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Semana de Sexualidade e Gênero segue com diversas atividades

Evento promove a discussão sobre diversidade sexual e de gênero através da perspectiva interseccional

A II Semana de Sexualidade e Gênero "Luana Barbosa dos Reis" vem sendo realizada durante esta semana em Araraquara, de 15 a 19 de maio, com uma programação que promove a discussão sobre diversidade sexual e de gênero através da perspectiva interseccional. Esta semana acadêmica-cultural vem proporcionando entrecruzamentos dos recortes de gênero, etnia, classe, tanto no tema das atividades, quanto na composição das mesas.

O evento homenageia Luana Barbosa dos Reis, mulher negra e lésbica, morta após ser agredida por policiais militares durante uma revista. "O corpo de Luana interseccionava opressões relacionadas a raça, sexualidade e gênero. Hoje, a memória de Luana é a força para que sigamos em luta contra o racismo, o machismo e a LGBTfobia", comenta Thayná Souza, uma das coordenadoras da Semana.

Aproveitando datas comemorativas do mês de maio – Dia do Trabalho, Dia das Mães, Dia da Abolição da Escravatura, e Dia Internacional de Combate à Homofobia – o evento traz estes temas para o debate. Drogas, etnias, classes, educação, mídia, trabalho, maternidade são os temas que compõem a programação, formada por minicursos, mesas redondas, rodas de debate, oficinas e sarau cultural.

A programação tem contribuições de diversas intelectuais negras, como as norte americanas Audre Lorde, Angela Davis, Bell Hooks, Kimberlé Crenshaw, além das brasileiras Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro e Djamila Ribeiro.

A atividade é uma realização da Coletiva Be, CAFF (Centro Acadêmico Florestan Fernandes), CAMT (Centro Acadêmico Maurício Tragtenberg), Coletivo Absogun e DAWS (Diretório Acadêmico Waldemar Saffioti), da Unesp Araraquara, com apoio da Prefeitura de Araraquara.

A programação completa pode ser conferida no site da Semana (https://ssgluanabarbosa.wordpress.com/). As inscrições gratuitas podem ser realizadas no site ou no início das atividades.

 

Terça (16/05)

08h – Anf A – Minicurso 1 – Moradia

O acesso a uma moradia digna é um direito assegurado pela Constituição Cidadã de 1988. Indaga-se sobre a existência de significativa parcela da população que não tem esse direito garantido. Sabe-se que não é de hoje que muitas pessoas são rejeitadas em seu núcleo familiar por não enquadrar a sua sexualidade ou identidade de gênero nos padrões ditos oficiais e são sistematicamente expulsas de sua família e moradia, sendo levadas a se vulnerabilizarem e a viverem em situação de rua. Como podemos lutar para mudar essa realidade?

Palestrantes: Iran Giusti.

 

08h – Sala 04 – Minicurso 2 – Militância asiática

A construção de um projeto de sociedade diferente da que temos hoje, que explora, encarcera e mata o outro considerado diferente e, portanto, inimigo, não deve se limitar à realidade ocidental. Dessa forma, esse minicurso irá introduzir aspectos da militância asiática, principalmente da perspectiva feminista, pouco lembrada em muitos espaços de debate.

Palestrantes: Gabriela Akemi Shimabuko e Marina Ueda Sai.

 

14h – Sala 89 – Roda de conversa sobre Maternidade

Trata-se de uma conversa sobre temas que permeiam a questão da maternidade, entendida enquanto algo compulsório para as mulheres, tendo em vista sua capacidade de gerar filhos e "o dever" derivado deste atributo biológico de cuidar de sua prole.

Palestrantes: Profª  Drª Claudete Camargo e Ana Carolina Fernandas

 

19h– Anf B – Mesa "Trabalho e Exclusão"

Apesar da existência de uma grande diversidade de tipos de atividades ocupacionais e empregos, os piores postos de trabalho são destinados a grupos específicos de pessoas no sistema capitalista. Por que isto acontece? Ademais, promove-se uma exigência de alta produtividade nesta era neoliberal, submetendo muitos trabalhadores e trabalhadoras a condições desumanas tanto no campo como na cidade.

Palestrantes: Enedina Andrade, Laís Túbero Izidoro e mediação de Dora Costa.

