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Araraquara Rock: festival começa nesta quinta

Evento terá a participação de seis bandas da cidade

Os roqueiros da região estão em festa: esta semana acontece o 16º Araraquara Rock, de quinta a domingo, com uma programação totalmente gratuita e com grandes nomes do rock’n roll, além da participação de seis bandas de Araraquara – a “Morada do Sol”.

O evento promovido pela Prefeitura de Araraquara, por meio da Secretaria Municipal da Cultura e Fundart e com o apoio do Sesc Araraquara, este ano garantiu a participação de um maior número de bandas da cidade, atendendo um pedido do público local. Assim, das dezessete bandas do line up, seis delas são de Araraquara, sendo quatro selecionadas e duas convidadas.

As quatro bandas escolhidas – Tessalônica, Toxic Death, Os Capial e Main Station – participaram da seletiva no Teatro Wallace Leal, no mês passado, e foram submetidas a um corpo de júri especializado, com membros de fora da cidade, que consideraram: histórico da banda, originalidade, criatividade, execução e composição para a seleção. Já as bandas Blixten e Hellside receberam o convite da organização do festival, devido ao simbolismo das gerações que ambas representam. Hellside é a banda com trabalho autoral mais antiga da cidade em atividade enquanto a Blixten é jovem, expressando uma nova geração de amantes do rock’n roll. Em comum, ambas as bandas têm mulher na sua formação, característica valorizada pela organização do evento.

 

Participação

Para a Toxic Death foi uma enorme satisfação fazer parte, ou seja, poder tocar no festival com a grandeza que tem Araraquara Rock! Esta edição está muito f**a, com bandas com muita qualidade! O cenário da cena do rock’n roll na cidade tem crescido muito com bandas de Heavy, Hard Rock, Thrash Punk… vejo que o cenário está cada vez mais crescendo”, diz Fernando Moura, baixista e vocalista da Toxic Death.

Marcel, da Tessalônica, conta como recebeu a notícia da classificação da banda: “atendo o telefone e recebo um parabéns pela classificação! Automaticamente, você já tem aquela explosão interna… vontade de gritar, chorar, agradecer a Deus pela sua graça concedida. O curador do evento falando contigo no celular e tua cabeça já visualizando o dia X do evento”, diverte-se. Ele espera que o festival traga unificação dos estilos de rock para Araraquara. “Um upgrade no cenário araraquarense”, acredita, lembrando que a Tessalônica irá apresentar para o público o mais puro Hard Core protestante, sem ofensas e divisão. “O cenário tem que fortalecer, unificar estilos e sons, com mais respeito, irmandade e resistência!”.

Washington Marcolino, baterista da Main Station, conta que não esperava participar do festival, pois “o nível das bandas na seletiva ao vivo era muito alto”. Para ele, o evento é de “extrema importância para o fortalecimento da cena, não só na cidade, mas em toda região e no Estado, e fora dele também, pois até bandas de fora de São Paulo se inscreveram”.

E a expectativa é forte para o festival! Marcelo Tucci, d’Os Capial, lembra que “trata-se de um dos maiores, se não o maior festival de rock do interior paulista”. Ele e os integrantes da banda já tocaram em diversas edições do Araraquara Rock. “Podemos dizer que todas as vezes foram sensacionais por vários motivos: som muito bom e estrutura geral do festival excelente – fora o ambiente que é maravilhoso, com muitas bandas fazendo intercâmbio de experiências e conversas… é fenomenal”, recorda-se. “Pode-se dizer que foi o ano mais difícil de se conseguir a vaga, mas saímos do palco sabendo que fizemos nosso melhor, mesmo sabendo que todas a bandas também o fizeram. Provavelmente algum aspecto do nosso show fez o diferencial, e sermos selecionados entre 19 ótimas bandas é uma grande conquista. Foi a maior recompensa do nosso esforço e empenho”.

“Ficamos super felizes com o convite”, conta Kelly Hipólito, vocalista da Blixten. “O evento está com cara de que vai ser uma das melhores edições: super bem estruturado! A galera da organização está de parabéns, todos pensaram nos mínimos detalhes e é isso que faz o evento ser bem sucedido. Sem contar que o line up está impecável, muitas bandas que têm mulheres entre seus integrantes, bandas que têm história e sei que a galera está mega amarrada pra ver”, defende.

