A Arena Corinthians entrou de vez na Operação Lava Jato. Nesta terça-feira, em entrevista coletiva sobre a 26ª fase da investigação, denominada “Xepa”, o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou que a Odebrecht pagou propina para a viabilização do estádio que foi palco da abertura da Copa do Mundo de 2014.
De acordo com o procurador, foram identificados repasses ilegais ligados a uma diretoria que cuidava especificamente dos contratos do estádio. Carlos Fernando dos Santos Lima não citou os nomes dos executivos envolvidos.
O procurador afirmou que, nesta fase, o único estádio construído ou reformado para a Copa do Mundo que está sendo investigado é o do Corinthians. No entanto, “há indicativos” de que propina foi paga na execução de outras arenas.
Responsável do Corinthians pelas obras do estádio, o ex-presidente e atual deputado federal Andrés Sanchez foi procurado pela Rádio Bandeirantes, mas, de acordo com o dirigente, ele não fala mais publicamente em nome do clube a pedido do atual mandatário, Roberto de Andrade.
O vice-presidente do Corinthians André Luiz de Oliveira, conhecido como André Negão, que também é assessor parlamentar de Andrés Sanchez, foi conduzindo coercitivamente pela Polícia Federal para prestar esclarecimentos. Segundo a PF, Negão teria recebido R$ 500 mil de propina da Odebrecht.
Batizada de “Xepa”, a 26ª etapa da Lava Jato acontece nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco e cumpre, ao todo, 110 mandados: são 67 de busca e apreensão, 28 de condução coercitiva (quando a pessoa é levada a prestar depoimento), 11 de prisão temporária e 4 de prisão preventiva.
Esta etapa é um desdobramento da Operação Acarajé, a partir de depoimentos do marqueteiro do Partido dos Trabalhadores, João Santana, e da mulher dele, que estão presos em Curitiba.
