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Araraquara recebe Feira de Cultura Indígena

Objetivo é dar visibilidade as comunidades indígenas; programação é gratuita

A I Feira de Cultura Indígena de Araraquara será realizada nesta sexta-feira e sábado, dias 14 e 15 de junho, no CEAR – Centro de Eventos de Araraquara e Região. O evento é gratuito e promovido pela Fundação Araporã, Geereri – Grupo de Estudos Educação e Relações Etnicorraciais na Temática Indígena, Programa "Índios na Cidade" da ONG Opção Brasil e conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Araraquara.

A realização da Feira visa dar visibilidade aos Povos Indígenas que vivem no contexto urbano das cidades brasileiras, observando suas demandas, trabalhando em sua autonomia e fazendo com que a sociedade reconheça o indígena como ele é e não como ela quer que ele seja. A Feira é um fator gerador de conhecimento, de renda, de acolhimento, de força para continuar na caminhada – especialmente contra o preconceito e a favor dos direitos dos povos indígenas onde eles estiverem vivendo – seja nas aldeias ou nas cidades, tirando-os da invisibilidade.

O evento busca promover a economia criativa indígena e constituir-se num espaço de reconhecimento das identidades étnicas e afirmação das tradições culturais. Há também uma interação cultural entre os povos presentes com exposição, artesanato, oficinas, grafismo, contação de histórias, dança, mesa redonda, stand, exposição fotográfica e muito mais.

No primeiro dia as atividades serão realizadas das 9h às 20h; no sábado a programação segue das 9h às 18h dialogando com a tradição indígena de forma permanente e ampla, mostrando também o resultado dos trabalhos de cada povo. Participam as seguintes etnias: TUPI (Peruíbe/SP – Aldeia Indígena Bananal/Tekoá Pakowaty), PATAXÓ (Aldeia Imbiriba – Porto Seguro/BA), PATAXÓ (originária de Barra Velha/BA, Kaingangs), TERENA (Aldeia Ekeruá, Aldeia Porto Real do Colégio Kariri Xocó Alagoas, Krenak, Guarani, Pankararu).

 

Debates e livros

Três mesas redondas compõem a programação e estão com inscrições abertas aos interessados. São elas: "Povos Indígenas, Preservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável: perspectivas atuais frente aos retrocessos e à violação de direitos" (sexta, 10h), "Povos Indígenas e os Direitos Humanos" (sexta, 18h) e "A Realidade Indígena Ontem e Hoje: história, tradição e realidade humana" (sábado, 16h30). As inscrições podem ser realizadas no link disponibilizado no "Serviço", ao final da matéria – ou na página do Evento criado no Facebook.

A Feira contará com o lançamento de dois livros. Na sexta-feira, às 18h, será realizado o lançamento do livro "Direitos Indígenas e Direitos Humanos – direito à multiplicidade ontológica na resistência Tupinambá" do Dr. Juiz de Direito André Augusto Salvador Bezerra. A solenidade acontece na Sala de Múltiplo Uso do Centro Internacional de Convenção, e a formação dos trabalhos conta com: Chirley Pankará, co-deputada da Bancada Ativista da Alesp/SP; e Grasiela Lima, da GEERERI/Fundação Araporã.

"Povos indígenas e Direitos Humanos (…)" promove um diálogo interdisciplinar entre o Direito e as Ciências Sociais, para sustentar que os direitos humanos asseguram, aos povos indígenas, a vivência em mundos distintos ao mundo da racionalidade eurocêntrica, que foi – e ainda é – o mundo imposto pelo colonizador desde o século 15. Para o entendimento do tema, o livro examina a reivindicação dos Tupinambá, da Bahia, pela demarcação de seu território, mostrando-o como o local em que essa população pode viver sua vida em um mundo diferente do baseado na propriedade individual. Além disso, a obra discute fundamentos para a não comoção social acerca das violações dos direitos dos povos indígenas. Examina, então, também com base nas demandas dos Tupinambá, como o Judiciário e a imprensa colaboram, ainda que involuntariamente, para essas violações, não compreendendo o verdadeiro sentido dos direitos humanos, em geral, e dos direitos dos povos indígenas, em particular: a tolerância aos múltiplos viveres das mais diversas populações espalhadas pelo globo.

