No último domingo (21), a Ferroviária voltou a fazer história no futebol feminino ao repetir o feito de 2015 e conquistar a Copa Libertadores da América 2020. O triunfo veio com a vitória na final sobre o América de Cali da Colômbia por 2 a 1 na Argentina, país que sediou todo o torneio que reuniu as maiores potências da modalidade no continente.
De volta à Araraquara na última terça (23), a delegação afeana não pôde receber o carinho dos torcedores por conta da situação da pandemia da Covid-19, porém algumas campeãs conversaram com a TV oficial do clube, que divulgou as imagens em suas redes sociais.
Para a técnica Lindsay Camila, que é a primeira mulher a conquistar o título da Libertadores como treinadora, a conquista ainda não parece real. "Eu tenho falado todo dia que somos a equipe do milagre. Dá para fazer um filme, dá para fazer um livro de conto de fadas. Essa é a história da Ferroviária campeã da Libertadores", destacou.
Autora do segundo gol na final, a camisa 10 Aline Milene também não encontra palavras para ilustrar sua felicidade pela conquista continental. "É uma sensação indescritível, não tem como descrever mesmo porque é único. É um momento que fica cravado na história do clube e também para mim, como atleta e pessoa", resumiu.
A zagueira Ana Aline nunca imaginou que poderia fazer história no setor ofensivo, já que foi a artilheira do time na competição com três gols, dois marcados na vitória por 4 a 1 sobre a Universidad do Chile, que assegurou a classificação na primeira fase, e o outro na semifinal contra o River Plate da Argentina. "É um momento único, principalmente para a minha vida. Nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar que isso pudesse acontecer, ainda mais sendo artilheira, fazendo os gols que ajudaram a equipe a caminhar para essa final", revelou.
Se para algumas atletas, o feito era inimaginável, para a lateral Barrinha não foi novidade, já que ela é uma das cinco jogadoras que estiveram na campanha do título de 2015 na Colômbia. A lateral, aliás, foi autora de um dos gols na vitória por 3 a 1 sobre o Colo Colo do Chile na final daquela edição. "Foi muito difícil, muito difícil mesmo. Me sinto feliz e honrada por conquistar esse título mais uma vez pela Ferroviária", contou.
Um dos maiores destaques afeanos na Argentina foi a goleira Luciana, que conquistou um título que faltava em sua carreira, que já conta com títulos estaduais e nacionais. Ela destacou o apoio que o futebol feminino recebe de Araraquara."O título está aí, o título é da cidade, o título é de vocês. Eu agradeço de coração por vocês sempre terem nos abraçado, sempre ter abraçado o futebol feminino e por nunca desistirem de nós. E o ano só começou, temos muito campeonato pela frente", completou.
As Guerreiras Grenás voltam agora suas atenções para o Campeonato Brasileiro, competição onde buscarão o tricampeonato após levantarem a taça em 2014 e 2019. Sua estreia está agendada para o dia 18 de abril, contra o Palmeiras, ainda sem local e horário definidos pela CBF.