O trabalho dos treinadores tem ficado cada vez mais fácil com o auxílio da tecnologia. Graças ao uso do vídeo, programas de dados e a presença de especialistas nas comissões técnicas, os clubes conseguem entender melhor seus adversários e corrigir erros. É o caso da Inter de Limeira, que conta com o analista de desempenho Rogério Abreu, desde a chegada de João Vallim, responsável por 'armar' a equipe contra os adversários.
“Pego os dados, faço leitura, filtro e levanto informações pertinentes. O analista de desempenho é uma espécie de auxiliar técnico, mas especializado em números. Mostro os erros e ajudo o time a se preparar melhor”, contou o profissional de 26 anos.
Hoje, o sistema de análise feito por Rogério é dividido em três partes: estudo do time, do adversário e do mercado. Para isso, ele faz uma inspeção detalhada das partidas e utiliza programas de dados para converter os números em relatórios simples.
“Tem a análise qualitativa, de passes certos e errados, a quantitativa, que abrange todo esquema tático, e, por último, a análise de mercado, que vem em prática desde a Série A3 (do Paulistão). Faço um levantamento dos atletas que o Vallim quer contratar, passo todas as informações e auxilio a diretoria na tomada de decisão”, afirmou.
“Vallim me explicou tudo sobre o projeto dele, o que era importante de analisar dos atletas, dos adversários e do mercado. Não é simplesmente assistir aos jogos. O especialista interpreta aquilo que o técnico precisa, para chegar tudo mais fácil nas mãos dele”, acrescentou.
“Olhos e ouvidos do treinador”
Uma das funções de Rogério é adiantar os pontos fracos e problemas dos adversários, principalmente antes de jogos decisivos, como no caso das fases de mata-mata da Copa Paulista. No entanto, pelo pouco tempo que o comandante tem entre os jogos de ida e de volta –cerca de seis dias de treino–, é preciso que o analista tenha muito cuidado no processo de decupagem.
“Rogério me passa todas as jogadas das equipes adversárias e eu trabalho em cima desses vídeos. Por isso, preciso confiar muito no trabalho dele. É uma ferramenta boa, mas requer muita atenção. São os olhos e ouvidos do treinador”, explicou João Vallim.
Jogo estudado
Neste sábado (18), às 20h, a Inter de Limeira recebe a Ferroviária no Major José Levy Sobrinho, para o primeiro confronto da final e o quarto encontro entre as equipes na temporada. De acordo com Rogério, o time grená foi muito estudado pela comissão técnica e pelos atletas ao longo da semana.
“Nós já nos enfrentamos três vezes (duas pela Copa Paulista e um amistoso). Os sistemas de jogos são bem definidos. Mesmo assim, Vallim pediu para esmiuçar os últimos três jogos da Ferroviária, para saber se o PC Oliveira mudou alguma coisa. Como a gente já havia se enfrentado, ficou um pouco mais fácil”, disse.
Inclusive, um dos pontos que o clube alvinegro irá explorar na decisão foi averiguado pelo analista. "A Ferroviária tem mesmo uma queda de rendimento no segundo tempo. No nosso primeiro jogo, foi isso que a gente explorou, pelo bom físico do nosso time", finalizou.