Lembrando que André Augusto Salvador Bezerra – Doutor pelo programa de Pós-Graduação Humanidades, Direitos e outras legitimidades da Universidade de São Paulo – atua principalmente nas temáticas Direitos Humanos e democratização do Judiciário, além de ser Juiz de Direito do Tribunal de Justiça de São Paulo e professor formador na Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Superior Tribunal de Justiça) e ter presidido a AJD (Associação dos Juízes para a Democracia).

Já no sábado, após 18 meses de trabalho, será lançada a reedição de uma das obras de Luiz Bueno Horta Barbosa – "Povos indígenas e Direitos Humanos: direito à multiplicidade ontológica na resistência Tupinambá" – leitura relevante não apenas para compreender o passado, mas para compreender o presente e para repensar discursos estabelecidos. Os exemplares estarão à venda por R$ 20,00 e o lucro obtido será revertido para outro projeto cultural associado aos Kaingang.

O processo de reedição da obra "Povos indígenas e Direitos Humanos (…)" possibilitará a distribuição gratuita de, pelo menos duas centenas de exemplares, abrangendo escolas e universidades públicas e também as terras indígenas Araribá, Icatu e Vanuíre.

 

Outras atividades

Nos dois dias de Feira, a partir das 9h, haverá comercialização de artesanato indígena. A abertura na sexta contará com um ritual indígena multiétnico (canto e dança), às 9h15, seguida pela mesa de abertura da exposição fotográfica "Os primeiros nomes", apresentando aves silvestres e sua relação com a cultura indígena, numa produção do DAAE.

Na sexta serão realizadas oficinas com alunos da rede municipal, enquanto no sábado as oficinas são abertas ao público em geral – ambas com início às 10h e também às 14h. O encerramento da sexta será às 20h, com canto e dança. Aliás, é com canto e dança que se iniciam e terminam as atividades do sábado, respectivamente, às 9h30 e 18h.

Também haverá oficinas no sábado pela manhã e à tarde, abertas ao público geral, com taxa de R$ 15,00. Pela manhã, a partir das 10 horas, serão realizadas: "Grafismo Corporal", com Tamikuã Pataxó (PATAXÓ – originária de Barra Velha – Bahia), 50 vagas; "Tiaras de Bambu com Grafismo – Confecção Artesanato", com Guaraci Uwewidjú (TUPI – Peruíbe SP – Aldeia Indígena Bananal / Tekoá Pakowaty), 30 vagas; e "Pulseiras de Sementes" – Confecção Artesanato", com Murici Pataxó (PATAXÓ – Aldeia Imbiriba – Porto Seguro), 30 vagas.

No período da tarde, com início às 14 horas, serão oferecidas as oficinas: "Grafismo Corporal", com David Terena (Terena – Aldeia Ekeruá), 50 vagas; "Colar de Madeirinha – Confecção Artesanato", com Tamikuã Pataxó (Pataxó – Originária De Barra Velha – Bahia), 30 vagas; e "Canto Rojão – Música Que Integra Ritual kariri-Xokó", com Kairan kariri-Xokó (Aldeia Porto Real do Colégio kariri-Xokó Alagoas), 50 vagas.

Toda a programação é gratuita. O CEAR está localizado na Av. Maria Antônia Camargo de Oliveira, 4133, na Vila Velosa (antiga Facira).

