A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade recebeu, na última quinta-feira (29), o professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho, do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ/USP de Piracicaba, para a apresentação do resultado do inventário arbóreo realizado em todas as regiões de Araraquara. Durante a manhã, a apresentação foi realizada para os técnicos do setor, na sede da Secretaria, e no período da tarde, no Plenário da Câmara Municipal, para os vereadores e membros do Executivo.
O professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho explicou que, por meio de métodos de amostragem, o trabalho mapeou toda cobertura arbórea dentro do perímetro urbano. “Nós fizemos um retrato microclimático de temperatura de superfície da cidade e conseguimos isolar as áreas mais quentes, dentro do tecido urbano, para que fossem tornadas áreas prioritárias para arborização urbana. Nestes pontos seria estratégico e também importante o plantio de árvores e o cuidado com as copas, para aumentar a área de sombra, permitindo mais conforto para população e economia de energia”, destacou.
Segundo ele, o estudo apontou que a cidade conta atualmente com cerca de 170 mil exemplares de árvores em seu sistema viário na área urbana, sendo de aproximadamente 53 espécies diferentes, totalizando um valor aproximado de 25% de área coberta por árvores nas vias públicas.
“A cidade conta com uma arborização privilegiada. Em termos quantitativos, tem bastante árvore; uma árvore a cada 24 metros de calçada, o que é razoável. Mas a cobertura arbórea ainda é pequena, porque essas árvores têm em média 5 metros de diâmetro de copa; seria interessante que essas copas fossem maiores para melhorar a climatização”, avalia o professor.
Ainda segundo o estudo, a espécie mais presente na cidade é o oiti, seguido do alfeneiro.
“Historicamente, Araraquara tem uma ligação forte com árvores, sempre foi uma cidade dita como muito bem arborizada. Quantitativamente, a cidade tem bastante árvore, mas precisa melhorar na diversidade das espécies”, analisa.
Demóstenes reforçou que a população também tem um papel importante na melhoria da arborização urbana. “É essencial que a população colabore deixando que o poder municipal plante mais árvores nestas áreas mapeadas no estudo, afinal todos serão beneficiados pela melhoria do clima”.
O secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Carlos Porsani, salientou que, segundo o estudo, o município precisa plantar mais 80 mil árvores, sendo cerca de 28 mil exemplares nas áreas prioritárias. “A partir desse diagnóstico, vamos avançar com o plantio nestas áreas prioritárias, melhorando a climatização de toda a cidade”, afirmou Porsani.
De acordo com o secretário, o próximo passo será o treinamento dos técnicos da Secretaria na Esalq/USP. “Nossos funcionários deverão fazer um treinamento de dois dias com o professor, lá na universidade, para aprender a usar o aplicativo que ajuda no monitoramento da nossa arborização”, adiantou.
Luciana Fernandes, coordenadora de Áreas Verdes e Combate à Poluição, reforçou que o estudo foi apenas a etapa inicial do trabalho de manejo da arborização urbana do município.
“O inventário nos deu uma fotografia da atual arborização urbana do município, agora nós temos dados para poder trabalhar. Nossa equipe vai se debruçar nestes dados para avançar na melhoria da nossa arborização urbana”, afirmou, acrescentando que o inventário também auxiliará na atualização do Plano de Arborização do Município e do Plano Diretor.
No período da tarde, na Câmara Municipal, participaram da apresentação os vereadores Paulo Landim (PT), presidente do Legislativo; Alcindo Sabino (PT), Aluisio Boi (MDB), Fabi Virgílio (PT), João Clemente (PSDB) e Rafael De Angeli (PSDB), além do engenheiro civil da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Bruno Pavão.