Comerciantes do Centro de Araraquara reclamam há meses de problemas de insegurança, prejuízos com lojas invadidas, intimidações e ameaças de pessoas em situação de rua e cobram ação das autoridades locais. Comerciantes localizados na praça de Santa Cruz e proximidades revelaram a preocupação diária em reunião com o secretário municipal de Segurança Pública, Coronel João Alberto Nogueira Júnior, o secretário de Obras e Serviços, Sérgio Pelícolla e o presidente da Câmara de Vereadores Aluísio Boi (MDB). O encontro ocorreu na praça onde estão instaladas várias barracas de comércio popular.
Segundo relatos, praticamente todos os comerciantes do entorno da praça, seja do comércio de rua ou do comércio popular, foram assaltados ou tiveram seus estabelecimentos invadidos por essas pessoas. Além disso, eles relataram sofrer ameaças e intimidação, quando estas pessoas pedem dinheiro, uma espécie de pedágio para os comerciantes poderem ir e vir no local, ou ainda para saírem da frente das lojas, depois de se deitarem no local, impedindo a entrada e saída dos clientes.
Durante a noite, eles ainda defecam nas portas das lojas. Se apropriaram ainda do banheiro público, onde usam drogas, praticam sexo, mesmo durante o dia, e o destroem gradativamente, assim como o bebedouro público instalado ao lado.
O prejuízo comercial de todos é muito grande. O proprietário de um quiosque de lanches disse que sua venda caiu, nos últimos meses, de 200 para cinco lanches diários, o que inviabiliza o funcionamento do estabelecimento. Ele está no local há 34 anos e nunca viveu situação semelhante.
Críticas
Indignados com a situação que prejudica seus negócios, comerciantes criticaram o serviço da Secretaria Municipal de Assistência Social, que, no entendimento dos comerciantes, ao levaram alimentação e outras coisas, acaba mantendo essas pessoas na praça. É uma opinião geral de que eles não se encaixam na descrição do morador de rua comum, que precisa de acolhimento.
Tem lei para isso
O vereador Aluisio Boi lembrou que no município existe uma lei, de sua autoria, em 2010, que proíbe toda e qualquer ação nas esquinas e semáforos, com ou sem abordagem aos motoristas, exceto as autorizadas, depois de cumpridas uma série de obrigações. "Considerando esta lei, acredito que a Guarda Municipal e a Polícia Militar possam atuar para impedir estas abordagens aos motoristas. Não recebendo dinheiro, é provável que percam o interesse de ficar no local e deem sossego até para o comércio do entorno." O vereador prometeu relatar a situação ao prefeito para que um conjunto de ações seja rapidamente realizado pelo Poder Público, para mudar a realidade daqueles comerciantes e para que as pessoas voltem a frequentar a praça.