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Ferroviária oferece apoio psicossocial a atletas e suas famílias

Departamento de Desenvolvimento Humano do clube tem desenvolvido trabalhos voltados à promoção de cuidados com a saúde mental 

Em tempos de combate ao novo coronavírus, a Ferroviária vem tomando todos os cuidados necessários. Desde o dia 17 de março, o clube suspendeu as atividades de todas as categorias, que passaram a trabalhar de suas casas seguindo uma cartilha de treinamentos específicos. Além disso, através das redes sociais, a Locomotiva está orientando diariamente como combater e evitar a dispersão do novo coronavírus.

A Ferroviária também vem trabalhando um aspecto fundamental: a atenção psicossocial. Através do Departamento de Desenvolvimento Humano (DDH), a Locomotiva tem desenvolvido trabalhos voltados à promoção de cuidados com a saúde mental e socioassistenciais dos atletas e de suas famílias.

“Desde que entramos no período de isolamento social, nosso departamento tem atendido e monitorado mais de 150 atletas e suas famílias, com intuito de oferecer apoio e realizar as intervenções necessárias”, afirma a psicóloga do clube, Annie Kopanakis.

Além de oferecer atendimento psicológico e socioassistencial individualizado, o DDH também tem desenvolvido novos recursos interventivos. “Foi assim que criamos grupos de apoio destinados a todos os atletas da Ferroviária. Os grupos acontecem em ambiente virtual e contam com atletas de todas as categorias. Isso significa que temos a oportunidade de dialogar com atletas do futebol feminino e masculino, tanto da base quanto do profissional, num espaço mediado por profissionais das áreas da psicologia e serviço social”, fala Annie.

Esses grupos são separados por posição. Ou seja, tem o grupo dos atacantes, dos meio campistas, dos zagueiros… “A troca de experiências entre atletas com idades distintas também enriquece o processo de formação de todos e acabamos contribuindo com o desenvolvimento de capacidades, como as de sociabilização, comunicação e também aquisição de conhecimentos voltados a prática esportiva”, complementa Annie.

O atleta Tony, de 33 anos, está no grupo dos meio campistas. “Tem algumas dinâmicas que nós interagimos, alguns vídeo conferências. Está sendo bem legal, quem é mais jovem quer conversar ou tirar algumas dúvidas. Teve um desafio que fiquei quase o dia inteiro pra resolver (risos). É bom para distrair”, comenta.

Já Andreia, experiente zagueira do time feminino com 35 anos, fala que as atividades estão ajudando a treinar o corpo e a mente. “Fazemos reuniões via zoom onde compartilhamos nossas experiências, discutimos alguns temas, levamos nas reuniões algo que é especial para nós. Temos alguns desafios para despertar intelectualmente como descobrir filmes, resolver exercícios de matemática, procurar figuras perdidas em fotos… Criamos outras atividades para mostrarmos o que nos faz falta ou apreciar algo que temos onde antes da pandemia não tínhamos notado. Particularmente nos agrega muito e é sempre bem divertido, estamos treinando o corpo e ativando a mente. Espero que todos nós possamos voltar à nova vida de uma forma diferente da qual tínhamos quando tudo isso começou”, disse.

João Victor Benassi é goleiro do time sub-17 masculino e também fala da importância das atividades. “A interação com os outros goleiros e goleiras do clube tem sido bem importante, conseguimos absorver bastante coisa de pontos de vista diferentes. E também conseguimos ter o contato que as vezes na correria dos treinos e jogos não conseguimos”, pontua.

Lucilene Rodrigues dos Santos é goleira das Guerreiras Grenás, com apenas 17 anos. Ela comenta que, através das atividades em grupo, está conhecendo melhor os atletas do clube. “Está sendo ótimo, estou conhecendo pessoas novas da mesma posição que eu, pessoas que eu encontrava no clube e não tinha nenhum contato. Hoje falo com todos e cada dia mais conhecendo a história de cada um”, fala.

Num momento tão difícil e cheio de angustias, o apoio entre as pessoas é de fundamental importância. Para Annie, a instituição deve cumprir um papel relevante nesse sentido. “A possibilidade de acolhimento, suporte afetivo-emocional e social são potentes auxiliadores na redução do estresse, ansiedade e promoção de saúde mental. Acredito que as áreas da Psicologia, Pedagogia e Serviço Social nunca estiveram tão bem lembradas e requisitadas no futebol. Temos evoluído muito na Ferroviária e esperamos crescer muito mais”, afirma.

A equipe do DDH conta com Annie Kopanakis, psicóloga e coordenadora do Departamento de Desenvolvimento Humano; Taís Rios, psicóloga; e Priscila Almeida, assistente social.

 

 

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