Uma das atletas mais jovens do elenco de 2015 que conquistou a Libertadores da América, na Colômbia, quase não embarcou por um equívoco, mas viajou e ergueu o troféu com 16 anos. A zagueira Luana, oriunda das categorias de formação da Ferroviária e que tem mais de 100 jogos com a camisa afeana, contou as histórias que mais marcaram para ela até hoje, sobre a competição continental.
Luana chegou à Ferroviária na segunda metade de 2014, ano do primeiro título do Campeonato Brasileiro e em 2015, com a reformulação no elenco que a equipe foi obrigada a passar devido à convocação da Seleção Permanente, ela subiu ao time principal com 16 anos. “Foi um ano difícil para o clube. Eu cheguei em 2014 e logo no ano seguinte eu já subi para o adulto, jogando Brasileiro, Paulista e no final do ano a Libertadores. Foi um momento de muito aprendizado para mim e o Léo – Leonardo Mendes, técnico da equipe na época – foi importante demais para o meu crescimento”, afirmou.
No embarque para a Colômbia, Luana quase foi impedida de viajar. “Chegamos no aeroporto e eu era menor de idade. Chegou na hora do embarque e precisava de uma declaração dos meus pais, que moram em Rondônia. Eu não tinha e ninguém havia falado nada sobre isso. Todo mundo ficou desesperado, eu e o Léo nos olhamos e não sabíamos o que fazer. Foi uma correria muito grande no aeroporto e não conseguíamos achar a Polícia Federal, até que lá no finalzinho encontramos a sala e aí descobrimos que quando eu fiz o passaporte já tinham colocado que eu estava liberada para viajar, mas estava muito pequeno e ninguém conseguiu ver. Foi um alívio muito grande de todo mundo”, relembrou.
Sobre o título da Libertadores, a zagueira afeana afirmou que não sabia a dimensão daquela conquista. “Na época eu não tinha tanta noção do tamanho daquele título. Nós vivemos, ganhamos e sabíamos que era importante, mas acho que hoje nós conseguimos ter uma clareza maior de tudo que aconteceu. Tem atletas que são mais velhas que nós e não viveram isso. E agora eu vejo que eu tenho um título que muita gente quer e não tem”, falou.
Luana destacou a superação da equipe naquele ano. “É a palavra que nos define. O quanto a gente se uniu, se juntou e se fechou naquele campeonato. Acho que fomos muito desacreditadas por muita gente que acompanhou nossa trajetória e no final nós nos unimos e isso foi o mais marcante para nós naquele ano e no título”, afirmou.
A Ferroviária vai para sua quarta disputa de Libertadores. A Locomotiva já disputou em 2015, ano do título, 2016, no Uruguai, quando foi eliminada na primeira fase e 2019, no Equador, ano do vice-campeonato. A Copa Libertadores da América Feminina, está marcada para os dias 5 a 21 de março e será disputada na Argentina.
Texto: Jonatan Dutra/Ferroviária SA