O dia 8 de julho de 2014 entrou para a história como o maior vexame do futebol brasileiro. Foi nessa data que o Brasil "apanhou" de 7 a 1 da Alemanha, em pleno Mineirão, em Belo Horizonte, pelas semifinais da Copa do Mundo. As duas seleções voltam a se encontrar quase quatro anos depois, nesta terça-feira, às 15h45, no Estádio Olímpico, em Berlim, no último amistoso antes do Mundial na Rússia.
Muita coisa mudou desde o vexame, principalmente no lado canarinho. Luiz Felipe Scolari deu lugar para Dunga, que não foi bem na sua segunda passagem e acabou deixando o cargo durante as Eliminatórias Sul-Americanas. Unânimidade entre os torcedores, Tite foi contratado e emplacou uma sequência de dez jogos e dois empates, garantindo a classificação brasileira para a Copa do Mundo de forma antecipada. A única derrota foi para a Argentina, em amistoso realizado em 2017.
"É importante fazer esse enfrentamento antes da Copa. Carregamos esse fantasminha todos os dias. Ele está todos os dias aqui. Por isso, aqui em Berlim, queremos passar mais uma etapa. Esse é o principal teste emocional e psicológico que já tivemos. Por tudo o que ele representa. Pelo resultado da semifinal de 2014, por ser pela última campeã, traz um componente emocional", disse o treinador em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira.
Em relação ao time brasileiro, muita coisa também mudou. Dos prováveis 11 titulares, apenas quatro deles estiveram em campo: o lateral Marcelo, os volantes Fernandinho e Paulinho, e o meia Willian. O lateral Daniel Alves e o zagueiro Thiago Silva estavam no grupo que disputou a Copa do Mundo de 2014, mas não participaram do jogo diante da Alemanha.
Depois de comandar o treino final antes do amistoso com a Alemanha, o último antes da convocação final para a Copa do Mundo, o técnico Tite admitiu que ainda existem disputas por vagas dentro da seleção brasileira e que alguns desses lugares vão ser definidos "por um fio de cabelo".
Tite comentou a situação da equipe depois de realizar um treino fechado nesta segunda-feira, antes do jogo de terça-feira contra a Alemanha em Berlim. O treinamento, porém, é o último que ele teve para observar seus jogadores, antes da convocação para a Copa do Mundo no início de maio. "Existem disputas dentro da equipe. Algumas são mais acirradas", disse.
Alemanha fará testes
Como esse será o último amistoso antes do Mundial, o técnico Joachim Löw vai aproveitar para fazer alguns testes. Jogadores titulares absolutos, como o goleiro Ter Stegen, o meia Ozil e o atacante Thomas Müller serão poupados. O volante Khedira é outro que não deve atuar nesta terça-feira. Se ele ficar de fora, Goretzka recebe uma oportunidade entre os 11 iniciais. "O Brasil mudou completamente. Houve muita evolução nos últimos anos. É um time que se defende com todos os jogadores e tem um dos melhores ataques do mundo", destacou o treinador alemão.
Quando a bola rolar, a Alemanha vai estar defendendo um longo tabu. A última fez que perdeu foi no dia 7 de julho de 2016, quando a França venceu por 2 a 0 em jogo válido pela Eurocopa. Depois disso, a seleção comandada por Joachim Löw disputou 22 partidas, com 16 vitórias e seis empates.
FICHA TÉCNICA
ALEMANHA x BRASIL
Local: Estádio Olímpico – Berlim, na Alemanha.
Data/Horário: Terça-feira, 27 de março, 15h45.
Arbitragem: Jonas Eriksson (SUE), auxiliado por Mathias Klasenius (SUE) e Daniel Wärnmark (SUE).
ALEMANHA – Leno (Trapp); Rüdiger, Boateng e Ginter; Kimmich, Gündogan, Khedira (Goretzka) e Plattenhardt; Stindl, Werner e Sané. Técnico: Joachim Löw.
BRASIL – Alisson; Daniel Alves, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro; Fernandinho, Paulinho, Willian e Coutinho; Gabriel Jesus. Técnico: Tite.