Inspirado pelas teorias de Zygmunt Bauman, que exploram a natureza fluída das relações humanas na sociedade moderna, o trio araraquarense de stoner e hard rock Dead or a Lie prepara o sexto álbum de sua carreira, “Ambivalence”.
Liricamente, o material segue os pensamentos do sociólogo polonês ao criar uma alegoria que mergulha nas complexidades dos relacionamentos interpessoais e suas incertezas que caracterizam um sentimento de profundo desconforto. A história foi imaginada pelo guitarrista Matheus Vieira com o objetivo de manter uma linha de raciocínio a fim de costurar, conceitualmente, os trabalhos da banda.
Esse novo registro conta mais uma vez com a produção de Ali Zaher Jr, baixista da banda de hardcore paulistana CPM 22. Essa dobradinha fez sucesso no disco anterior da DoAl, “Monster”, premiado em blogs e sites especializados como “melhor disco nacional de 2020”.
“O Júnior faz parte de todas as conquistas recentes que tivemos, nessa que é a melhor fase da banda. Ninguém nunca entendeu tão bem a nossa essência quanto ele. Fora a colaboração com arranjos e melodias. Somos gratos a toda a dedicação e carinho”, comenta o guitarrista Carlos Oliveira.
“Ambivalence” também carrega uma peculiaridade, esta inédita. Este é o primeiro CD sem a presença de Wiliam Albino na bateria. Por conta de logística – o músico mora em outro estado – o mesmo ficará só com as partes vocais.
“Tivemos que fazer um esforço mútuo para tirar esse projeto do papel. Com o Wiliam extremamente focado nas vozes e corais, abrimos espaço para a participação de um amigo e também um músico excepcional, o Daniel Cestari. Também chamamos, mais uma vez, o tecladista Matheus Botelho e, quem sabe, possa pintar mais alguma novidade”, pontua Vieira.
PASSOS
Com previsão de lançamento para agosto, o álbum está no meio do seu processo de gravação, que ocorre em Araraquara, no Sunrise Studio, de posse do próprio Ali – este também responsável pela mixagem e masterização. Já estão captadas as linhas de guitarra e bateria.
“Vamos encaixando nossas agendas para que todo o processo seja feito com todo o carinho que ele merece. O que já notamos é que esse será, sem dúvidas, o nosso melhor CD e também o mais pesado que já escrevemos. Estamos felizes em conseguir manter a chama da banda viva, afinal, são mais de dez anos, somando mais de quarenta músicas autorais. Nos orgulhamos muito de toda essa caminhada”, finaliza Vieira.
Além dos álbuns citados, formam a discografia da DoAl: On The Road With The Young Guns (2012), Walk On Home, Boy (2013), Last Man Standing (2014) e Unholiness (2016).
Fundada no fim de 2009, tocou como convidada em edições do Araraquara Rock e do Festival Rock Na Estação (São Carlos); rodou o interior em shows em casas especializadas e também dividiu palco com Angra, Ratos de Porão, Viper, entre outros.