Uma festa com emoção, alegria, bom humor e para quebrar preconceitos. É isso que prometem os organizadores da Cerimônia de Abertura dos Jogos Paralímpicos, que será realizada nesta quarta-feira, no Maracanã. Com o desafio de impressionar o público após a alta expectativa gerada pelas cerimônias das Olimpíadas, o comitê organizador mantém muitos segredos, mas garante que o evento irá surpreender. “Vamos levantar a bandeira da tolerância, da democracia, do respeito às diferenças. É a chance de falarmos com deficientes do mundo todo, com as famílias, fisioterapeutas, médicos e todo o pessoal envolvido na causa. Nem todos somos iguais, é um mundo novo que aceita os múltiplos formatos do ser-humano”, explica o escritor Marcelo Rubens Paiva, um dos diretores criativos da Cerimônia.
Com o lema “O coração não conhece limites”, a festa será mais focada em temas como amor, solidariedade e no homem, sem precisar contar a história do país como nos Jogos Olímpicos. A intenção é passar para o público a energia sem fim de pessoas e atletas com deficiência, deixando claro que limitações físicas não são impedimento para grandes realizações. “Sempre nos preocupamos em chamar pessoas com deficiência para opinar nas nossas idéias e planos. Com isso, fomos calibrando a cerimônia para que seja emocionante e provocativa, mas de uma forma boa. Falamos de energia, alta performance, natureza humana. Queremos relativizar a normalidade”, explica Fred Geli, um dos diretores criativos.
São muitos os segredos que envolvem a cerimônia, mas alguns detalhes foram divulgados em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira, dia 2. No começo, uma roda de samba com Hamilton de Holanda, Diogo Nogueira, Maria Rita, Pretinho da Serrinha, Monarco, Xande de Pilares e Gabrielzinho do Iraja, que é deficiente visual, promete incendiar o público. Outro momento de destaque será a apresentação da snowboarder e bailarina americana Amy Purdy. A medalhista paralímpica que amputou as duas pernas aos 19 anos está há dois meses ensaiando uma coreografia solo que em determinado momento, terá um convidado especial. “Não podemos revelar quem é, mas será lindo. A dança é sobre a parceria entre os atletas paralímpicos e a tecnologia. É uma oportunidade incrível poder estar aqui e participar disso. Eu tive que mostrar que sei samba para conseguir o papel”, brinca Amy, esbanjando simpatia.
Momento tradicionalmente mais demorado da cerimônia, a entrada dos atletas também ganhará uma atração especial. Uma obra do artista plástico Vik Muniz será construída ao vivo no estádio, sendo finalizada com a chegada do Time Brasil, última delegação a participar do desfile. Além disso, para que todos possam curtir e assistir a festa, a previsão é de que a entrada ocorra na primeira meia hora do evento. Os organizadores garantem que a entrada da bandeira do Brasil será “emocionante e surpreendente, mas que fará todo o sentido quando acontecer”. O ápice da solenidade costuma acontecer com o acendimento da pira, que será a mesma dos Jogos Olímpicos, porém posicionada em outra parte do estádio e acesa de uma forma diferente. A chamada pira do povo, na Candelária, também ficará brilhando durante o período Paralímpico.
No total, são cerca de dois mil voluntários, 78 bailarinos profissionais e duas companhias de dança inclusiva envolvidas no espetáculo. A intenção dos organizadores é de que a Cerimônia de Abertura, que está marcada para começar às 18h15, acabe por volta das 21h. Os ingressos custam entre R$100 e R$1.200 e ainda estão à venda no site.


