Expoente da força do futebol do interior na década de 1970, o atacante Careca completa 60 anos nessa segunda-feira, 5 de outubro. Revelado pelo Guarani e ídolo do São Paulo, se destacou ao lado de Diego Maradona com a camisa do Napoli e defendeu a Seleção Brasileira em duas Copas do Mundo. Ainda se aventurou como dirigente, fundando o Campinas Futebol Clube.
Natural da cidade de Araraquara, fã do palhaço Carequinha, Antônio de Oliveira Filho ganhou o apelido ‘Careca’ nas categorias de base do Guarani, time pelo qual despontou para o futebol brasileiro no final da década de 1970. Na ocasião, a equipe de Campinas entrava na disputa do Campeonato Brasileiro de 1978 sem maiores pretensões, mas com o destaque de alguns garotos, em especial de Careca, o time ficou com o inédito conquistado por uma equipe do interior.
Foram cinco temporadas defendendo a equipe bugrina, com a conquista da Taça de Prata de 1981, antes de se transferir para o São Paulo, onde chegou em 1983. Pelo tricolor foram mais cinco anos, quando atingiu o ápice da carreira. Campeão paulista de 1985 e 1987 e Brasileiro de 1986 -com participação direta na conquista diante do próprio Guarani- foi titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1986, no México. Com 5 gols marcados, foi o vice-artilheiro do torneio, superado apenas pelo inglês Gary Lineker, que marcou seis vezes.
Destaque em terras brasileiras, Careca rumou para a Itália, onde foi defender o Napoli a partir de 1987. Principal jogador do Mundo na época, o meia Diego Armando Maradona era o camisa 10 do clube e a parceria com o genial argentino rendeu conquistas importantes. Campeão da Copa da UEFA -equivalente à atual Liga dos Campeões- na temporada 88-89 e do Campeonato Italiano de 89-90, ainda conquistou a Supercopa Italiana em 1990.
No mesmo ano, defendeu novamente a Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo, desta vez a da Itália, onde marcou mais dois gols, chegando a sete totais em mundiais.
No clube italiano até 1993, se aventurou no futebol japonês, onde atuou pelo Kashiwa Reysol até 1996, antes de retornar ao futebol brasileiro, onde vestiu a camisa do Santos, time para qual torcia na infância, na disputa do Campeonato Paulista de 1997.
Em 1998, ao lado de Edmar, antigo companheiro de ataque, fundou o Campinas Futebol Clube, por onde também atuou, inclusive mais tarde, em 2004, quando encerrou a carreira. Antes, em 1999, disputou algumas partidas do Campeonato Gaúcho pelo São José, de Porto Alegre.