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Brasileirão é marcado por aposentadoria de ídolos

Marquinhos (Avaí), Emerson Sheik (Corinthians), Jefferson (Botafogo), Julio Cesar (Flamengo) e Renato (Santos) se despediram de seus torcedores

Ídolo: estátua, figura ou imagem que representa uma divindade e que é objeto de adoração; objeto de grande amor ou de extraordinário respeito e admiração; herói. Exemplos? Emerson Sheik (Corinthians), Jefferson (Botafogo), Julio Cesar (Flamengo), Renato (Santos) e Marquinhos (Avaí). O que os cinco jogadores têm em comum além da adoração de suas torcidas? Todos eles deram adeus ao futebol durante o Brasileirão 2018.

Depois de anos de relacionamento sério com a bola, chegou o momento da aposentadoria, a hora de mudar de patamar. É a hora em que o ídolo deixa de ser um herói dentro de campo para se tornar história fora dos gramados. Mas o que compõe um ídolo? Podem ser títulos, tempo de clube, amor à camisa, um gol ou uma defesa histórica. Tem quem se eternize por jogar com raça dentro de campo, essencialmente.

Para alguns, talvez só um desses quesitos seja necessário. Para outros, no entanto, pode ser necessário contemplar dois, três ou até mesmo todos os quesitos. A única certeza é que toda torcida tem seus ídolos e que, em algum momento, eles vão pendurar as chuteiras e deixar saudades. Por mais triste que isso possa parecer.

Emerson Sheik: o herói da conquista da Libertadores pelo Corinthians

“Sou pé quente. Sou otimista para tudo o que faço. Sou um sonhador também, acredito sempre”. Foi assim que Sheik se apresentou para a Fiel no dia 24 de maio de 2011. E de fato foi pé quente. Logo em seu primeiro ano de clube, o atacante foi campeão brasileiro. Um dos destaques na campanha do pentacampeonato corinthiano, Emerson marcou seis gols em 28 jogos disputados naquele Brasileirão.

A glória eterna e o status de ídolo alvinegro, no entanto, vieram no ano seguinte. Em 2012 o Corinthians conquistou a tão sonhada Libertadores e Sheik foi o protagonista. Além de marcar um golaço contra o Santos, na semifinal do torneio, o jogador brilhou na grande final. No primeiro jogo da decisão contra o Boca Juniors, na Bombonera, ele deu assistência para o gol de Romarinho no empate por 1 a 1. Na volta, no Pacaembu, o então camisa 11 marcou os dois gols da vitória do Timão sobre os argentinos. Emerson também conquistou o Mundial de Clubes no mesmo ano, a Recopa Sul-Americana em 2013 e dois Campeonatos Paulistas (2013 e 2018).

O atacante chegou ao clube com 32 anos e, entre idas e vindas, somou três passagens pelo Corinthians: de 2011 a 2014, em 2015 e a última em 2018. A despedida do futebol aconteceu no empate contra a Chapecoense, na Arena Corinthians, pela 37ª rodada do Brasileirão. Ao todo foram 196 jogos disputados e 28 gols marcados.

Jefferson: o paredão do Botafogo

Campeonato Carioca de 2010. Botafogo x Flamengo na decisão. O jogo está 2 a 1 para o Glorioso e, aos 32 minutos do segundo tempo, um pênalti para o Rubro-Negro. Adriano na bola. Jefferson defende. A imagem que, definitivamente, nunca vai sair da cabeça do torcedor botafoguense e que iniciou a trajetória do goleiro alvinegro como ídolo do clube. E não há nenhum time que cultive tanto seus ídolos como o Botafogo.

Jefferson não conquistou grandes títulos pelo clube da Estrela Solitária, mas representou sua torcida dentro de campo. Nos momentos mais difíceis, como no rebaixamento em 2014, o goleiro estava lá e não abandonou o barco. O paredão escolheu ficar e firmar, ainda mais, sua vaga na galeria dos grandes jogadores que vestiram a camisa alvinegra. O camisa 1 foi o goleiro que mais vestiu a camisa do Botafogo e o terceiro jogador com mais jogos pelo Glorioso, com 459 partidas disputadas, ficando atrás apenas de Nilton Santos e Garrincha.

O menino de circo chegou ao Rio de Janeiro em 2003 e ficou até 2005. Depois, retornou em 2009 e se aposenta em 2018. Além de conquistar três Cariocas (2010, 2013 e 2018) e uma Série B (2015) pelo Botafogo, Jefferson também vestiu a camisa da Seleção Brasileira e foi campeão mundial Sub-20 (2003) e da Copa das Confederações (2013). Aos 35 anos e com defesas extraordinárias no currículo, se despediu dos gramados contra o Paraná, no Estádio Nilton Santos, na 37ª rodada do Brasileirão.

