Segundo ela, pessoas transexuais e transgêneros também podem ser acometidas pelo câncer de mama e precisam se consultar e realizar os exames periódicos, além de manter hábitos saudáveis no dia a dia. "Atualmente, a formação médica no Brasil não se aprofunda no tema da saúde das pessoas trans, ocasionando uma distância entre as pessoas trans e os profissionais de saúde. Devido à dificuldade de acesso a profissionais capacitados e falta de medicação na rede pública, nossa população ainda enfrenta o desafio da automedicação, o que tem trazido agravos na saúde", explicou.
Ela acrescenta que é muito importante estarmos atentos e atentas sobre o protocolo de realização do autoexame e em caso de dúvida, buscar locais de acompanhamento para a realização de um acompanhamento especializado, a fim de minimizar e diagnosticar o câncer de mama. "Mulheres trans e travestis, ao iniciar o tratamento hormonal, passam a ter características secundárias femininas, havendo crescimento das mamas, passando a necessidade de refletir no cuidado deste aspecto. Há uma redução significativa na incidência em homens trans que se submeteram à mastectomia (cirurgia de remoção das mamas). Mesmo assim, a recomendação continua sendo a mesma: realização de exames clínicos anuais para pessoas com mais de 50 anos", salientou.
Erika aponta ainda que é necessário ter um olhar interseccional em relação à saúde para garantir o bem estar de todas as pessoas. "Existem especificidades que precisamos estar atentos para a saúde integral geral", completa a coordenadora.