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Edinho Silva lamenta morte de Antônio Cândido

Sociólogo faleceu nesta sexta-feira, dia 12, aos 98 anos, e escreveu obras referenciais na interpretação da sociedade brasileira

O crítico literário e sociólogo Antônio Cândido, 98 anos, faleceu na manhã desta sexta-feira (12), em São Paulo.  A informação foi confirmada pela Faculdade de Filosofia e Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, onde ele deu aulas no curso de Letras e era professor emérito.

O intelectual, que esteve inúmeras vezes em Araraquara, onde ministrou palestras e conferências na Faculdade de Ciências e Letras da UNESP,  foi casado com a pesquisadora e também crítica Gilda Rocha de Mello e Souza, que viveu na cidade durante parte de sua infância.

Em nota, o prefeito Edinho Silva lamentou a morte de Antônio Cândido e destacou a importância de seus estudos para a interpretação da sociedade brasileira. Leia abaixo:  

 

Antonio Cândido: um símbolo

Com muito pesar, recebi a notícia do falecimento do sociólogo, intelectual, crítico literário e militante, Antonio Candido, na manhã desta sexta-feira, dia 12. Tenho um profundo respeito e admiração pela sua história de vida e pelo arrojo de suas obras que já são marcas da literatura brasileira. Suas formulações foram e continuam sendo fundamentais para a compreensão do Brasil.

Um intelectual além do seu tempo que se destacou não só pela rara inteligência, cultura e senso crítico, mas pelo extraordinário senso de dever na construção de uma sociedade melhor, pautada pela igualdade e cidadania, uma sociedade inspirada nos valores socialistas.

Obras emblemáticas como a "Formação da Literatura Brasileira", de 1959 e análise sobre o "caipira paulista e sua transformação" em "Os Parceiros do Rio Bonito" 1964 ajudaram a pensar a sociedade brasileira. Teve presença fundamental na criação do Partido dos Trabalhadores, em 1980 e, assim como outros grandes artistas e intelectuais, colaborou na luta pela construção da democracia no país. A coerência militante de Antonio Candido inspirou gerações.

Tive a honra de estar ao lado de Candido, pela última vez em 2007, quando, em uma solenidade em Araraquara, assinei como prefeito, o projeto de lei que fez homenagem à sua esposa, a também crítica e pesquisadora, Gilda Rocha de Mello e Souza que passou sua infância e produziu suas obras em Araraquara. Seu nome foi eternizado na EMEF (Escola Municipal do Ensino Fundamental) no Jardim Indaiá, na época, uma das escolas mais modernas do nosso município, instalada num bairro carente de infraestrutura.

Siga em paz, Antonio Candido. Sua obra continuará sendo referência e sua trajetória de vida um espelho para todos aqueles que acreditam na construção de um país mais justo e democrático.

 

Edinho Silva

Prefeito Municipal

 

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