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Consumidor está inseguro diante do cenário político e econômico

Sincomercio produz pesquisa inédita na cidade para gerar informações que auxiliam a tomada de decisão para investimentos

Foi lançado nessa quinta-feira (18) uma nova ferramenta que permite avaliar o comportamento do consumidor diante dos cenários político e econômico. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), apurado mensalmente, identifica qual a intenção de consumo da população e fornece dados que podem ser usados estrategicamente para a tomada de decisões sobre a gestão dos negócios.

O evento de lançamento da ferramenta foi conduzido pelo presidente do Sincomercio/Araraquara, Antonio Deliza Neto, e pela economista da entidade, Délis Magalhães, e contou com a presença dos vereadores Elton Negrini (PSDB) e Magal Verri (PMDB), do assessor econômico da Federação do Comércio de São Paulo (FecomercioSP), Jayme Vasconcelos, e do professor doutor da Unesp Araraquara, Elton Casagrande, responsável pela estruturação do Núcleo de Economia do Sincomercio, em 2006.

“O comerciante já instalado na cidade, assim como o empresário que quer investir aqui, precisa conhecer a realidade local, as características econômicas e as condições da população. O índice traz a análise do cenário local ao mostrar se o consumidor está retraído ou intencionado ao consumo. Isso permite que o empresário faça uma condução positiva do seu negócio. É uma ferramenta importante tanto para o poder público quanto para a iniciativa privada”, afirma Deliza.

O assessor econômico da FecomercioSP, Jayme Vasconcelos, destacou que o ICC é muito sensível aos acontecimentos políticos e econômicos e que a tendência de consumo pode ser melhor identificada a partir da análise da série histórica. Por isso a pesquisa mensal é tão importante, já que cria esse banco de dados.

Resultados
A economista Délis Magalhães explica que o índice varia de 0 a 200 pontos, sendo que a partir dos 100 é identificado otimismo entre os consumidores e abaixo dos 100 significa pessimismo. A pesquisa é segmenta por sexo e renda e o cálculo do índice considera duas variantes importantes, que são as condições econômicas da população no presente e as expectativas que ela tem para o futuro.

Em abril, o ICC ficou em 93,3 pontos, ou seja, abaixo da linha de otimismo. Em maio, o índice caiu para 85,1 pontos, uma redução de 8,7% com relação ao mês anterior. O principal motivo dessa piora foi uma queda no índice de expectativas futuras, que diminuiu 12,3% em relação ao mês anterior, caindo de 115,5 pontos para 101,3.

“O resultado demonstra que o consumidor está inseguro diante das mudanças econômicas e políticas no Brasil. As propostas de reforma na legislação trabalhista e previdenciária representam um dos principais motivos para gerar a queda na confiança”, afirma Délis.

A percepção da população sobre suas condições econômica atuais manteve-se praticamente estável nas duas medições e foi o que mais influenciou para puxar o ICC para baixo. Em abril, a pontuação foi de 59,9 e em maio 60,9. “A maioria das famílias permanece com a renda comprometida. A dificuldade em conseguir emprego é um dos principais fatores que compromete o avanço do índice, uma vez que interfere diretamente na renda familiar. Uma recuperação da confiança só ocorrerá por meio de uma melhora efetiva no poder de compra do consumidor”, analisa a economista.

 

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