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Rio 2016: Alison e Bruno rebatem provocações e se classificam no vôlei de praia

Italiano hostiliza a torcida e dupla acaba derrotada por 2 a 0. Mamute sofre entorse leve no tornozelo e passará por exames de imagem. Duelos das oitavas de final terão início na sexta

Susto, raça, provocações, frio, chuva e alto nível técnico. Teve de tudo no confronto desta quarta-feira (10) entre Alison e Bruno e a dupla italiana Ranghieri e Carambula, na Arena de Copacabana. No fim, a vitória dos brasileiros por 2 sets a 0, com parciais de 21/19 e 21/16, em 45 minutos, garantiu a classificação às oitavas de final do torneio olímpico de vôlei de praia. O público que enfrentou o clima de inverno tratou de esquentar o palco com muito apoio para o time do Brasil e pressão sobre os rivais. Mas, por um momento, a arquibancada se calou e a temperatura despencou.

Ao tentar bloquear uma bola quando o duelo estava em 8 x 8, Alison pisou no pé de Carambula, que atacava. Ao tocar a areia, o brasileiro torceu o tornozelo direito e ficou no chão. Os médicos entraram, o “Mamute” saiu carregado e foi para o banco. “Tomei um susto maior que ele. Depois que ele viu que foi um mal estar, ele me deixou mais tranquilo. Então, foi importante para colocar a cabeça no lugar, respirar. Ele viu que dava para seguir e foi se adaptando de uma maneira que não incomodasse tanto. Daqui a dois dias vai melhorar”, disse o parceiro Bruno Schmidt.

“Ele acabou caindo antes no bloqueio e eu pisei no pé dele. No vôlei, a gente tem esse costume desde as categorias de base, o bloqueador, quando sente que vai virar (o pé), solta o corpo. Foi o que fiz. Se eu tivesse segurado tinha sido pior”, explicou Alison, que ouvia do banco, nos minutos enquanto se recuperava, seu nome gritado pela torcida. Quando voltou, ainda mancando, foi ovacionado. “Isso é superação, acontece. E não tem como não voltar para a quadra com uma torcida dessa”, continuou.

Se o apoio da torcida foi fundamental para os brasileiros mostrarem raça e não desistirem, mesmo nas adversidades, as vaias tiraram Carambula do sério. O atleta fez gestos obscenos em direção ao público, depois de dar um “jornada” durante um rali, que rendeu o nono ponto do time europeu no segundo set. A essa altura, os brasileiros estavam com 12. Na sequência, a equipe do Brasil pediu tempo. Na volta, Alison atacou forte e acertou o italiano, que não conseguiu defender.

Então foi a hora de o “Mamute” fazer o gesto apontando para o chão, mostrando que ali quem manda são os brasileiros. “Aqui não, porque essa torcida não merece isso. A gente se supera sempre e desrespeitar a torcida nunca. Isso nós não vamos deixar”. No fim do jogo, Alison ainda teve uma conversa na rede com Ranghieri. “Ele gosta de jogar contra a torcida, provocar. Ele me perguntou se a bola bateu no bloqueio no final do primeiro set. O juiz deu certeza que não bateu e ele pediu o desafio. Eu falei pra ele que não bateu e ele se incomodou um pouco”.

Após o jogo, Alison fez tratamento com gelo, tomou um anti-inflamatório e teve o pé imobilizado. O chefe médico do Time Brasil, Roberto Nahom, revelou que no exame inicial foi detectada apenas uma leve entorse. O atleta iria passar por exames de imagem na Vila dos Atletas para ter um diagnóstico mais preciso.

Ele terá dois dias para se recuperar, já que as oitavas de final têm início na sexta-feira (12.08). Os demais duelos de hoje e de amanhã irão definir as outras duplas classificadas. O sorteio será feito após o último jogo da repescagem, quando os quatro piores terceiros decidem em formato eliminatório as duas vagas restantes.

No vôlei de praia, cada vitória vale dois pontos e a derrota conta um ponto. São seis grupos com quatro duplas cada, classificando os dois melhores times e os dois melhores terceiros colocados diretamente.

 

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