 

Quarta-Feira – 17/05

08h – Sala 06 – Minicurso 1 – Gênero e Drogas

A perspectiva interseccional traz consigo a capacidade de compreender a combinação das diversas opressões que podem perpassar os corpos de diferentes indivíduos. Assim, esse minicurso pretende trazer um reflexão acerca do uso de substâncias psicoativas por mulheres e LGBT+ e das consequências da atual política de drogas para essas pessoas. Serão levados em consideração os recortes de gênero, etnia, classe e idade no que diz respeito a criminalização, ao genocídio e encarceramento em massa desta parcela significativa da sociedade.

Palestrantes: Vita Pereira e Nêmara Vianna.

 

08h – Sala 05 – Minicurso 2 – Pajubá

Pajubá: a linguagem como resistência. Este minicurso apresentará a linguagem Pajubá para a comunidade acadêmica como viés sociolinguístico. Lançaremos mão dos poucos estudos existentes, assim como do escasso material disponível para análise. Seis tópicos serão desenvolvidos: 1. História concisa e a "origem" do Pajubá; 2. Linguística Queer e Sociolinguística; 3. Antilingua e Resistência; 4. Identidade Social e campis lexicais; 5. Aprendendo o Pajubá; 6. Curiosidades sobre o Pajubá. Esse minicurso objetiva também que esta linguagem, como meio de resistência e superação de valores sociais elitizados sobre sexualidade e gênero, sejam transformados em objeto de investigação acadêmica.

Palestrantes: Marcus Garcia de Sene e Victor Trajano.

 

14h – Sala 34 – A Importância da Interdisciplinaridade nas Políticas Públicas Municipais: roda de conversa com os Centros de Referência de Araraquara

O município é o ente federado mais próximo do cidadão, sendo assim, é a instância que enfrenta com maior intensidade os conflitos e complexidades da sociedade de maneira geral. Determinadas demandas emanam e precisam ser tratadas de forma conjunta. A proposta dessa mesa é trazer à tona a reflexão da interdisciplinaridade nas políticas públicas quando relacionadas a questão de sexualidade e gênero, entendendo que quando falamos de sexualidade, falamos de corpos múltiplos em suas definições, que devem ser respaldados em suas demandas e direitos pelo Estado.

Palestrantes: Luiz Fernando Costa de Andrade, Filipe Brunelli, Guilherme de Matos Floriano e Amanda Vizoná.

 

19h – Anf A – Mesa "Corpos Invisibilizados"

Esta mesa tem a intenção de dar visibilidade para temas e pessoas acerca da temática sexualidade e gênero, problemática social contemporânea que necessita produzir um novo repensar e agir sobre a estrutura da sociedade e dos movimentos sociais relacionados a esta luta.

Palestrantes: Michelle Bittencourt, Aruã, Hailey Kaas, Luiza Coppieters e mediação de Lola Aybar.

 

Quinta-Feira – 18/05

08h – Minicurso 1 – Cineducação "Babado Periférico"

Esse minicurso tem por objetivo trazer para a escola o debater sobre a vida cotidiana e as dificuldades enfrentadas pela população lgbt+ residente nas periferias. Para tal, assistiremos websérie Babado Periférico que é parte da tentativa de diminuir a contradição entre a alta concentração de LGBTs, nas periferias de São Paulo, e o pouco que se sabe sobre o assunto. Produzido por LGBTs das quebradas de SP, a websérie trata sobre temas como educação, saúde, família, aceitação da comunidade, juventude, cultura e tantos outros temas que tangem essa realidade de resistência diante de tanto preconceito, exclusão e exploração. Afinal, o que é ser LGBT nos espaços mais marginalizados e mal vistos de São Paulo?

Coletiva Be (debatedora) coletiva auto-organizada formada por e aberto à população LGBTQIA+ da UNESP Araraquara-SP, atuando desde 2015. (debatedora)

 

08h– Anf A – Minicurso 2: Internet e Mídias sociais

Textão, Política e Contribuição: apontamentos teórico metodológicos sobre a experiência democrática na era das mídias digitais. Na era da comunicação digitalmente mediada, as redes se converteram em facilitadoras da oportunidade de participar da vida pública e a internet tornou-se suporte para todos os tipos de discussão e ação social coordenada. As mídias sociais interativas articulam velocidades culturais e capacidades técnicas, com implicações para a chamada democratização da opinião pública e para a individualização. A intensa atividade nos serviços de redes sociais e o seu um papel ativo na visibilidade dada aos acontecimentos e às pessoas são marcas do capitalismo comunicativo. Este minicurso pretende oferecer aportes teóricos e metodológicos para refletir sobre como as mídias digitais alteraram a experiência democrática contemporânea questionando como as lutas na rede reiteram e/ou deslocam as lutas na vida offline. Interessa-nos debater sobre como a relação dialética e contínua entre on e offline tem articulado essas disputas. Há um novo conjunto de determinantes na relação entre os grupos, as redes sociais e os meios de comunicação, mas estamos em um momento de florescimento da mudança potencial?

