Na noite desta sexta-feira (4), uma caravana composta por 32 araraquarenses se dirigiu ao litoral paulista, onde irá realizar uma pedalada de aproximadamente 100 quilômetros a beira-mar entre as cidades de Ilha Comprida e Cananéia.
Eles compõem o Grupo de Ciclismo Hard, que teve início durante a pandemia da Covid-19 na cidade. Uma das integrantes é Margarete Guarniari, que é motorista de transporte escolar e conta que o grupo teve início a partir da reunião de amigos. "Começamos a nos juntar para pedalarmos até Santa Lúcia, Bueno de Andrada e outros percursos básicos. Porém algumas pessoas passaram a se destacar pelo desempenho físico, sempre acima do limite, sempre com vontade de ir um pouco mais que o básico. Começaram a surgir as pedaladas mais longas e, com a insegurança, medo de assaltos, começamos a nos unir e chamar mais pessoas que faziam percursos mais longos. Foi aí que surgiu a ideia de formar o grupo", relata.
Hoje a equipe conta com seis administradores e reúne aproximadamente 50 integrantes, entre homens e mulheres de diversos bairros de Araraquara. A equipe conta com alguns adolescentes, que precisam da autorização dos pais por escrito para poder participar das viagens. "Cada pessoa tem sua profissão. Somos amadores e nos encontramos nos horários esporádicos durante a semana para treinarmos. Alguns vão à noite, outros à tarde e outros de manhã. Tentamos nos readequar uns com os outros para todo mundo conseguir treinar e também montamos grupos de sábado e domingo", explica Margarete.
Ela destaca também a diversidade do grupo. "São pessoas de todos os níveis sociais, profissões diferentes, religiões diferentes, convicções políticas diferentes, mas todos se dão muito bem, unidos pela mesma causa, que é o ciclismo. Um está sempre disposto a ajudar o outro em todos os sentidos. Fazemos festas para os aniversarintes do mês e elaboramos várias atividades além do ciclismo para completar o quadro de amizade. Somos uma grande família", exalta.
Segundo ela, o grupo faz poucas pedaladas urbanas e mais trechos de terra. As pessoas interessadas em entrar para o grupo deve cumprir três pedaladas de longa distância. "Precisamos ver o desempenho de resistência porque pode causar alguma lesão, machucar, a pessoa pode não conseguir voltar, por isso não fazem parte do grupo pessoas que não conseguem fazer pedais mais ousados, digamos assim", acrescenta.
A equipe já está acostumada a cumprir percursos longos, entre os quais se destacam um trajeto de Santos a Mongaguá, também no litoral, além de outros em cidades como Descalvado, Ribeirão Bonito e Jaboticabal. Outros percursos já estão nos planos do grupo, porém sem datas definidas. Entre eles está uma viagem a São Roque, onde farão a Rota do Vinho, e um trajeto ligando Guarujá a Peruíbe.
Ela aproveita para pedir uma maior conscientização em relação ao ciclismo. "É importante destacarmos a necessidade de ciclovias em Araraquara e nas outras cidades, além do respeito que deve haver por parte dos motoristas aos ciclistas. É preciso entender que esse esporte traz muitos benefícios à cidade quanto à pessoa, pois além de levar saúde é um meio de transporte econômico.