
Ele morreu exatamente um mês após se casar com o também diretor Marcelo Drummond, de 60, no seu Teatro Oficina.
Genial e polêmico, encenou a folia e a anarquia. Fundador do Teatro Oficina, um dos mais emblemáticos do cenário teatral do país. Encenou espetáculos considerados antológicos, como O Rei da Vela, Na Selva das Cidades, As Bacantes e Os Sertões.
Ícone da tropicália e um dos líderes do movimento contracultura, Zé Celso sempre quis quebrar tabus, seguir contra os padrões e, justamente por isso, também sofreu com a censura no período de ditadura. Foi preso, torturado e exilado. Mas voltou ainda mais forte e continuou protagonizando o Teatro Oficina, transformado em UzynaUzona, não menos polêmico.
Ao longo de sua vida, sempre que retornou à sua terra natal marcou presença, provocou e emocionou. Zé Celso tinha como uma de suas principais características o bom humor. Era doce, brincalhão.
A grandiosidade de sua obra vai continuar brilhando nos palcos do mundo. Essa luz não se apaga e seu legado continua.
A Prefeitura de Araraquara decretou luto oficial de três dias por seu falecimento.