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Acusado de matar mulher a facadas se entregará à justiça

Ele afirma que o crime foi passional, pois a vítima mantinha um relacionamento com uma mulher

Almir José Gomes Nascimento, 38 anos, natural de Rio Formoso-PE e morador do Jardim Victorio De Santi, em Araraquara, procurou a DIG (Divisão de Investigações Gerais), por meio de seus advogados, para tratar da sua apresentação voluntária e esclarecer a morte de Kênya Regina Silveira de Oliveira, de 21 anos.

No início da tarde da última sexta-feira (9), Kênya foi esfaqueada e morta no centro de Araraquara. O crime aconteceu no estacionamento, próximo à residência da vítima, no cruzamento da Avenida Feijó com a Rua Expedicionários do Brasil.

Durante uma discussão no local, ele pegou uma faca e golpeou o pescoço de Kênya, que chegou a andar até o portão sem conseguir pedir ajuda e morreu com o celular na mão.

A vítima pagava mensalmente uma vaga no estacionamento para guardar o veículo que Almir, então seu namorado, teria comprado de presente para ela, uma motocicleta Ninja Kawasaki de cor verde.

A felicidade do casal foi registrada por uma postagem em uma rede social da concessionária onde o veículo foi adquirido, o que teria causado uma discussão da vítima com sua outra namorada, forçando o fim do relacionamento com o autor do crime, segundo uma testemunha.

Muitas hipóteses surgiram durante a apuração dos fatos, o que dificultou o trabalho da Polícia Civil. Testemunhas afirmavam que o veículo usado pelo criminoso seria um VW/Jetta de cor preta, mas foi confirmado posteriormente se tratar de um GM/ Prisma de cor preta.

Ainda durante o final de semana, a DIG já sabia quem era o autor e fechava o cerco para prendê-lo. Durante as diligências, um amigo do autor chegou a ser preso por porte ilegal de arma de fogo.

O trabalho de investigação seguiu em sigilo para que o autor fosse encontrado. Na casa de Almir foram encontrados indícios da obsessão pela vítima, bem como de sua fuga da cidade.

Através de informações de parentes, amigos e pessoas ligadas a Kênya, ela passou a sofrer “stalking” (perseguição obsessiva), por parte do autor, que procurava entender o fim do relacionamento e o distanciamento, após a aquisição do veículo.

Ela teria desabafado a uma testemunha, que não sabia mais o que fazer para se livrar das invasões de sua privacidade e perseguições até no local onde trabalhava.

Em contato com um dos advogados do acusado, ele disse que o essencial é deixar claro que Almir tinha duas opções: se ocultar ou enfrentar a justiça e a opinião pública. Ele preferiu a segunda opção e sabe da repercussão do caso e sobre o que comentam a respeito. A decisão do autor do crime é se entregar à Polícia. Segundo a defesa, o crime não foi premeditado e as investigações comprovarão essa tese. 

Almir era motorista em uma distribuidora de bebidas há 10 anos e era considerado uma pessoa calma e um excelente funcionário, segundo amigos de profissão.

 

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