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Araraquarense se prepara para trabalhar nas Olimpíadas

Acostumado a atuar como estatístico em jogos de basquete e vôlei em Araraquara, César Alcântara realizará seu sonho de trabalhar no maior evento esportivo do mundo

As Olimpíadas representam o momento máximo do esporte mundial. E se a competição costuma ficar marcada na memória de todos que a acompanham pela televisão, imagine então para quem tem a oportunidade de acompanhar de perto e ainda realizar o trabalho que sempre desempenhou com amor e dedicação. Essa é a expectativa vivida pelo araraquarense César Augusto Tonielo de Alcântara, que foi confirmado para trabalhar no evento que pela primeira vez na história será realizado na América do Sul.

César tem 33 anos, nasceu em Araraquara, foi criado em Limeira e voltou à sua cidade natal para cursar Educação Física da Uniara. Se formou e continuou morando na Morada do Sol. Há 15 anos trabalha como estatístico nos jogos de vôlei e basquete que são realizados em Araraquara. Iniciou no basquete como estatístico da Federação Paulista de Basquetebol (FPB) e hoje atua pela Confederação Brasileira de Basquetebol (CBB) e também pela Federação Internacional de Basquetebol (FIBA). Além das 15 temporadas trabalhando junto ao basquete, César também atuou em duas temporadas como estatístico no voleibol da cidade. “Gosto muito dessa parte de números, parte organizacional do esporte”, conta.

O estatístico sempre teve a vontade de trabalhar em um grande evento esportivo internacional e mirou essa oportunidade em 2010, ao se inscrever para trabalhar voluntariamente na Copa de 2014. “Eu prestei o processo seletivo, mas não fui escolhido na última fase. Mas aí eu pensei que para as Olimpíadas do Rio eu não poderia perder. Eu queria estar junto ao basquete e queria estar junto à estatística esportiva, que é o que eu queria. Para estar na estatística, eu teria de prestar o processo seletivo de voluntário. Independente se eu passasse ou não, eu faria o processo seletivo, afinal de contas é o maior evento do mundo e não poderia ficar de fora”, explica César.

Assim, ele se inscreveu no processo de seleção que contou com cinco fases: uma análise de currículo, uma dinâmica online, uma entrevista presencial, um nivelamento de idiomas e o evento-teste. Quando chegou ao evento-teste, ele já sabia que estava perto de realizar seu sonho, já que poucas pessoas são eliminadas nessa fase. O evento-teste foi um torneio de basquete feminino que contou com quatro seleções e terminou com o título da Austrália. O vice-campeão foi o Brasil, seguido de Argentina e Venezuela. “Foi um bom ensaio para nós. Foi ótimo para vermos como vamos trabalhar, o cuidado com a quadra, o cuidado com os árbitros, o cuidado com as equipes. Pelo que eu entendo de organização esportiva e eventos de uma forma geral, foi muito positivo. Pouquíssimas coisas vão mudar”, explicou César, que após esse evento-teste teve confirmada sua participação nos Jogos.

Assim, o araraquarense atuará como estatístico do basquete entre os dias 4 e 22 de agosto nas Olimpíadas e entre os dias 5 a 18 de setembro nas Paralimpíadas. “Não dá para descrever a sensação de ser confirmado. Acho que é a mesma sensação de um time quando é campeão. É um sonho ver a Olimpíada no seu país e poder ajudar a fazer um evento como esse”, admite.

Ele conta que não vê a hora de viajar para a Cidade Maravilhosa, onde pretende ter contato com alguns astros do esporte. “Cada dia que passa eu olho lá na contagem regressiva do site e fico ainda mais ansioso. A gente vai poder ir para a abertura, então poderemos ver o Usein Bolt e outros atletas de alto nível. E só de trabalhar no basquete e poder ver o Dream Team, para quem trabalha no basquete é algo sem palavras para descrever”, destaca.

O araraquarense revela que seu objetivo é trabalhar em algum jogo de basquete dos Estados Unidos, mas trabalhar na final seria seu prêmio maior. “Ver a entrega das medalhas e ver o cerimonial seria algo sensacional. Se for Brasil e Estados Unidos na final será melhor ainda. Vou torcer em silêncio, mas torcer muito”, salienta.

Para César, além da experiência de vivenciar de perto os Jogos Olímpicos, existe ainda a expectativa de valorizar seu currículo. “Eu acho que algumas portas vão se abrir daqui pra frente. Depois do Rio 2016, eu até tenho algumas metas de prestar alguns processos seletivos voltados para estatística. Acredito que vai me ajudar muito, mas ainda não sei de que forma”, diz o estatístico.

Para finalizar, o araraquarense faz questão de deixar seus agradecimentos às pessoas que o ajudaram nessa profissão. “Agradeço ao Sérgio Russomanno, que é o nosso coordenador de vôlei daqui de Araraquara, pois foi uma pessoa que me somou muito e abriu muitas portas para eu estar hoje na estatística da Rio 2016. É um cara fantástico como coordenador, uma pessoa que tenho muito a agradecer. Não se pode falar em estatística no Brasil sem falar no professor Dante De Rose, que é o precursor da estatística de basquete no Brasil. E o nosso coordenador que é o Alexandre Gaspar, o Xinxa, que foi o cara que deu todas as nossas diretrizes, os cursos, e sempre levantou nossa bandeira perante a Federação, perante os times, fazendo todo mundo perceber a importância da estatística aqui no Brasil. Então essas pessoas são fantásticas de coração e profissionalmente também, por isso eu gostaria de destacar”, finaliza.

 

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