Lucília Peixoto, mãe da adolescente assassinada pelo ex-namorado em Araraquara, falou com o Jornal da Morada sobre o comportamento abusivo do assassino. “Ele abalava o emocional dela e fazia ela se sentir culpada”
Nesta segunda-feira (13), no Fórum de Araraquara, foi realizada uma audiência de apresentação sobre o crime que chocou Araraquara há pouco mais de trinta dias: o assassinato da adolescente Júlia Peixoto Machado, de 13 anos, cujo corpo foi encontrado no imóvel do antigo Tropical Shopping.
O responsável pelo crime brutal foi um adolescente de 14 anos, que estudava na mesma escola e manteve um relacionamento com a menina entre o ano passado e o primeiro semestre deste ano.
Relembre o caso:
Adolescente é encontrada morta no imóvel de antigo shopping
Adolescente confessa ter matado a garota Júlia
Lucília Peixoto, mãe da adolescente morta, quebrou o silêncio e falou pela primeira vez sobre o crime. Em entrevista ao Jornal da Morada (veja matéria completa, abaixo), nesta terça-feira (14), a mãe contou detalhes sobre a relação entre os dois adolescentes. “Eu conheço ele [o adolescente que matou Júlia] desde o ano passado. Ele estudava na mesma escola. Assim que ela entrou no Augusto [Escola Estadual Augusto da Silva Cesar], eles já se gostaram. Depois de uma briga no ano passado, a Júlia parou de falar com ele e seguiu a vida dela. Esse ano, em abril, eles voltaram a se falar e começaram a namorar”, relembra a mãe.
Ela conta que permitiu o namoro e a presença do namorado na casa dela. “Eu permiti que ele viesse a minha casa. Eu preferia ela na minha casa do que na rua. Então, era um namorinho de escola”, relembra.
Sobre o comportamento do garoto, ela afirma que, no início, ele tratava bem a família e a namorada, mas o comportamento foi mudando ao longo do curto relacionamento. Nos dias anteriores ao crime, os sinais de um comportamento violento ficaram mais evidentes. “Uma semana antes disso acontecer, eles tinham brigado na escola. Ele tinha falado umas coisas bem pesadas”, relembra a mãe.
Lucília revelou que a filha chegou chorando em casa após sofrer as primeiras ameaças do rapaz.
“Ele ficou encarando a Júlia no corredor da escola e perguntou se ela não tinha medo dele, porque ele era um psicopata”, revela.
Quando o desaparecimento foi constatado, a mãe procurou imediatamente o ex-namorado, que inicialmente negou saber o paradeiro da adolescente, mas se recusou a mostrar as últimas conversas que eles mantiveram pelo whatsApp.
Nesta segunda-feira (13), o adolescente ficou em silêncio durante a audiência. “Do jeito que ele entrou, ele ficou. A mãe dele também permaneceu calada, assim como a advogada, que não me questionou nada. Só eu e o juiz falamos”, contou. A mãe afirmou também que não pretende tomar conhecimento sobre detalhes sobre o crime. “Eu não quero ficar imaginando o sofrimento que ela passou porque, pra mim, isso não vai fazer diferença”.
“Eu espero que a Justiça seja feita. Eu espero que ele fique por lá por muito mais tempo. Eu não desejo a morte porque isso seria pouco. Ele tem que ficar preso”.
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