InícioCidadesCidadeCâmara aprova criação de fundo para tarifa zero no transporte público de...

Câmara aprova criação de fundo para tarifa zero no transporte público de Araraquara

Projeto do Executivo foi aprovado com nove votos favoráveis e cinco abstenções; oposição cobra mais transparência e questiona aumento dos subsídios

Durante sessão extraordinária realizada nesta quinta-feira (24), a Câmara Municipal de Araraquara aprovou um projeto de lei proposto pela Prefeitura que cria um fundo financeiro para viabilizar a implantação da tarifa zero no transporte coletivo urbano. A proposta, que gerou amplo debate entre os parlamentares, foi aprovada com nove votos favoráveis e cinco abstenções.

Batizada como “Programa Tarifa Zero”, a iniciativa ainda não possui todos os detalhes operacionais definidos, mas segundo a justificativa do Executivo, tem como objetivo implementar uma redução gradual da tarifa, de acordo com a disponibilidade orçamentária e a sustentabilidade econômica do sistema.

Para tornar isso possível, o projeto prevê a criação de um fundo municipal específico para o setor de transporte público. Esse fundo será responsável por captar, administrar e aplicar recursos destinados ao custeio e à melhoria do serviço. A gestão ficará a cargo de um conselho gestor composto por representantes da Prefeitura, da empresa concessionária e dos usuários.

Entre as fontes de financiamento do fundo estão repasses da União e do Estado, operações de crédito autorizadas, convênios, doações e receitas provenientes de multas relacionadas à mobilidade urbana.

Atualmente, o transporte coletivo em Araraquara opera por meio de concessão, sendo financiado tanto pela tarifa paga pelos passageiros quanto por subsídios municipais. O projeto aprovado eleva o subsídio mensal de R$ 500 mil para R$ 690 mil, totalizando um aumento anual de R$ 6 milhões para R$ 8,28 milhões. Segundo a Prefeitura, o atual modelo é limitado na oferta de acessibilidade econômica, sobretudo para as camadas mais vulneráveis da população.

“O fundo representa o começo de um compromisso assumido pelo governo. Vamos buscar recursos para, gradualmente, tornar a tarifa mais acessível e, no futuro, gratuita”, afirmou o vereador Michel Kary (PL), líder do governo na Casa.

Durante a discussão, vereadores da oposição solicitaram um prazo de 10 dias para analisar melhor a proposta, mas o pedido foi rejeitado após empate de 7 a 7, com o voto de minerva dado pelo presidente da Câmara, Rafael de Angeli (Republicanos). Os parlamentares do PT, PC do B e MDB cobraram mais transparência e sugeriram a realização de uma audiência pública antes da aprovação do projeto.

Entre as críticas, destacaram-se as dúvidas sobre a origem dos recursos para cobrir a ampliação dos subsídios e a viabilidade da tarifa zero sem comprometer o orçamento municipal.

A favor do projeto votaram os vereadores Aluísio Boi (MDB), Balda (Novo), Cristiano da Silva (PL), Dr. Lelo (Republicanos), Emanoel Sponton (Progressistas), Enfermeiro Delmiran (PL), Geani Trevisóli (PL), Marcelinho (Progressistas) e Michel Kary (PL).

Optaram pela abstenção Alcindo Sabino (PT), Fabi Virgílio (PT), Filipa Brunelli (PT), Guilherme Bianco (PC do B) e Maria Paula (PT). Marcão da Saúde (MDB) e Paulo Landim (PT) não compareceram à votação.

Sair da versão mobile