30/12/2016
Os integrantes da Comissão de Proteção e Defesa Animal da Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção de Araraquara, fazem um apelo para que a população evite soltar rojões durante os festejos da passagem do ano.
O pedido é para evitar que ocorrências trágicas, como fuga, mutilações e até sacrifícios dos animais sejam evitados.
“Existem relatos e vídeos traumáticos do que os fogos provocam em cães, que têm o sentido auditivo extremamente sensível. Eles entram em pânico, alguns têm convulsões, outros procuram desesperadamente fugir, se machucam seriamente e não raro são atropelados. Solicitamos encarecidamente que as pessoas que comemoram o réveillon com fogos, usem aqueles coloridos, e não os que provocam os barulhos extremos”, afirma a presidente da Comissão, Carolina Galvão.
Ela cita o exemplo da cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo, onde o prefeito eleito solicitou para que não houvesse queima de fogos na sua eleição e estendeu o pedido para que também no natal ela fosse evitada. Conforme o relato de pessoas que ela conhece naquele município, os moradores, em sua maioria, atenderam a mensagem, apesar de ser um dos municípios mais populosos do país.
No início do mês, por iniciativa do vereador Willian Afonso, houve uma tentativa de proibir a soltura de rojões em Araraquara, mas o projeto foi considerado inconstitucional. Ainda que não houvesse perspectiva de que a legislação municipal pudesse contemplar a medida, os integrantes da Comissão, que já contavam com o veto, acreditavam que o debate poderia suscitar uma maior conscientização da população para o problema.
“Acreditamos uma resposta positiva dos araraquarenses. Não soltar rojões é prova de cidadania e respeito com pessoas e com animais. Vamos fazer um réveillon bonito, colorido, e sem barulho. Tenho certeza que vamos nos sentir muito melhores sabendo que não estamos prejudicando ninguém”, disse a advogada.
É necessário eliminar qualquer possibilidade de sofrimento àqueles que não sabem se defender e têm poucas vozes em sua defesa. É importante saber que os cachorros possuem a audição quatro vezes mais potente do que a dos humanos. Assim, fica fácil entender a relação entre os cães e os fogos de artifício.
Os Perigos dos Fogos:
– Fugas: tornando-se animais perdidos, atropelados e que vão provocar acidentes.
– Mortes: enforcando-se na própria coleira quando não conseguem rompê-la pra fugir; atirando-se de janelas; atravessando portas de vidro; batendo a cabeça contra paredes e grades.
– Graves ferimentos: quando atingido ou, sem saber, abocanhando um rojão achando que é algum objeto para brincar.
– Comprometimento da audição: O deslocamento de ar provocado por estas explosões é que causa o estrondo que ouvimos. Aparentemente, se um artefato deste explodir muito próximo ao cão pode ocorrer dano físico ao tímpano (ruptura ou laceração).
– Traumas: com mudanças de temperamento para agressividade.
– Ataques: investidas contra os próprios donos e outras pessoas.
– Brigas: com outros animais com os quais convivem, inclusive.
– Mutilações: no desespero de fugir chegam a se mutilar ao tentar atravessar grades e portões.
– Convulsões (ataque epileptiformes).
– Afogamento em piscinas.
– Quedas de andares e alturas superiores.
– Aprisionamentos indesejados em porões e em lugares de difícil acesso.
– Paradas cardiorrespiratórias, etc.
Carolina de Mattos Galvão, presidente da comissão, assina a nota e aproveita para dar algumas dicas de como amenizar o sofrimento dos animais, bem como, evitar danos mais graves.
Para quem tem cães, acomodá-los dentro de casa, em lugar onde possam se sentir em segurança, com iluminação suave e se possível um rádio ligado com música;
Fechar portas e janelas para evitar fugas e suicídios;
Dar alimentos leves, pois distúrbios digestivos provocados pelo pânico podem matar (torção de estômago, por exemplo);
Cobertores pesados estendidos nas janela abafam o som, assim como cobertores no chão ou um edredom sobre o animal;
Não deixar muitos cães juntos. Excitados pelo barulho, podem brigar até a morte. Tente deixá-los em quartos separados pois na hora dos fogos, no desespero, eles poderão morder-se uns aos outros;
Um pouco antes da meia-noite leve seu animal para perto da tv ou de um aparelho de som e aumente aos poucos o volume para que ele se distraia e se acostume com um som alto. Assim não ficará tão assustado com o barulho forte e inesperado dos fogos;
Procurar um veterinário para sedar os animais no caso de não poder colocá-los para dentro de casa. Animais acorrentados acabam se enforcando em função do pânico.
Alguns veterinários aconselham o uso de tampões de algodão nos ouvidos que podem ser colocados minutos antes e tirados logo após os fogos;
Calmantes naturais costumam apresentar resultado bastante eficiente em animais que historicamente apresentam muito estresse.
No caso dos gatos, escolha um quarto da casa que tenha uma cama e um armário, e prepare para ser o quarto dos gatos no reveillon. Abra um ou dois armários e coloque cobertores para forrar e formar tocas confortáveis;
Desarrume a cama e coloque cobertores formando tocas; tocas embaixo da cama também são boas;
Feche toda a janela, passe a cortina e, se possível, encoste um colchão na janela para abafar o barulho;
Água, comida e caixinha de areia devem ficar distribuídos estrategicamente pelo quarto, sempre encostados na parede, para evitar serem derrubados e suje tudo;
Tire qualquer coisa que possa ser derrubada, quebrada, derramada (luminárias, rádio-relógio, extensões…) ;
Feche os gatos neste quarto a partir dos primeiros rojões e deixe-os lá. Deixá-los soltos aumenta o medo, a correria e o desespero, e eles acabam se enfiando em lugares muito escondidos e complicados, como por trás da máquina de lavar ou da geladeira;
Para quem mora em casa, com gatos que tem acesso à rua, recolha os gatos antes do pôr-do-sol e feche-os da mesma maneira. Na rua é mais perigoso, pois quando se assustarem, podem se perder. Além disso, podem ser alvo de maus-tratos.