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Cia. Brasileira de Teatro faz ensaio aberto no SESC

Atividade convida o público a observar e debater questões de gênero, racismo e convivência

Neste sábado (2), a Companhia Brasileira de Teatro estará no Sesc Araraquara com residência artística para a criação do novo trabalho da Cia. e do dramaturgo e diretor Marcio Abreu, intitulado Preto. Voltada para maiores de 16 anos, a residência acontece das 10h às 13h e para participar é necessário fazer a inscrição gratuita na Central de Atendimentos do Sesc. Mais tarde, às 20 horas, o grupo faz um ensaio aberto, na Convivência da unidade, apresentando cenas e trechos de textos elaborados nesta etapa de criação, além de bater um papo com a plateia.

Com direção de Marcio Abreu, Preto conta com dramaturgia de Grace Passô e Marcio Abreu. No elenco estão Renata Sorrah, Felipe Soares, Grace Passô, Nadja Naira, Rodrigo Bolzan e Cássia Damasceno. A direção musical é de Felipe Storino.

O trabalho promove uma investigação sobre racismo e negação das diferenças a partir da vivencia brasileira e em perspectiva com o mundo. Uma experiência que busca expandir através da arte as percepções sobre o outro e sobre os espaços de convivência e de formação das sensibilidades.

O projeto nasceu como um desdobramento de Projeto bRASIL, a obra mais recente da companhia. O mergulho na literatura de formação do pensamento sobre o país, as visões sobre a nossa história sócio-política e étnico-cultural, as viagens pelo Brasil em convivência com as múltiplas diferenças, as viagens por outros países, vivenciando o olhar estrangeiro sobre nós e vice-versa e a radical consciência da reverberação de tudo isso para além do desafio de uma única peça, foram alguns dos aspectos que fundamentaram a decisão de criar PRETO.

Duas referências basilares influenciam e alimentam o processo de criação desta peça: a obra de Joaquim Nabuco, intelectual e politico abolicionista brasileiro que viveu no séc XIX entre o Brasil e a Europa, e uma obra contemporânea do professor e cientista político sul-africano Achille Mbembe, A Crítica da Razão Negra, a qual propõe uma reflexão crítica indispensável para responder à principal questão sobre o mundo no nosso tempo: como pensar a diferença e a vida, o semelhante e o dissemelhante?

Nos últimos anos, em suas recentes criações, Marcio Abreu vem investigando e criando dramaturgias que evocam a dimensão pública do teatro, como lugar de convivência e manifestação de presenças ética e esteticamente articuladas. Em PRETO segue o caminho de interseção entre campos distintos da arte e do pensamento, dialogando com a performance, a música, a dança, as artes visuais, a filosofia, a literatura e a antropologia. Além disso, coloca em relação diferentes culturas e pontos de vista, pois reúne artistas brasileiros e estrangeiros, ampliando as questões e buscando indissociabilidade entre conceito, processo criativo e modos de produção.

Em maio e junho de 2015 foi realizada a primeira etapa de trabalho numa residência de criação em Hellerau e Mousonturm, na Alemanha. A segunda etapa do processo criativo dedica-se ao desenvolvimento da dramaturgia em perspectiva plural, articulando textos de ficção criados especialmente para a peça, espaço físico, experimentando dimensões e entendimentos do “dentro” e do “fora” e vivências do que é “privado” e do que é “público”, sonoridades e presença física a partir do material pesquisado e da experiência de atravessamento de instâncias do real na construção do objeto artístico.  O grupo acredita que a sala de ensaio é instância fundamental da criação, como laboratório vivo e aberto em contraposição à execução de um projeto pensado inteiramente a priori.

Sobre o diretor
Márcio Abreu é dramaturgo, diretor e ator, natural do Rio de Janeiro, fundou e integra a companhia brasileira de teatro, sediada em Curitiba. Em projetos de pesquisa e criação, faz trocas com artistas do Brasil e de outros países. Seu trabalho é focado, entre outras coisas, na articulação e criação de novas escritas para a cena e na interseção entre os diversos campos da arte.

Publicou recentemente pela Editora Cobogó suas peças Nômades, Maré e projeto brasil. Sua peça Vida foi publicada na Ensaia – revista de dramaturgia, performance e escritas múltiplas. Foi, ainda, traduzida e publicada na França, pela Maison Antoine Vitez numa antologia de autores contemporâneos da América Latina

Obras recentes: Vida (de sua autoria, 2010) com a companhia brasileira; Oxigênio (de Ivan Viripaev, 2010) com a companhia brasileira; Isso te interessa?(adaptação de BonSaint-Cloud!, de Noëlle Renaude, 2011) com a companhia brasileira; Enquanto estamos aqui (de sua autoria em parceria com Pedro Kosovski, 2012) com a coreógrafa Marcia Rubin; Esta Criança (de Joël Pommerat, 2012) com Renata Sorrah e a companhia brasileira; Nús, ferozes e antropófagos (com o coletivo Jakart , a companhia brasileira e artistas convidados, 2013) intercâmbio entre artistas brasileiros e franceses; Nômades (de sua autoria e de Patrick Pessoa, 2014) com as atrizes Andrea Beltrão, Malu Galli e Mariana Lima; Krum (adaptação da obra de Hanoch Levin, 2015) com Renata Sorrah e a companhia brasileira; projeto brasil (texto seu, com dramaturgia em parceria com Giovana Soar, Nadja Naira e Rodrigo Bolzan, 2015) com a companhia brasileira; Nós (de sua autoria em parceria com Eduardo Moreira, 2016) com o Grupo Galpão. Recebeu inúmeras indicações e prêmios por suas criações, incluindo os prêmios Shell, Bravo, APCA, APTR, Cesgranrio, Gralha Azul, Quem e Questão de Crítica.

 

Serviço

Projeto Preto

Dia: 2/9, sábado

Horário: 20h

Local: Convivência

Classificação: 16 anos

Grátis

**Retirada de ingressos na Central de Atendimento no dia da atividade, a partir das 9h30. Limitado a 2 ingressos por pessoa.

 

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