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Confira a história de pioneirismo do futebol feminino paulista

Com o estadual mais antigo do Brasil, relação com a modalidade vem de cedo

O Paulistão Feminino é o campeonato estadual mais antigo da modalidade no país – em 2019, chegou a 21ª edição. Mesmo com proibições, as mulheres paulistas começaram a ter uma relação com a bola muito antes da organização do primeiro estadual, sendo precursor da modalidade. O futebol paulista segue colhendo frutos do empenho e da dedicação de mulheres, dentro e fora de campo. 

A ligação de São Paulo com o futebol feminino começou em 1921, com a primeira partida disputada da modalidade no Brasil. O jogo aconteceu na capital, no Tremembé FC, Zona Norte de São Paulo, entre mulheres moradoras do bairro de Tremembé e Cantareira. Em 1959, em meio ao decreto de 1941, que proibia mulheres de jogarem bola, artistas de teatro de revista fizeram um amistoso entre cariocas e paulistas.

Aline Pellegrino, diretora de futebol feminino da FPF, acredita que isso representa o lado precursor dos paulistas. "O Estado de São Paulo assume essa responsabilidade de pioneirismo em praticamente todos os setores  da nossa sociedade e não foi diferente com o futebol feminino. Me orgulho de termos o campeonato estadual mais longevo do Brasil, e muita história de resiliência para contar."

Em 1983, houve a regulamentação do futebol feminino e, em 1985, o Saad, clube de São Caetano, abraçou a ideia e abriu as portas para o futebol feminino, que surgiu após o Guarani encerrar as atividades. Em 1987 a FPF organizou o primeiro estadual, porém sem sequência. A partir de 1997, o campeonato da Federação Paulista de Futebol é retomado com o nome de Paulistana e com o São Paulo campeão, após final com o Santos.

"Pioneirismo. A história mostra o quanto essas equipes foram e seguirão sendo importantes para o desenvolvimento continuo do futebol feminino. Temos que agradecer e respeitar muito todas as pessoas que fizeram parte desse momento, abriram portas para muita gente. Mais um motivo de orgulho, pois tive a oportunidade de vestir a camisa do Saad algumas vezes, e foi um grande adversário por grande parte da minha carreira", declarou Aline.

Medalhista olímpica, ela acredita que essa luta contínua mostra muito da determinação das mulheres e que a história da modalidade ainda terá muitas páginas a serem escritas, com muito mais personagens e histórias de conquistas. "Mostra a força e determinação das mulheres na busca dos seus direitos, assim como tivemos que lutar pelo voto e tantos outros direitos e ainda hoje seguimos lutando pela equidade. Acho que, de forma natural e empírica, tudo ao seu tempo, cada uma vai ocupar um espaço na história e que vai ser relevante e importante para termos o futebol feminino enraíza do Brasil."

 

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