“O Araraquara Rock sempre teve meu respeito e admiração, sempre trazendo o que há de melhor no rock nacional e de bandas independentes”, diz Marcel. “Sempre acompanhamos e participamos como público… Um sonho que sempre ardeu em nós de um dia pode participar, tocar e dividir o palco com demais bandas – quer seja famosa ou underground – somos todos iguais! Hoje um sonho que desde o início almejado, hoje concretizado”, comemora.

 

Retorno ao Arena

O 16º Araraquara Rock será realizado de 13 a 16 de julho, com toda programação gratuita. A abertura do festival acontece no Sesc Araraquara na quinta-feira (13), às 20 horas, com a banda Tutti-Frutti; depois, de sexta-feira (14) até domingo (16), a programação será realizada no Teatro de Arena Prefeito Benedito de Oliveira. É o retorno do Araraquara Rock para o espaço onde tudo começou há 16 anos. Por isso mesmo, a edição tem o tema “Mama, I'm Coming Home” – nome da música do álbum No More Tears, lançado pelo cantor de heavy metal Ozzy Osbourne, em 1991.

“A gente está mega ansioso pra tocar, e justo na época em que o Araraquara Rock retorna de um lugar que ele nunca deveria ter saído. É um lugar cheio de história”, aponta Kelly. “É um evento família: você vê criança, vê avô, vê aquela velha guarda de Araraquara que frequentava a cena desde os anos 80, e vê a galerinha nova se descobrindo nesse meio que sempre foi acolhedor. E a ideia do Araraquara Rock pra mim sempre foi essa: acolher as tribos, ouvir um som e conhecer muitas bandas sensacionais da cidade e da região”.

“Muito bom essa volta às origens, mantendo a tradição que o festival sempre teve no Teatro de Arena”, concorda Fernando, da Toxic Death. Marcel considera o local apropriado e adequado para receber o evento. “Literalmente é sentir-se em casa, com a família underground”, aposta.

Os Capial receberam a informação do retorno ao Arena e consideraram “a melhor notícia desta edição, pois o lugar é a cara do festival: criou-se uma identidade enorme com o local – apesar de o primeiro não ter sido lá – mas acredito que dez ou mais edições foram realizadas no Teatro de Arena. Então é um trunfo”, aponta Marcelo.

Para o baterista da Main Station, “o Araraquara Rock tem a cara do Teatro de Arena: o espaço é muito acolhedor e adequado para o evento”. Washington acredita que o Araraquara Rock mudou muito desde o primeiro ano, onde o slogan “tire sua banda da garagem”. “Não faz mais nenhum sentido na atual edição: o festival cresceu muito e já teve momentos de forte visibilidade e influência. O profissionalismo das bandas selecionadas unidos à grande influência das atrações principais fez o festival ter prestígio no âmbito nacional”.

Marcel considera o evento sensacional. “Representa a nossa cidade e fortalece o cenário do rock nacional, algo expresso na região e de nível nacional – assim como a escolha do tema, dentro do conteúdo do verdadeiro rock’ n roll mundial, ou seja, a raíz pura sem frescura!”, festeja.

“Nesses 16 anos passaram pelo festival muitas bandas renomadas e outras promissoras que se tornaram grandes nomes do cenário, isso tudo num evento gratuito!”, lembram Os Capial. “Só isso já mostra a grandiosidade do evento. O line up é espetacular, tendo em vista que o festival tenta não repetir bandas, de modo que o público tem a oportunidade de conhecer novos talentos. Não teria opção melhor de headliners do que a deste ano, com bandas selecionadas sempre de alto nível. Achamos isso sensacional”, emenda Marcelo.

“Vejo que o Araraquara Rock se renova a cada edição. Talvez seja melhor assim, parafrasear o rei do rock brazuca e ser essa metamorfose ambulante dos festivais!”, finaliza Washington, da Main Station.

