O enfrentamento do momento climático atípico de estiagem pelo qual passa Araraquara e o Brasil como um todo exige a participação de toda a população no uso consciente da água. O alerta é do Departamento Autônomo de Água e Esgotos de Araraquara (Daae) e da Prefeitura de Araraquara.
Araraquara está há 126 dias sem chuvas significativas. Desde o dia 30 de março não há nenhuma precipitação considerável, o que causa estado de atenção.
Portanto, o momento é de muita atenção com o consumo. O abastecimento da cidade é composto por 35% de água superficial (represas Paiol, Cruzes e Anhumas) e 65% de água subterrânea vinda de 24 poços. Em decorrência dessa seca, as captações superficiais estão operando com capacidade extremamente reduzida.
A represa do Paiol opera com capacidade de volume útil de 39% e a represa Anhumas, com capacidade de 85% de extração. Já a represa das Cruzes, nossa maior fonte de abastecimento de água superficial, que representa 20% dos 35% captados, opera hoje com 13% da sua capacidade total.
Da mesma forma que outras cidades do estado de São Paulo, estão sofrendo com a estiagem, esse cenário nos coloca um sinal de alerta sobre o uso da água também em Araraquara.
Os setores de abastecimento que dependem da água superficial estão em medida de atenção, como por exemplo, parte do Centro, Carmo e São José, além da parte alta da Vila Xavier, e também os bairros da Fonte, Vila Harmonia, Imperador, Sedenho e outros do entorno.
De acordo com a superintendente do Daae, Ada Salmazo, por conta das dificuldades na reservação, a autarquia está enfrentando dificuldades na distribuição, o que tem causado baixa pressão e, em alguns momentos, falta d’água em certos setores. A solução encontrada para mitigar esses impactos é a implementação de manobras para abastecer os setores mais prejudicados. Já os setores abastecidos por poços profundos têm sido menos impactados pela estiagem e desempenham um papel crucial em auxiliar os demais setores.
Ou seja, a situação só não é mais grave, porque foram realizados investimentos significativos desde 2017, na ordem de R$ 100 milhões. Nestes últimos anos, o Daae investiu na perfuração de 10 poços profundos, aquisição dos equipamentos elétricos e de bombeamento; na aquisição de bombas submersas reserva para poços profundos, e na construção de 3 reservatórios de água potável no Selmi Dei, São Rafael e Cruzes. Além disso, também foi realizada execução de adutora de recalque entre a ETA Paiol e o CPR do Parque Planalto, que é o equipamento implantado quando é necessário transportar a água de um ponto mais baixo para um ponto mais elevado. Foram realizados ainda investimentos na contratação e conclusão do Plano de Gestão de Perdas e Setorização do Município, em desassoreamento da represa de captação das Cruzes e da represa do Paiol e em ações de preservação ambiental.
Mas a estiagem prolongada coloca Araraquara em estado de atenção e exige que as pessoas não desperdicem e usem a água potável de forma racional neste momento. Até porque não há previsão de chuvas significativas nas próximas semanas. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), nos próximos dias 9, 10 e 11 poderá ocorrer alguma precipitação, mas, em ambos, abaixo de 10mm, o que não impactaria na reservação e distribuição de água.
Medidas para o consumo racional
Diante da situação atual, é imprescindível, portanto, o uso criterioso da água e a prática de dicas de consumo racional, entre elas a verificação de vazamentos e se as torneiras e o registro do chuveiro estão fechados. Também é importante evitar lavar o carro e calçadas – prática, inclusive proibida por leis em alguns municípios; tomar banho rápido, fechar a torneira ao escovar os dentes e se barbear e evite depilar-se debaixo dos chuveiros; acumular roupas a serem lavadas; aproveitando a capacidade máxima da máquina; retirar o excesso e alimentos da louça com uma toalha descartável antes de lavar e usar pouco sabão para o enxágue; usar regador no jardim e, sobretudo, fazer a rega logo pela manhã ou à noite.
É importante ainda, para controle do consumo da casa, verificar o volume consumido na conta de água e olhar o hidrômetro. E para verificar se não existe vazamento na residência, basta fechar todas as torneiras interrompendo a entrada de água para o reservatório e observar o hidrômetro, que deverá estar parado. Constatando qualquer diferença, o munícipe deve procurar a ajuda de um técnico encanador.
E, ao verificar vazamentos nas ruas, calçadas, caixa/cavalete, o Daae pede para que o munícipe utilize o App da autarquia para comunicar, que é uma ferramenta muita prática, ágil e sem demoras.O telefone para qualquer dúvida, é o 08006022324.