Em 2020, acontecerá as Olimpíadas em Tóquio, no Japão. E também acontecerá as Paralimpíadas, entre os dias 25 de agosto a 06 de setembro. Entre as modalidades que o Brasil disputará está o “Futebol de 5”, exclusivo para cegos ou deficientes visuais. A bola utilizada nesta modalidade tem guizos internos para que os atletas consigam localizá-la através do som.
Na sexta-feira (07), a Ferroviária recebeu integrantes da Seleção Brasileira de Futebol de 5, representando a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV). Entre eles, estavam Altemir Trapp, que é analista de desempenho da CBDV e estava à serviço da Confederação para apresentação da modalidade Futebol de 5 na cidade de Araraquara; o coordenador de eventos da CBDV, Saulo; o atleta da Seleção principal de Futebol de 5, Gledson; os atletas da Seleção de base, Alaf (sub-23) e Marco Antônio (sub-15); e outros atletas do esporte da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais de São Bernardo do Campo cidade de São Bernardo (APADV).
No gramado da Fonte Luminosa, os jogadores da Ferroviária colocaram vendas nos olhos e praticaram atividades com os atletas do Futebol de 5, como tentativas de conduzir a bola, bobinho e cobrança de pênaltis.
“Nós viemos para Araraquara com o intuito de estar divulgando o desporto paralímpico, visando os jogos de Tóquio, que será no mês de agosto. Então, é para a cidade estar se familiarizando e se contextualizando com o que pode esperar das nossas equipes, em particular do Futebol de 5, que vai em busca do pentacampeonato”, disse Altemir Trapp.
Ainda segundo ele, a interação com os atletas da Ferroviária foi uma experiência única. “Nós já tivemos oportunidades de conhecer estádios, museus, ir próximos ao gramado. Mas de entrar, de ter essa interação e o contato, ter a possibilidade de interagir com os atletas da Ferroviária, foi um momento único para nós. Foi um momento especial na vida deles, com certeza eles vão guardar com muito carinho essa recordação e acredito que os atletas da Ferroviária, por ter tido essa troca de experiência com os meninos, com certeza será valiosa para eles”, afirmou.
O meia Léo Artur foi um dos jogadores que vendou os olhos para participar das atividades. Ele comentou como se sentiu. “A sensação é um pouco de pânico, insegurança, parecia que eu ia cair”, disse. Ele ainda analisou que é possível transferir aprendizados dessa interação com a modalidade paradesportiva para o futebol convencional. “A concentração. No nosso futebol precisamos estar sempre muito concentrados, e é a mesma coisa no Futebol de 5. Se você não estiver concentrado, não vai conseguir escutar o barulho da bola”, disse.
O goleiro Saulo falou que essa interação com os atletas do Futebol de 5 servirá de exemplo para os atletas da Ferroviária, não só na área esportiva. “Eles são exemplo de superação, não só como atletas, mas para carregar para a vida. Nós não temos a noção das coisas que eles fazem, do que é esse sentimento de não enxergar, do que passam no dia a dia. E ter a oportunidade desse convívio e essa experiência, pode ter certeza que eles ganharam alguns fãs. Hoje, nós da Ferroviária somos todos fãs deles”, comentou.
O esporte já é praticado há muitos anos no Brasil, mas só se tornou uma modalidade paralímpica em 2004. Desde a sua inserção nos jogos olímpicos, o Brasil foi campeão em todas as edições: superou a Argentina em Atenas (2004), China em Pequim (2008), França em Londres (2012) e por fim, o Irã no Rio (2016). Também conquistou cinco copas do mundo de 7 disputadas.