O guarda de muralha Rodrigo Torres Valério Troca usou o revólver calibre 38 da SAP – Secretaria de Administração Penitenciária para atirar no peito após assumir o posto de trabalho na Penitenciária de Araraquara, na noite de sexta-feira, dia 8.
Pessoas próximas ao rapaz, de aproximadamente 30 anos, dizem que ele estava há pelo menos três anos em tratamento psiquiátrico. O agente do Estado cometeu suicídio no mesmo dia em que reassumiu o cargo na muralha, após um período em tratamento médico.
Um agente penitenciário, que trabalha na unidade de Araraquara, disse à nossa reportagem que o colega sofria de depressão profunda e, que neste período, se afastou algumas vezes de suas funções.
Ainda, segundo este agente, os casos de suicídio cometidos por colegas de profissão preocupam a categoria. Média de pelo menos 1 suicídio por mês em 2016 no Estado de São Paulo.
“A orientação da Secretaria de Administração Penitenciária é que, em casos de tratamento psiquiátrico, o profissional seja acompanhado por uma equipe da unidade. Ele voltou e deram o armamento na mão dele. Olha o que aconteceu”, disse o guarda de muralha, que pediu para não ter sua identidade divulgada.
O agente revela ainda que há uma pressão muito forte sobre a categoria e que teme perseguição por parte da direção da unidade de Araraquara. Motivo do medo de ser identificado. “Já estamos cansados de tantos abusos e perseguições por parte desta atual diretoria. Aqui, se você não concorda com eles, acabam te transferido de unidade para calar a boca do servidor que tenta lutar pelo que é certo e moral.”
Até a publicação desta reportagem, a SAP – Secretaria da Administração Penitenciária não havia respondido ao nosso contato, por e-mail.