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Morre Pelé, o Rei do Futebol

Maior jogador de todos os tempos estava internado no Hospital Albert Einstein e teve avanço em câncer de cólon

Edson Arantes do Nascimento, que ficou mundialmente conhecido como Pelé, morreu hoje (29), aos 82 anos, no Hospital Albert Einstein, na zona Sul da capital paulista. De acordo com boletim médico, a morte ocorreu em decorrência de falência múltipla de órgãos.

“O Hospital Israelita Albert Einstein confirma com pesar o falecimento de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, no dia de hoje, 29 de dezembro de 2022, às 15h27, em decorrência da falência de múltiplos órgãos, resultado da progressão do câncer de cólon associado à sua condição clínica prévia”, diz o texto divulgado. Pelé estava internado no hospital desde 29 de novembro.

Kely Nascimento, filha de Pelé, postou nas redes sociais uma mensagem de despedida. “Tudo que nos somos é graças a você. Te amamos infinitamente. Descanse em paz”. O Santos Futebol Clube publicou uma imagem de uma coroa com o dizer “eterno”.

Trajetória do Rei

Nascido em 23 de outubro de 1940 em Três Corações-MG, Pelé é filho do jogador João Ramos do Nascimento, o Dondinho, e Celeste Arantes, e foi o mais velho de dois irmãos. À princípio, o garoto foi apelidado de “Dico” por sua família, porém recebeu o apelido “Pelé” na escola, por conta da forma que pronunciava o nome de seu jogador favorito, o goleiro Bilé do Vasco da Gama de São Lourenço, time inspirado no homônimo carioca, o qual falava de forma equivocada.

Pelé cresceu na pobreza, em Bauru, interior de São Paulo. Ainda na infância, ele passou por alguns times amadores como o Sete de Setembro, Ameriquinha e no Bauru Atlético Clube, onde começou a ganhar projeção. Mesmo com tanto destaque nas categorias de base, o clube encerrou suas atividades em 1954 e os seus jogadores criaram um time de futebol de salão, o Radium, nome inspirado no time da cidade de Mococa. No futsal, Pelé já jogava entre adultos, com apenas 14 anos de idade.

Em 1956, Pelé recebeu propostas do Bangu e do Noroeste de Bauru, porém o técnico Brito, que o comandou na infância, conseguiu levá-lo para o Santos. A mãe de Pelé inicialmente era contra a ideia, mas acabou convencida.

Brito foi com Pelé para a cidade de Santos e garatiu aos dirigentes que o menino de 15 anos se tornaria o maior jogador de todos os tempos. Pelé inicialmente atuou na equipe amadora do Santos e rapidamente impressionou o técnico Lula, do time profissional, que o colocou no elenco.

Por ser considerado muito jovem, Pelé iniciou a temporada de 1957 na reserva, porém rapidamente ganhou espaço no time e mesmo entrando no segundo tempo, somava 18 gols em 30 jogos. Chamou a atenção do treinador da Seleção Brasileira, Sylvio Pirillo, que o convocou, mesmo tendo apenas dez meses de carreira.

Em 1957, Pelé já estava com seu nome consolidado no futebol. Era titular do Santos e foi artilheiro do Paulistão. Essa foi a primeira artilharia de um total onze na competição, recorde até hoje não batido. Mas o ano que marcou de vez o nome de Pelé na história do esporte foi 1958. Conquistou seu primeiro título de expressão ao levantar a taça do Paulistão pelo Santos.

Neste mesmo ano, Pelé foi convocado para a Copa do Mundo e foi peça importante no grupo que conquistou o primeiro título mundial pela Seleção Brasileira. Na mesma competição, se tornou o atleta mais jovem a marcar em uma Copa, outra marca que segue até os dias de hoje. O título o colocou de vez no coração dos brasileiros e projetou seu nome definitivamente para todo o planeta.

No Santos, os números de Pelé são impressionantes. Entre 1956 e 1974, atuou em 1.116 jogos e marcou 1.091 gols. O Rei tem 10 Campeonatos Paulistas, duas Libertadores, dois Mundiais de Clubes, quatro Torneios Rio-São Paulo, seis Brasileiros (sendo cinco Taças Brasil e um Torneio Roberto Gomes Pedrosa), uma Recopa Sul-Americana e uma Recopa Mundial, além de inúmeras taças conquistadas em torneios internacionais.

Pela Seleção Brasileira, se tornou o único homem a ganhar três Copas do Mundo como jogador. Conquistou as Copas de 1958, 1962 e 1970, além de diversos outros títulos que o Brasil disputava na época, como Taça do Atlântico (primeiro embrião da Copa América) e a Copa Roca (que posteriormente viria a se chamar Superclássico das Américas). Se aposentou da Seleção em 1971, com 77 gols em 92 jogos.

Após a temporada de 1974, que foi a 19ª com o Santos, Pelé se aposentou de clubes brasileiros, embora tenha continuado a jogar ocasionalmente pelo Peixe em partidas oficiais competitivas. Dois anos mais tarde, ele saiu de sua semi-aposentadoria para assinar com o New York Cosmos, dos Estados Unidos, para a temporada de 1975. Pelé era apontado na época como o atleta mais bem pago do mundo. Voltou a dar show dentro de campo e foi campeão da North American Soccer League.

Em 1 de outubro de 1977, Pelé encerrou a sua carreira em uma partida de exibição entre o Cosmos e o Santos, com uma multidão na arquibancada e transmissão em todo o mundo. Em seu discurso de despedida, Pelé pediu que o público repetisse com ele três vezes a palavra ‘love’, que significa amor.

Em 1990, o Rei voltou a vestir a camisa da Seleção Brasileira em um amistoso contra o “Resto do Mundo”, que marcou a comemoração do seu cinquentenário. Na ocasião, ele atuou o primeiro tempo e o Brasil perdeu por 2 a 1.

Pelé também se aventurou na política e inclusive atuou como Ministro do Esporte, e na carreira artística, tanto em atuações em filmes como em músicas. Mas é o futebol que se engrandeceu com tudo o que ele fez com a bola nos pés.

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