InícioNotíciasGeralAção da GCM contra moradora coloca Araraquara nos “trending topics”

Ação da GCM contra moradora coloca Araraquara nos “trending topics”

Reportagem publicada pelo Portal Morada foi um dos assuntos mais comentados do país nesta segunda-feira (13)

Araraquara foi um dos termos que ocupou os chamados “trending topics” do twitter, nome traduzido literalmente como tópicos de tendências para designar as hashtags mais tuitadas, nesta segunda-feira (13).

O motivo de toda a polêmica em torno da cidade foi uma reportagem, publicada pelo Portal Morada e, antes, transmitida ao vivo pelo Jornal da Morada, sobre a ação da Guarda Civil Municipal (GCM) contra uma morada que se recusou a respeitar o decreto que proibiu a circulação de praças e parques da cidade. A medida foi adotada como forma de evitar aglomerações e conter o avanço do coronavírus. Araraquara tem, segundo o último boletim da secretaria da Saúde, 28 casos confirmados, dentre eles duas mortes provocadas pela doença.

A ação da GCM imediatamente ganhou as redes sociais e acirrou o debate político. Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro, que já chegou a classificar a covid-19 como uma “gripezinha”, tem circulado pelas ruas de Brasília e se manifestado contrário a quarentena, adotada por diversos governadores e replicada por centenas de prefeitos pelo Brasil afora. Por isso, alguns chefes do Poder Executivo nos estados foram considerados antagônicos ao presidente. É o caso do governador João Dória (PSDB), de São Paulo, que chegou a discutir com o presidente durante uma reunião para analisar o avanço do vírus no país.

Se isso já não fosse combustível suficiente, basta lembrar que Araraquara é atualmente administrada por Edinho Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT). Pronto! As divergências políticas foram todas reafirmadas a partir do episódio envolvendo a Guarda.

O vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, tuitou sobre o assunto e classificou os jornalistas responsáveis pela matéria como ““prostitutas ideológica$  (sic) que fazem política e jornalismo com as vias retais” (leia mais).

No entanto, também rolou muita piada sobre o caso. Muitos associaram a ocorrência atual com a operação da Polícia Federal que, no ano passado, prendeu a quadrilha acusada de hackear o juiz Sérgio Moro, com a revelação das mensagens que ficaria conhecida como Vaza Jato. O líder e outros integrantes do grupo eram de Araraquara.

A internauta Manu (@_thebeats) comentou a notícia. “Carluxo falando sobre a doida de Araraquara. Se o Brasil não é pra amadores imagina meu país Araraquara”. Do perfil Inarcisista (@RenanJsantos), o tom de deboche: “Como assim tão flnd de Araraquara?? Até ontem ngm sabia q a gnt existia. Pera ae…… Ditadura Comunista???????????”, compartilhou.

Porém, as opiniões político-partidárias prevaleceram, como no twitter de @leandroruschel: “O que precisa acontecer imediatamente em Araraquara, depois que uma cidadã foi presa ilegalmente por estar numa praça, sozinha: 1- Os policiais envolvidos devem ser alvo de processo de abuso de autoridade. 2- Deve ser aberto processo de Impeachment contra o prefeito..” ou na postagem de Diogo Brüggeman (@deltanz): Mulher em Araraquara insiste em descumprir o decreto da prefeitura que impede a utilização de parques/praças durante a pandemia de covid19. Foi presa! É nisso que resulta o discurso do presidente. Pessoas se colocam em risco e arriscam a vida dos outros”. Do perfil de Luiz Magalhães (@Lfmleao), mais um deboche: " Depois da Grávida de Taubaté, temos uma nova lenda para o folclore brasileiro: A Bolsonarista de Araraquara". 

O jornalista Alexandre Garcia também usou o twitter para se manifestar sobre o caso e classificou o episódio como "um marco da resistência da liberdade ante o totalitarismo". Garcia disse ainda: "Uma mulher não cede seus direitos constitucionais diante de quem se diz jornalista. então a brutalidade da guarda municipal passa a agir".

 

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