 

Conheça as bandas da Morada do Sol:

 

 

Tessalônica

Fundada em 22 de agosto de 1996, a Tessalonica traz uma linha musical do rock Hard Core ao Punk Rock. Suas letras e músicas de criação e composições próprias relatam protestos (Ponderados/Sem Ofensas) trazendo a crítica e uma mensagem positiva. A banda araraquarense tem passagens por diversas cidades como: São Paulo, Osasco, Itapecirica da Serra, São Bernardo do Campo, Taboão da Serra, Santos, Indaiatuba, Itú, Campinas, Rio Claro, Piracicaba, Bauru, Araraquara entre outras localidades do interior de SP e grande SP.

 

Toxic Death

Toxic Death é uma banda de thrash/death metal que começou suas atividades em 2014. Desde lá, a banda tem trabalhado intensamente nas composições de músicas agressivas, sempre com um vocal gutural forte e marcante. A influência da banda e o foco para compor são voltados ao cenário underground oitentista e também anos 90, com fortes influências de Sepultura, Slayer, Exodus,Obituary, Morbid Angel, Suicidal Tendencies, Pantera, Napalm Death. Toxic Death conta em sua formação com: João Leopoldo Morandini (guitarra), Fernando Moura (baixo/vocal) e Marcelo Rocha (bateria).

 

Os Capial

Bento “Chapéu de Paia” Pereira (bateria) e Dito “Paieiro” da Silva (guitarra e vocal) formaram Os Capial em 2014, tocando um Grind/Death. Trouxeram no nome a homenagem ao trabalhador braçal do campo, já que executam um trabalho musical igualmente pesado, como um serviço braçal; além da vivência no interior de de São Paulo, que é originalmente agrário, daí a singela homenagem às origens caipiras. Assim: temática, vestimentas, letras e falas – todas são voltadas ao mundo “caipiresco”. Vale destacar que a banda se apresentou em alguns festivais e shows fora do Estado, dividindo palco com alguns ícones da musica extrema, tais como Test, a banda portuguesa Holocasto Canibal, além de Ratos de Porão, Olho Seco, Necrofobia, Deus Castiga, Siege of Hate, Letall, Facada, Hutt e DER. A banda prepara seu terceiro álbum ainda para esse ano e possui seis vídeos clipes independentes produzidos, além de um DVD lançado virtualmente.

 

Main Station

A banda começou as atividades em 2014 com a proposta de fazer música autoral. Produzindo o seu segundo álbum (The Balloon), a Main Station traz uma forte influência do Blues, assim como arranjos vocais bem trabalhados. Por isso mesmo, a banda criou o projeto “Rock Caipira”, onde a vertente Southern Rock é o foco do grupo. Com diversas apresentações em bares e pubs da região, o grupo chega formado por: Marcelo Zavaglia (harmônica), Paulo Santos (vocal e guitarra), Pedro Vieira (vocal e baixo), Washington Marcolino (bateria) e Wellington Marcolino (vocal e violão/guitarra).

 

Blixten

A banda é convidada do Araraquara Rock, representando a cidade nos novos talentos da música, além da contribuição feminina na cena rock and roll da cidade. O quarteto surgiu em 2013, com o objetivo de trazer para o século XXI, o peso, velocidade e melodia que as bandas de Heavy n' Hard tinham nos anos 80. Com influências de bandas como Warlock, Anthrax, Dio, Twisted Sister e Iron Maiden, a banda lançou o single Like Wild em abril, e planeja gravar o EP no final deste ano. Blixten conta com: Kelly Hipólito (vocal), Aron Marmorato (baixo), Murilo Deriggi (bateria) e Miguel Arruda (guitarra). Confira mais informações no Facebook (/blixten.official).

 

Hellside

O quarteto formado em 1989 faz um som próximo do crossover com pitadas grind e crust. As letras atacam o sistema capitalista, a homofobia, o racismo, a destruição da natureza e qualquer tipo de conservadorismo e opressão ao ser humano. ''The day that laugh died'' foi o primeiro trabalho de estúdio gravado em K7, em 1992. Em 2012, após um período de inatividade, o Hellside retorna aos palcos e grava ''Extinção''. O mais recente trabalho recebe o título de ''Troca desigual''. Hellside é: Flavinha Antunes (guitarra), Serginho (baixo), P.P. (bateria) e Zaba (vocal). No Facebook confira: / hell.side.3.

 

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