InícioEsporteClaudinho: O afeano que calou o Maracanã

Claudinho: O afeano que calou o Maracanã

Ex-jogador viveu grandes momentos com a camisa da Ferroviária

Um dos maiores esquadrões da história da Ferroviária foi o time que disputou a Taça de Ouro de 1983, competição que na época era equivalente ao atual Brasileirão e reunia os maiores times do país. Na ocasião, a Locomotiva foi a sensação do torneio ao bater de frente com grandes potências do futebol nacional. 

Todos os atletas que integraram aquele plantel são guardados até hoje nos corações dos torcedores afeanos. Um dos nomes lembrados com muito carinho é o do ex-ponta-direita Claudinho, que encantou a torcida com sua velocidade e habilidade que transformavam os contra-ataques em uma arma mortal da equipe.

Nascido em Brotas, onde tem o apelido de Claudinho Macalé, ele foi revelado pela Locomotiva no início da década de 80. Sua passagem por Araraquara foi relativamente curta — 1981 a 1984 —, porém marcante, tanto que, em recente pesquisa realizada pelo blog 'Ferroviária em Campo' do historiador Vicente Henrique Baroffaldi, ele foi eleito o melhor ponta-direita da história do clube. A admiração é recíproca, já que frequentemente o ex-jogador declara seu amor à Ferroviária e à cidade de Araraquara.

Atualmente com 58 anos de idade e morando em sua cidade natal, Claudinho concedeu entrevista ao Portal Morada e falou sobre sua trajetória. Confira! 

O início

Filho de Ezio Gonçalves e Julia Cardoso Gonçalves, Cláudio Gonçalves nasceu no dia 25 de maio de 1962 em Brotas-SP, onde cresceu com suas três irmãs. "Tive uma infância muito boa, estudava de manhã e jogava bola no período da tarde", resume.

Assim como acontece com a maioria dos jogadores que conseguem chegar ao profissionalismo, o amor pelo futebol surgiu na infância. "Tinha um campinho perto de casa onde todas as crianças do bairro iam para lá brincar. Não tínhamos muitas opções, pois éramos crianças simples, e a maioria das brincadeiras eram com futebol", relembra ele, que também ajudava o pai com um caminhão de carreto.
 
Claudinho conta que chegou a atuar por times amadores de sua cidade natal, porém o sonho de tornar-se jogador de futebol só começou a tomar forma quando a Ferroviária entrou em sua vida. Claudinho conta que foi apresentado à Ferroviária por um amigo que tinha contato com pessoas relacionadas ao clube grená. "Jogando em Brotas nos campeonatos escolares, logo veio o convite para fazer testes, passei por alguns clubes, por fim fui fazer teste na Ferroviária, onde acabou dando certo e assim lapidado pelo mestre Bazani", conta Claudinho.

Ferroviária em seu caminho

Na Locomotiva, Claudinho se aprimorou na ponta direita e passou a integrar a equipe profissional, onde compôs um esquadrão inesquecível da história do clube.

O jogador vestiu a camisa grená entre os anos de 1981 e 1984. Em jogos oficiais, ele marcou 17 gols, além de vários outros em partidas amistosas. Três desses gols foram marcados na Taça de Ouro de 1983, torneio que é até hoje lembrado como um dos grandes momentos da trajetória afeana. 

O ex-jogador relembra com emoção de sua passagem por Araraquara. "É um clube que me projetou para o futebol. Fiz muitos amigos e aprendi a amar esse clube e também a cidade", salienta.

Ele se orgulha de ter atuado ao lado de grandes nomes que deixaram seus nomes marcados no clube. "Em 1983 tínhamos um timaço, uns mais experientes, outros novatos. Tudo deu certo, a convivência era maravilhosa e as amizades verdadeiras", revela.

Gol histórico

Um gol que marcou a passagem de Claudinho pela Ferroviária foi anotado na estreia da Taça de Ouro de 1983, que era o Campeonato Brasileiro da época. 

Diante do Botafogo no Maracanã, foi dele o único gol da partida que deu a vitória à Locomotiva. Ele estufou a rede aos 13 minutos do primeiro tempo e fez com que o time de Araraquara estreasse com o pé direito, ganhasse moral e seguisse com uma campanha memorável. O gol, inclusive, foi eleito o 'Gol do Fantástico', uma premiação que o programa da Rede Globo concedia ao gol mais bonito da rodada.

O craque não esconde que esse foi um dos momentos mais importantes de sua carreira. "O gol no Maracanã contra o Botafogo foi inesquecível, assim como outras conquistas onde me tornei campeão", ressalta.

Outros caminhos

Em 1985, Claudinho deixou a Ferroviária para seguir outros rumos. Foi para o Goiás, em uma negociação que trouxe para Araraquara o lateral Nonoca e o zagueiro Timoura. No time goiano, ficou até 1986 e foi campeão e vice-campeão estadual.  

O atleta passou ainda por Mogi Mirim, Bragantino, Taquaritinga, Itumbiara, Catanduvense, Comercial, entre outras equipes nos anos 80 e 90. Decidiu pendurar as chuteiras em 1993, no Bebedouro.

Vida atual

Após sua aposentadoria dos gramados, Claudinho tornou-se instrutor de futebol em Brotas. Chegou a ingressar na política e se elegeu vereador em sua cidade natal. Periodicamente participa de compromissos com a equipe máster da Ferroviária.

Claudinho é casado com Denise e é pai de dois filhos, Cláudio e Hellen. Ele conta que tem respeitado o isolamento social neste período de pandemia do novo coronavírus. "Trabalho com escolinha de futebol e nessa pandemia estou saindo de casa apenas em caso de necessidade", assegura.

O ex-jogador destaca a importância de compartilhar os valores aprendidos no esporte. "O esporte é tudo na minha vida, por isso aproveito a minha experiência no futebol para ensinar às crianças", finaliza.

 

Confira algumas fotos da carreira de Claudinho.

 

 

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