No Pavilhão 6 do Riocentro, na Barra da Tijuca, onde está sendo disputado o boxe nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a torcida descobriu um jeito de aumentar ainda mais o barulho dos gritos e incentivar os atletas. É só bater os pés com força nas arquibancadas de metal que o som produzido parece um trem desgovernado capaz de atropelar os adversários. Uma prova de que essa força motriz pode levar a bons resultados veio nesta quarta-feira (10.8): o Brasil saiu vitorioso nas duas lutas que disputou.
O primeiro brasileiro a entrar no ringue hoje foi Michel Borges, na categoria meio-pesado (até 81kg), no começo da tarde. Muito aplaudido pela torcida, ele ganhou os três rounds, passou por cima do croata Hrvoje Sep e foi declarado vencedor por decisão unânime. “A torcida tem me incentivado e motivado. É fundamental ter essa torcida maravilhosa, fico arrepiado”, disse o carioca, que nasceu e cresceu no Vidigal.
No início da noite, foi a vez do baiano Robenilson de Jesus, no peso galo (até 56kg). Aos 28 anos, ele disputa sua terceira Olimpíada. Mas depois do confronto desta quarta, em que venceu o argelino Fahem Hammachi por decisão dividida (2 a 1), admitiu que a estreia nos Jogos Rio 2016, em casa, diante da torcida, foi uma emoção diferente. “É muito bom você lutar em casa, sendo apoiado pela torcida, pelos familiares. Minha esposa está aqui. Isso me motiva ainda mais para buscar o resultado”, afirmou.
Para ele, os torcedores brasileiros têm mais é que aproveitar e se soltar, mesmo que isso cause estranhamento em atletas estrangeiros e árbitros. “O brasileiro tem isso de fazer festa. Eu acho que a torcida tem que estar feliz e fazer o que eles acham melhor para ajudar o atleta. Mas eu entro focado e me concentro bastante no que eu quero, que é subir ao pódio”, opinou.