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Presidente do Souza-PB esquenta o clima antes da decisão: “Ferroviária é uma máfia”, diz

Um verdadeiro clima de guerra vem se criando para o duelo decisivo entre Sousa-PB e Ferroviária, marcado para este domingo (3), às 15 horas, no Estádio Antônio Mariz, o Marizão, em Sousa-PB, pela partida de volta das quartas de final do Campeonato Brasileiro da Série D. Como a competição oferece quatro vagas de acesso, a partida vale a classificação para a semifinal e consequentemente o acesso à Série C.

Nesta quarta-feira (30), o presidente do clube paraibano, Aldeone Abrantes, durante participação em uma rádio local, convocou os torcedores a irem até um hotel da cidade, onde, segundo ele, estariam dois homens armados que coagiram dois jogadores do Sousa para não atuarem na partida decisiva.

Durante sua fala nessa entrevista, o dirigente fez uma acusação à Ferroviária. “Apareceram dois elementos em um carro, nós localizamos o carro, e eles estão no Hotel Jardins. Eu peço a toda a cidade de Sousa e a quem for sousense, que possa vir aqui. São dois elementos bandidos, parecendo dois pistoleiros, barbudos, um deles ameaçando o atleta Luiz Henrique, inclusive dizendo que daria um carro para ele se ausentar do jogo e não renovar com o Sousa. É um cara que foi empresário dele dois anos atrás. E isso aconteceu também com o atleta Leozinho, fazendo todo tipo de ameaça para que o jogador não jogue domingo. Então nós não estamos enfrentando um time de futebol, é uma máfia”, apontou Abrantes, que também é vereador na cidade.

Ele também fez outras acusações. “Está em jogo uma vaga para a Série C do Campeonato Brasileiro. Eles sabem que dentro de campo vai ser complicado para eles, pelo nível da equipe que a gente tem, por isso estão usando esse tipo de expediente. Estão invadindo as redes sociais da esposa do treinador, estão invadindo as redes sociais da esposa do preparador físico, e agora mandaram esses elementos para aliciar os nossos jogadores”, acrescentou.

Após essa declaração, torcedores do Sousa foram até o hotel, onde houve um tumulto, inclusive com danos causados ao veículo do empresário, que acabou conduzido pela Polícia Militar até a delegacia. O acusado foi identificado como César Poubel, que já foi empresário do atleta Luiz Henrique anos atrás. Poubel alegou que entrou em contato com ele ainda em São Paulo, mas não conseguiu se reunir com o jogador e por isso foi até Sousa.

Em entrevista a outra rádio, o empresário afirmou que na conversa que teve com Luiz Henrique não houve nada relativo a uma tentativa de tirar o atleta do jogo de domingo contra a Ferroviária, como foi dito pelo presidente do Sousa. César disse que apenas queria abrir uma possível negociação para seguimento da carreira do atleta, que é um dos principais destaques da Série D do Campeonato Brasileiro. A Polícia local não divulgou se existe uma relação de Poubel com a Ferroviária.

Nesta quinta (31), a Ferroviária emitiu uma nota oficial sobre o caso. “A Ferroviária SAF tomou conhecimento dos recentes comentários proferidos pelo Presidente do Sousa Esporte Clube, Aldeone Abrantes, à rádio Tabajara, em que faz declarações agressivas, caluniosas e desrespeitosas ao nosso clube. Às vésperas do confronto decisivo pela Série D do Campeonato Brasileiro, tais manifestações não têm nenhum contato com a verdade e apenas geram tumulto e criam um clima hostil para a partida, incitando possíveis atos violentos contra nossa equipe. A Ferroviária SAF repudia veementemente as atitudes de Aldeone Abrantes e as enviará ao STJD, para que este analise as declarações e tome as medidas cabíveis, inclusive responsabilizando-o pelas consequências que elas podem gerar. Reiteramos nosso total respeito à instituição do Sousa-PB, que foi extremamente bem recebido em Araraquara. Calúnias e ilações infundadas em nada atrapalharão nosso foco na partida decisiva deste domingo”, diz o comunicado.

Mais atritos

Vale destacar que os atritos extra-campo tiveram início no jogo do último sábado (26), quando a Ferroviária venceu o Sousa por 1 a 0 pelo jogo de ida no Estádio da Fonte Luminosa, em Araraquara.

Após a partida, o clube paraibano emitiu uma nota onde apontava um caso de xenofobia sofrido por seus atletas durante a partida. “O Sousa Esporte Clube condena atos de xenofobia cometidos na partida deste sábado, contra a Ferroviária. Um pequeno grupo de torcedores se aproximou do nosso banco de reservas e começou a gritar palavras como ‘miseráveis’ e ‘mortos da fome’. Não pode haver mais espaço no futebol e em nenhuma área da sociedade para qualquer tipo de preconceito, seja ele xenofóbico, homofóbico, racista, misógino ou de natureza qualquer. Não podemos tolerar nem nos calar”, dizia a nota.

A situação denunciada não foi relatada na súmula pela arbitragem que conduziu a partida, que inclusive contou com profissionais da Fifa, como o árbitro Anderson Daronco, famoso por apitar jogos decisivos da elite nacional.

Na ocasião, a Ferroviária respondeu a acusação com outra nota. “Em resposta a nota do Sousa, a direção da Ferroviária afirma que não presenciou as manifestações de preconceito contra atletas e membros da comissão técnica do Sousa Esporte Clube. Aproveitamos a oportunidade para reafirmar que jamais pactuamos com esse tipo de atitude. A Ferroviária é um clube que tem histórico de combate público a toda forma de preconceito e discriminação. Esta é a posição da instituição, da imensa maioria da nossa torcida e da população de Araraquara”, dizia o texto.

Preparação

A Ferroviária se concentrou em Sorocaba, onde realizou os treinamentos desta semana visando o compromisso decisivo. Na noite desta quinta, a delegação vai para São Paulo, onde realizará sua preparação final antes de seguir viagem para o Nordeste. Para este compromisso, o técnico Alexandre Lopes terá o retorno do zagueiro Ronaldo Alves, que cumpriu suspensão na partida anterior.

Redação

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