Julio Cesar: craque o Flamengo faz em casa

Revelar jogadores sempre foi um marco de clubes brasileiros, mas talvez nenhum se orgulhe tanto de suas crias quanto o Flamengo. Formado na Gávea, o goleiro Julio Cesar começou e terminou sua trajetória no futebol com a camisa rubro-negra. O Mais Querido conquistou o coração de Julio e, em retorno, Julio conquistou o coração da Nação.

Ainda muito jovem, o paredão começou sua história com o Flamengo com apenas 12 anos, quando foi levado para treinar na Gávea pelo amigo e também ídolo Juan. Em seu segundo jogo como profissional, ainda com 17 para 18 anos, Julio Cesar defendeu um pênalti contra o Fluminense e marcou seu nome. Além de fechar o gol do Rubro-Negro em diversas oportunidades, o goleiro ficou reconhecido em sua primeira passagem pelo clube por salvar o time do rebaixamento em um dos momentos mais complicados da história e por ser um dos principais personagens no título do Campeonato Carioca de 2001, sobre o Vasco.

A revelação da Gávea deixou o clube em 2004 e foi conquistar a Europa e o Brasil. Brilhou com a camisa da Inter de Milão de 2005 até 2012 e participou de três Copas do Mundo com a Seleção Brasileira (2006, 2010 e 2014), sendo titular em duas. Um dos principais goleiros da história do futebol, Julio conquistou diversos títulos, entre eles: quatro Cariocas (1999, 2000, 2001, 2004), uma Copa Mercosul (1999), uma Copa América (2004), duas Copas das Confederações (2009 e 2013), uma Liga dos Campeões (2009/10) e um Mundial de Clubes (2010). O então camisa 12 retornou ao clube do coração neste ano e se aposentou diante do América-MG, pela segunda rodada do Brasileirão, no mesmo palco em que iniciou sua carreira: o lotado Maracanã.

Renato: o maestro do Santos

Meio-campista, camisa 8, camisa por dentro do calção e toque refinado na bola. As características que muitas vezes representam aqueles jogadores que “jogam de terno”. E Renato é um exemplo disso. O craque do Santos foi um dos principais nomes da história recente do clube e se firmou como ídolo na Vila Belmiro.

A trajetória do maestro no Alvinegro Praiano começou em 2000 e a primeira passagem durou até 2004. Nesse tempo, Renato conquistou um dos títulos mais importantes do clube: o Campeonato Brasileiro de 2002. Na campanha do sétimo título nacional do Peixe, o meia participou de todos os 31 jogos e não levou nenhum cartão amarelo sequer. Ele foi um dos principais jogadores do Santos naquela ocasião, que terminou campeão contra o rival Corinthians.

Renato saiu da Vila Belmiro em 2004, depois de ganhar outro Brasileirão, e fez história no Sevilla, onde jogou até 2011. Por lá, foi campeão duas vezes da então Copa do UEFA (2005/06 e 2006/07). O meia também vestiu a camisa da Seleção Brasileira e conquistou uma Copa América (2004) e uma Copa das Confederações (2005). O retorno ao Peixe aconteceu em 2014 e a despedida dos gramados aconteceu na 37ª rodada, contra o Atlético-MG, diante de sua torcida.

Marquinhos: o eterno capitão do Avaí

Na Série A. Foi onde o ídolo avaiano se despediu do torcedor, conquistando o acesso na última rodada da Série B deste ano. E a relação entre o meio-campista e o clube catarinense começou muito cedo.  Marquinhos chegou no Avaí com apenas 17 anos e de lá pra cá metade dos seus 20 anos em campo foi vestindo as cores azul e branco.

São 398 jogos pelo Leão, 98 gols marcados, quatro acessos (2008, 2014, 2016 e 2018) e um título do Campeonato Catarinense (2009). O capitão também é o maior artilheiro da história da Ressacada com 59 gols marcados diante de sua torcida. Um dos principais episódios de amor dessa série envolvendo Marquinhos e Avaí aconteceu quando o jogador atuava pelo Santos. O meia não jogou uma partida do Peixe contra seu time do coração, que lutava contra o rebaixamento, e se emocionou em um dos camarotes da Ressacada com a vitória do Leão por 3 a 2.

A aposentadoria do ídolo aconteceu com festa, invasão de campo após o apito final e a volta à Série A do Campeonato Brasileiro. Marquinhos se despede do futebol aos 37 anos e com a eterna faixa de capitão no braço.

 

 

 

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