Palestrantes: Larissa Facioli, Felipe Padilha e Rodrigo Melhado.

 

14h – Praça Pedro de Toledo – Oficina de Teatro do Oprimido

A oficina procurará, através de uma sequência de exercícios, introduzir os participantes nos aspectos próprios do teatro do oprimido a partir do fazer teatral, das formas e técnicas que podem contribuir para os contextos pedagógicos, terapêuticos e de mobilização social.

Facilitador: Rafael Campos

 

14h – Praça Pedro de Toledo – Oficina de Montação

A oficina de montação tem como proposta preparar corpos para ocupar a rua, espaço este muitas vezes hostil para muitas de nós. Nesse dia, celebraremos a nossa (R)Existências montadas.

Facilitadora: Vicenta Perrota

 

16h15 – Praça Pedro de Toledo – Ato

O ato visa protestar contra o patriarcado, o machismo, o racismo e a lgbtfobia que silencia, apaga, humilha e mata pessoas fora do padrão cis-hetero-sexo-normativo. A concentração se dará na Praça Pedro de Toledo, em forma de protesto contra os inúmeros abusos e agressões que se dão nesse ponto da cidade e terminará na Praça Santa Cruz, onde acontecerão intervenções artísticas.

 

18h – Teatro Wallace – Sarau e Pocket Show

Esse espaço político cultural trará diversas atrações, como apresentações de dança, teatro, rap, funk e mpb, que buscam reafirmar outras linguagens de resistência e de visibilidade.

 

Sexta-Feira 19/05

08h – Sala 89 – Mesa "Direitos e Cárcere"

A população carcerária do Brasil é a quarta maior do mundo, é majoritariamente composta de homens jovens, negros e pobres. Quem são estas pessoas? A proposta da mesa é aprofundar o debate sobre os direitos das mulheres e da população LGBT em uma perspectiva interseccional e de direitos humanos para debater questões sobre a sexualidade e gênero em relação ao encarceramento dessas populações.

Palestrantes: Victor Siqueira, Rosângela Cristina Martins, Marina Pedersen e mediação de Claudete Nogueira.

 

14h – Sala 308 da FCF – Roda de Conversa sobre Questões de Gênero, Raça e Saúde Mental.

Questões de gênero, raça e sexualidade: debate sobre manicômio, classe, gênero e raça como fatores que "facilitam" o encarceramento e o silenciamento de pessoas sob o pretexto de se cuidar da saúde mental. A partir desta perspectiva, haverá um debate sobre o sofrimento mental e as questões de gênero, raça e classe na atualidade além de refletir sobre quais espaços têm promovido o cuidado à saúde mental sem um olhar manicomial ou silenciador das demandas sociais.

Oficineira: Elânia Lima

 

16h15 – Sala 90 – Mesa de Encerramento"Conjuntura e Estratégias de luta"

Entender em que contexto as nossas lutas estão localizadas é de extrema importância para a ação política, tanto para compreendermos a dimensão do nosso desafio, quanto para podermos articular a maneira através da qual podemos organizar forças a fim de intervir na realidade brasileira de modo mais eficaz e contundente. Essa mesa, portanto, pretende fechar com chave de ouro e fomentar um debate sobre os rumos da luta diante desse governo ilegítimo.

Palestrantes: Thainara Faria, Luka França, Daiane Teixeira Almeida, Mayara Suni.

 

19h00 – Teatro Wallace –  Plenária temática do Orçamento Participativo – LGBT

A Prefeitura de Araraquara convida para participar do primeiro diálogo direto entre os gestores da cidade e a população LGBT+. Nesta plenária definiremos as políticas publicas para orientar o Orçamento Participativo (OP) relativo a essa população.

 

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