Dois representantes da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Araraquara, Adriana Aparecida Biasiolo e Pedro Paulo Ferrenha, ocuparam a Tribuna Popular da Câmara Municipal, nesta terça-feira (27), para discorrer sobre autismo na unidade dois da entidade e a conclusão das obras dessa unidade.
Nenê Ferrenha, como é mais conhecido, é o presidente da Apae e destacou que a obra foi iniciada com recursos de uma Emenda Parlamentar (EP). Porém, são necessários ainda cerca de R$ 50 mil para a conclusão do projeto, para começar a atender de 30 a 40 pessoas com autismo severo. “Estou aqui representando a Apae e também os seis Rotary Club de Araraquara, que estão conosco nessa campanha, e está dando certo. Oferecemos a oportunidade de os empresários apoiarem aqueles que serão atendidos.”
Adriana, por sua vez, disse que a demanda para acolher autistas surgiu a partir dos pais que não sabiam a quem recorrer, pois o atendimento na cidade é precário. Explicou o que é o autismo, como é feito o diagnóstico e a intervenção da Aba, a Análise de Comportamento Aplicada, que é uma abordagem baseada em princípios científicos, e tem sido identificada como a forma mais eficaz na intervenção à criança diagnosticada com autismo.
Falou ainda sobre inclusão e especificou a funcionalidade da unidade dois da Apae. “Para atendermos 30 crianças com autismo grave, em dois períodos – manhã e tarde -, são necessários vários profissionais especializados: fonoaudiólogo especialista em linguagem, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogos especialistas em análise do comportamento e aplicadores do Aba”, frisou.
Um levantamento do valor do projeto apontou custo per capta de R$ 1.236,00 por paciente em atendimento de meio período, com custo direto e indireto.
Em seu pronunciamento, Adriana pediu ajuda política aos vereadores para o pleno desenvolvimento dessa proposta, pois a entidade precisa terminar a obra e manter os serviços.
Finalizou com uma fala impactante. “Precisamos parar de brincar de atender crianças com autismo, pois sabemos que existem hoje milhares de pessoas em jaulas, amarradas em casa, por não ter um atendimento especializado e uma intervenção correta. Devemos construir um novo modelo de atendimento, e nós da Apae estamos aqui para colaborar”, pontuou.