 

Serviço:

I Feira de Cultura Indígena de Araraquara

Local: CEAR – Centro de Eventos de Araraquara e Região (Av. Maria Antônia Camargo de Oliveira, 4133 – Vila Velosa)

Datas: 14 e 15 de junho (sexta e sábado)

Horários: Sexta, das 9h às 20h; e no sábado, das 9h às 18h

 

· Links:

– Link para inscrição nas mesas-redondas:

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfD24i1xeICbovbqbHbj19Lk5YRoUZRJe–bL0pJeNgopxbuA/viewform

– Link para inscrição nas oficinas do sábado:

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeRZqf4NKFW5olr2v9i2k0Mqn1f4sh97t8Ael-nxIhaQTQ_MQ/viewform

– Página do evento no Facebook para mais informações:

https://www.facebook.com/events/1790969937644716/

– Mais informações sobre a reedição do livro "A Pacificação dos Kaingangs Paulistas: hábitos, costumes e instituições desses índios"

https://www.facebook.com/feiraindigenadeararaquara/photos/a.560586994465700/562248754299524/?type=3&theater

– Mais informações sobre o lançamento do livro: "Povos Indígenas e os Direitos Humanos: direito à multiplicidade ontológica na resistência Tupinambá"

https://www.facebook.com/feiraindigenadeararaquara/photos/a.560586994465700/563222684202131/?type=3&theater

 

Programação I Feira de Cultura Indígena de Araraquara:

 

· 14/06 – Sexta-feira

9h: Início da comercialização do artesanato + Estande e exposição fotográfica "Os Primeiros Nomes" – as aves silvestres e sua relação com a cultura indígena (Daae)

9h15: Abertura de Feira: Ritual Indígena multiétnico (canto e dança)

9h30: Mesa oficial de abertura

10h: Mesa-redonda – "Povos Indígenas, Preservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável: perspectivas atuais frente aos retrocessos e à violação de direitos"

10h: Oficinas (apenas para os alunos das escolas na sexta)

14h: Oficinas (apenas parar os alunos das escolas na sexta)

18h: Mesa-redonda – "Povos Indígenas e os Direitos Humanos"

– Lançamento do Livro: "Povos Indígenas e os Direitos Humanos: direito à multiplicidade ontológica na resistência Tupinambá"

20h: Encerramento: canto e dança final

 

· 15/06 – Sábado

9h: Início da comercialização do artesanato + Estande e exposição fotográfica "Os Primeiros Nomes" – as aves silvestres e sua relação com a cultura indígena (Daae)

9h30: Abertura do segundo dia com canto e danças indígenas

10h: Oficinas (aberta para o público, requer inscrição e taxa de 15,00)

Sala 1 – Grafismo Corporal: 50 vagas

Tamikuã Pataxó (PATAXÓ – originária de Barra Velha – Bahia)

 

Sala 2 – Tiaras de Bambu com Grafismo – Confecção Artesanato: 30 Vagas

Guaraci Uwewidjú (TUPI – Peruíbe SP – Aldeia Indígena Bananal / Tekoá Pakowaty)

 

Sala 3 – Pulseiras de Sementes – Confecção Artesanato: 30 vagas

Murici Pataxó (PATAXÓ – Aldeia Imbiriba – Porto Seguro)

 

11h: Roda de Conversa: "A Pacificação dos Kaingangs Paulistas"

Lançamento da Reedição do livro "A Pacificação dos Kaingangs Paulistas: hábitos, costumes e instituições desses índios"

14h: Oficinas (aberta para o público – taxa: R$ 15,00)

– Sala 1 – Grafismo Corporal: 50 Vagas

Com: David Terena (Terena – Aldeia Ekeruá)

– Sala 2 – Colar de Madeirinha – Confecção Artesanato: 30 Vagas

Com: Tamikuã Pataxó (Pataxó – Originária De Barra Velha – Bahia)

– Sala 3- Canto Rojão – Música Que Integra Ritual Cariri Xocó: 50 Vagas

Com: Kairan Cariri Xocó (Aldeia Porto Real Do Colégio Cariri Xocó Alagoas)

16h30: Mesa-redonda – "A Realidade Indígena Ontem e Hoje: história, tradição e realidade urbana"

18h: Encerramento: canto e dança final

 

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